Ilustração: Capa convite de formatura - Curso de Contabilidade do Colégio Comercial Duque de Caxias - Lambari, MG - 1972
Neste mês de dezembro de 2022, completam-se 50 anos de minha formatura no Curso Técnico de Contabilidade, pelo Colégio Comercial Duque de Caxias, de Lambari, MG.
Esse curso estivera fechado por décadas, mas foi reaberto em 1970 pelo diretor Clóvis Lopes Chagas.
Me lembro que cheguei a ir estudar em Varginha, no início de 1970, visto ser a única alternativa em Lambari, depois do Ginásio, o Curso Normal.
Mas fiquei apenas uma semana em Varginha, onde começara a cursar o então Científico, com vista a futuro vestibular.
Tão logo retornei, o Zé Elias Simes, colega e amigo de longa data, foi a minha casa agitado, dizendo — Guima, Guima! Vamos ao ginásio, parece que vão reabrir o curso de comércio!
E foi o que se deu. Eu e ele fomos os primeiros alunos a serem matriculados.
Este post recorda nossa formatura em 1972 — e saudosos colegas e professores, muitos dos quais já se foram...
Vamos lá!
Em fevereiro de 1976, eu cursava a Faculdade de Ciências Contábeis, quando o professor Clóvis Lopes Chagas me convidou para lecionar no Curso Técnico de Contabilidade. Assim foi que assumi duas disciplinas: Contabilidade Geral e Contabilidade Industrial, nos anos letivos de 1976 a 1978. Guardo disso uma terna lembrança e um agradecimento ao professor Clóvis, que me iniciou na área de ensino e treinamento — atividades a que me dediquei durante anos na Receita Federal. |
Dos formandos abaixo, alguns exerceram a contabilidade profissionalmente — como eu, João Bibiano, Benedito Machado, Clemente Krauss, entre outros.
Outros trabalharam em estabelecimentos bancários: — José Antônio Nazaré, José Benedito de Almeida, Mauro Gonçalves de Carvalho, Marcus Vinícius Camargo, Salete Passos, Heliton Rambaldi, Maria Antonia Conti Melo.
Após o curso médio, muitos seguiram as áreas de Direito, Contabilidade, Administração e Magistério.
E grande também é o número dos que já faleceram: — Clemente Krauss, João Batista dos Santos, Marcus Vinícius Camargo, Roberto de Oliveira Maia, Sílvio Barros, Wílson Gonçalves de Carvalho.
Alguns dos nossos professores e professoras:
À exceção do Carlinhos Castilho, os demais já falecidos.
A paraninfa dos formandos de 1972 foi a professora Sônia Maria Gorgulho
No meu site https://textopratico.com/, presto modesta homenagem às professoras Sônia Gorgulho e Maria Rita Santoro, na forma da personagem Professora Sonita.
Confira:
Ilustração: Capa do livro APPLICAÇÕES THERAPÊUTICAS DAS AGUAS MINERAIS DE AGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY E EPOCAS DE ESTAÇÕES, de João Lisboa Júnior, 1928
Com a série HISTÓRIA DE LAMBARY E DE SUAS ÁGUAS VIRTUOSAS, estamos recordando algumas obras sobre a memória histórica de nossa cidade, que além de serem poucas são de difícil acesso.
No número 1 da série, comentamos o livro Águas de Lambari, do Dr. Benício Chaves: (aqui)
Neste número 2, vamos falar do médico lambariense Dr. João Lisboa Júnior e de seu livro que trata dos efeitos medicamentosos de nossas águas, intitulado APPLICAÇÕES THERAPÊUTICAS DAS AGUAS MINERAIS DE AGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY E EPOCAS DE ESTAÇÕES, editado em 1928.
Recordamos que Lisboa Júnior apresentou teses e escreveu livros sobre Crenologia*, disciplina que conhecida profundamente, tornando-se um dos grandes responsáveis pelo uso medicinal das águas de Lambari. Mais tarde, Lisboa viria a assumir a Cátedra de Crenologia da Faculdade de Medicina de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Vamos lá!
JOÃO LISBOA JÚNIOR E AS ÁGUAS DE LAMBARI
Sobre João Lisboa Júnior, já escrevemos o post intitulado: Dr. João Lisboa Júnior, o prefeito que por mais tempo governou Lambari , disponível (aqui).
Quanto ