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Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
26/11/2013 08h42
MEMÓRIAS DE AGUINHAS (24) - Aguinhas e o cinema

O cinema em Aguinhas

Diariamente temos sessões de cinema, que começam às 20 horas sempre com bons filmes, retroprojetados em ótima tela por aparelhagem moderna e em ambiente de conforto.

(Armindo Martins, no livro Lambari, Cidade das Águas Virtuosas, de 1949)


Em 1918, em Águas Virtuosas de Lambary, havia

(...) três cinemas, uma banda musical, e confortáveis hotéis, 

conforme registrou Roberto Capri em seu livro sobre nossa cidade (1). Possivelmente um desses cinemas funcionasse no Clube Eden

O Hotel Imperial foi inaugurado no final de 1939, e seu cinema (Cine Imperial), pouco tempo depois. Tinha capacidade para cerca de 220 pessoas. O Cine ABI  iniciou suas atividades em 1941, com a capacidade total de 700 pessoas. Nele havia a parte de baixo (mais ampla e ao nível da tela) e a parte de cima (aos fundos, elevada, com capacidade menor).

Anúncio, jornal Sputinik, agosto de 1960


Anotei no livro Menino-Serelepe* algumas referências sobre cinema, como esta:

Na época aqui descrita, numa cidade como Aguinhas, cinema era o grande programa dos finais de semana, e mesmo do meio de semana para quem gostava e podia (havia “fregueses” que pagavam por mês...). Como a toda criança, o cinema a mim também deslumbrava. Havia as matinês no Cine Imperial, a que a vó Margarida costumava levar os netos (até hoje me lembro de um desenho animado em que os personagens todos eram patos). Havia o cineminha falado — uma brincadeira inventada pelo Marquinhos do seu Camargo — um menino mais velho, engraçado e brincalhão que contava pra criançada da rua diversas histórias criadas e teatralizadas por ele mesmo, nas quais remedava os tipos, dublava as vozes, fazia meneios, palhaçadas, correrias, dando-nos sustos e provocando gargalhadas. Havia os filminhos: restos de películas de filmes diversos, montados em sequência, que projetávamos em casa num “projetor” de caixa de papelão e lanterna, com sessões de hora marcada, cartazes à porta, venda de ingressos, tudo de mentirinha. As séries semanais que antecediam os filmes das sessões das duas nos domingos, no Cine ABI, eram uma outra grande atração: aguardávamos uma semana inteira — inventando hipóteses, arriscando previsões, torcendo pelo mocinho — pra saber como o herói ia safar a si e à heroína das enrascadas.

  Aqui funcionava o antigo Cine Imperial


Deixei também aqui neste espaço virtual uma crônica sobre cinema: MEMÓRIAS FAMILIARES (3) - A Vingança de Ben-Hur (aqui)

Noutro trecho do meu livro de memórias me lembro do Edson Bacha e seu projetor:

Nas férias, o Edson desencaixotava o projetor e mostrava antigos filmes da família e eventos de Aguinhas, como uma corrida de motonáutica no Lago Guanabara da qual nunca mais esqueci. (*)

Dessa corrida de motonáutica, ficou pelo menos uma foto, que é esta:

E nos meus tempos de menino, nas matinês de domingo, de vez em quando víamos antigos filmes sobre Lambari — cenas de festas religiosas ou cerimônias políticas principalmente. Nessa época dizia-se também que havia "uma fita, um filme sobre a Antiga Roma, cuja parte rodada no Parque Novo mostrava uma corrida de bigas (!)..."

Certamente isso fazia parte do nosso imaginário de crianças... Mas outros filmes ou vídeos sobre a antiga Aguinhas, onde estão?


Filmes e vídeos sobre Aguinhas

Aqui neste espaço já anotei alguma coisa sobre antigos vídeos de Aguinhas (aqui) e (aqui). 

Pesquisa no site http://www.cinemateca.gov.br/ revela uma interessante lista de filmes sobre nossa Aguinhas. Seis deles são filmes antigos sobre Lambari (entre 1911 e 1940), e o sétimo, de 1975, com cenas/trechos rodados na cidade (as locações principais desse filme se deram em São Lourenço e São Tomé das Letras).

Abaixo vai a lista: 

  • Outras informações sobre os sete filmes listados acima, podem ser visualizadas neste link (aqui):

(1) CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokai & Comp. 1918.


(*) Esta narrativa faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.


  • Mais informações sobre cinemas em Lambari, aqui
  • Uma foto do Cine ABI (desativado), aqui

Ilustração de abertura: Vista do antigo Cine ABI

Ref. Google Maps

 

Publicado por Guimaguinhas
em 26/11/2013 às 08h42
 
20/11/2013 10h06
Futebol em Minas (1) - Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador

Introdução

Neste número 4 da série Futebol no Sul de Minas, vamos comentar uma valiosa iniciativa no campo do futebol amador em Minas Gerais - o Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador.

Vamos lá.


Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador

O Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador é uma iniciativa do radialista Domingos Sávio Baião, da Rádio Itatiaia. Diz o organizador, em artigo publicado no site da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte:

Depois de eu ter feito alguma coisa pelo futebol amador em minhas andanças pelo interior, resolvi dar uma força na história do amadorismo. Estou montando o Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador, para exposições em praças públicas, feiras, eventos sociais, esportivos, clubes e no interior.

Fonte: aqui

Baião esclarece que a ideia surgiu após ele ter visto, em abril de 2013, uma exposição de camisas de futebol amador, ocorrida no Shopping Estação BH, em Belo Horizonte. 

Banner do evento realizado no Shopping Estação BH - Fonte: aqui


Muito interessante tal iniciativa, e GUIMAGUINHAS pretende em breve encaminhar ao organizador uma camisa do nosso Águas Virtuosas Futebol Clube.

Os interessados em participar do projeto Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador podem acessar este vídeo:

  • Convite para participação no Youtubeaqui

Foto de recente exposição (agosto de 2013), realizada em Belo Horizonte: 

Fonte: http://wsesportesparademinas.blogspot.com.br/2013/08/acervo-mineiro-de-camisas-dos-times.html


Página do Facebook do Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador


Imagem de abertura: Convite da exposição realizada no Clube Sírio, em Belo Horizonte

 

Publicado por Guimaguinhas
em 20/11/2013 às 10h06
 
14/11/2013 13h57
Águas Virtuosas Futebol Clube (44) - Fotos do Águas dos anos 1940

Das memórias de João Luiz Fernandes, sobre a qual já falamos (aqui), extraímos as fotos do Águas Virtuosas dos anos 1940, que seguem abaixo.

João Luiz jogou com os sobrinhos Crisóstomo e Hélio, e também foi técnico do time, no ano de 1949.


Águas Virtuosas anos 1940. João Luiz Fernandes e Crisóstomo são os primeiros; o penúltimo é Hélio Fernandes

Águas anos 1940. Entre outros: Cunha, Nenê Nascimento Hélio, João Luiz (seta) e Quinzinho

Águas anos 1940. Em pé, à esquerda (seta) João Luiz Fernandes o técnico do time


Ref.: FERNANDES, João Luiz. Reminiscências de um Brasileiro do Século XX - Cidade das Águas Virtuosas.Lambari, MG : Gráfica Kirios, 2013.

Publicado por Guimaguinhas
em 14/11/2013 às 13h57
 
10/11/2013 17h06
Futebol no Sul de Minas (3)

Neste número 3 da série Futebol no Sul de Minas, vamos falar sobre Stadium Varginhense — nome de um site e de uma revista, com memórias e  fotos do futebol de Varginha, MG.

Como se sabe, o futebol de Lambari tem muitas ligações com o futebol de Varginha. Sobre isso já anotamos, por exemplo:

  • A conquista do Campeonato Sul Mineiro de Amadores pelo Águas, em 1960, organizado pela Liga de Varginha (aqui)
  • Atletas que jogaram por times de Lambari e que também atuaram por times de Varginha — caso de: Maurício, Lúcio, Adílson, Ita, Dickson (aqui)
  • Atletas de Lambari que atuaram pelo Flamengo de Varginha, como foi o caso de Betinho Nascimento (aqui)
  • A disputa do Campeonato Sul Mineiro de Amadores pelo Vasquinho, da Liga de Varginha, em 1971 (aqui)
  • E o famoso gol de Zezé Gregatti contra o Flamengo de Varginha, nos anos 1960 (aqui)

Stadium Varginhense

Organizado por Dílson Braga o site Stadium Varginhense visa a resgatar a memória do futebol de Varginha, de grandes glórias no futebol Sul Mineiro. Muitos lambarienses, nos anos 1960/70/80, torcemos pelo Flamengo, e assim também por outros clubes do Sul de Minas (Atlético de Três Corações, Caldense, TAC, Rio Branco de Andradas, Fabril de Lavras, entre outros), na ingrata luta do futebol do interior com os times grandes da capital. Os da minha geração, por exemplo, viram em campo três dos maiores atacantes do Flamengo — Paulão, Iaúca e Dario, esse já veterano, mas ainda fazendo seus gols.

Essas fotos e histórias do futebol varginhense foram também editadas no formato revista, em três edições. Em 2010, foi produzido um almanaque, reunindo as revistas, além de novas fotos e informações.


Fotos

Já anotamos em post anterior (aqui) que o Betinho Nascimento, logo após seu casamento, 

(...) se afastou do futebol. Um ano e pouco depois, já fora de forma, não conseguiu retornar ao time do Vasquinho; mas acabou contratado pelo Flamengo de Varginha, e lá atuou profissionalmente até 1967.

Pois bem, por essa época, Betinho chegou a levar alguns jovens de Lambari para treinar no juvenil do Flamengo de Varginha. Entre esses, de carona na kombi do Renato Bolero, foram Luizinho (da Farmácia), Zé Roberto Tucci e o Egberto Nascimento. Os treinos do juvenil se davam num campo da Rua Paraná.

Egberto conseguiu se fixar no time titular, como se vê da foto abaixo:

Véio (Egberto Nascimento) [o segundo, agachado], no Juvenil do Flamengo de Varginha, final dos anos 1960. Ele também jogou no Águas, GRABI e Azulão.


 Betinho que jogou no Águas e no Flamengo de Varginha

 Eli (Capeta) foi goleiro do Flamengo de Varginha, e atuou também no Águas, nos anos 1950.

    Adílson: No Flamengo de Varginha e no GABI (anos 70)

    Maurício, Lúcio e Dickson: jogaram no Flamengo de Varginha e no Águas.

    Paulo Preto e Guina: ambos jogaram no Flamengo de Varginha e realizaram diversas partidas contra o Veteranos do Águas Virtuosas, nos anos 1980.


Referências: site Stadium Varginhense


Veja também:

Futebol no Sul de Minas (1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37290

Futebol no Sul de Minas (2) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39168


(**) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

 

 

 

 

Publicado por Guimaguinhas
em 10/11/2013 às 17h06
 
09/11/2013 11h27
Aguinhas elegante (4) - O Cassino das Fontes

Ilustração: A linda e elegante Ema Gorgulho, em baile de formatura nos anos 1950. Recorte


SUMÁRIO


Apresentação

Como vimos contando nesta série Aguinhas elegante (*), dançava-se muito em Lambari no século passado (!)...

De fato, desde o Cassino Éden, passando pelo Cassino das Fontes (décadas de 1930/60) [onde chegaram a tocar renomados músicos brasileiros, entre eles Francisco Perrone e Radamés Gnatalli (1)], até a Boite Tic-Tac (décadas de 1970/1990) e a Boite do Juca (décadas de 1970/1980), as noites lambarienses foram muito animadas.


Bar Pinguim e Bar do Juca

Na década de 1940, e assim também nos anos 1950/60, o Bar do Juca e o Bar Pinguim constituíam os principais pontos de encontro da sociedade e da juventude lambarienses.

Ambos se situavam próximos das Fontes, na antiga Rua São Paulo (atual Rua Dr. Wadih Bacha); o primeiro, onde atualmente está o prédio do Banco do Brasil; no local do segundo funciona hoje uma loja de eletrodomésticos. (2)


Eden Clube, em Lambary, anos 1920/30 (o 3o. prédio, da esquerda para a direita. Atualmente, ali funciona uma sorveteria).

À direita do Eden Clube, o antigo prédio do Cassino das Fontes


Eden Clube, baile em 1932


 Outra noite elegante no Eden Clube, nos anos 1930


Noites dançantes no Bar Pinguim e Cassino das Fontes

Conta o memorialista João Luiz Fernandes (3) que, em 1942, tendo retornado do Rio de Janeiro, adquiriu o Bar Pinguim. O bar tinha ligação, pelos fundos, com o Cassino das Fontes, por onde eram fornecidos bebidas e comestíveis para os frequentadores do cassino. O jogo era então uma das atrações de todas as estâncias hidrominerais do país: as elites iam fazer uso das águas como preservativos ou curativos da saúde (geralmente por um período mínimo de 21 dias) e aproveitavam o jogo como lazer.

Fernandes prossegue:

(...) uma iniciativa minha bastante aplaudida foi a instituição de noites dançantes no salão acima do Bar Pinguim, que vieram a ser frequentadas tanto por veranistas quanto pelas famílias da melhor sociedade de Lambari. As danças, naquela época, eram sempre de pares, ao som de sambas, sambas-canção, boleros, rumbas, baiões, algumas valsas e tangos, com muito romantismo embalando os casais.

Em fevereiro de 1949, resolvi transferir essas noites dançantes para a esquina da Rua São Paulo, no Cassino das Fontes, que estava inativo desde a proibição do jogo... [aqui]

Quando João Luiz retornou ao Rio de Janeiro, em dezembro de 1950, o Bar Pinguim passou a ser administrado por seu irmão Sebastião Fernandes.


Fotos

Foto de abertura: A beleza lambariense representada por Ema Gorgulho, em elegante baile de formatura (anos 1950)


Jurandir (Alemão) e Ema, baile de formatura dos anos 1950


Baile de formatura, anos 1950. Na foto, entre outros: Jurandir, Selma Gorgulho, Hélio Nascimento, Vinha Martins, Vadinho Bibiano


(1)

  • Em 1929, [Radamés] foi convidado pelo professor Fontainha  a se apresentar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro tocando pela primeira vez com acompanhamento de orquestra no "Concerto em si bemol maior", de Tchaikovski, tendo recebido grandes elogios da crítica carioca. Por essa época, já radicado no Rio de Janeiro, encontrava-se em dificuldades financeiras quando recebeu o convite para atrabalhar no Cassino das Fontes, na cidade mineira de Lambari, substituindo o pianista Mário Martins. Nessa ocasião, conheceu o baterista Luciano Perrone, com quem construiria uma sólida amizade por toda a vida e que se tornaria um de seus músicos prediletos. 

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB (aqui)


Notas

  • Conheci Luciano Perrone no ano de 1929 , mais de cinquenta anos, portanto, em Lambari, uma estação de águas. Fui contratado para tocar no Cassino das Fontes no lugar do Mário Martins; ele estava no Cassino Éden tocando bateria e em lua-de-mel ao mesmo tempo.

 Do livro Radamés Gnatalli, de Aluísio Didier (Brasiliana Produções, 1996)

  • Os cassinos abriram campo profissional para Radamés, que passou uma temporada em Lambari, onde conheceu Luciano Perrone, o baterista que integraria todos seus conjuntos dali para frente. 

Do livro A Casa da minha Infância, de Luiz Nassif (Editora Agir, 2008)


(2) Uma vista recente dessa rua pode ser examinada no Google. Acesse: https://maps.google.com.br/ e pesquise este endereço: R. Dr. Wadih Bacha, Lambari - MG. Depois clique a aba "Vista da rua".


(3) FERNANDES, João Luiz. Reminiscências de um Brasileiro do Século XX - Cidade das Águas Virtuosas. Lambari, MG : Gráfica Kirios, 2013, pags. 40, 41 e 49.


(*) Veja os demais posts da série:

Publicado por Guimaguinhas
em 09/11/2013 às 11h27
Página 82 de 111

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

Aprendizado Espírita Net

 

 

PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBAR... R$ 86,87
A FACE DESCONHECIDA DA MEDIUNIDADE - A sensib... R$ 29,78
A Guerra das Espingardinhas R$ 35,19
LIVROS/E-BOOKS DO AUTOR NA UICLAP E AMAZON/KI... R$ 1,00
As Águas Virtuosas de Lambari e a devoção a N... R$ 22,87
Os Curadores do Senhor R$ 36,40
Abigail [Mediunidade e redenção] R$ 33,55
Menino-Serelepe R$ 41,35
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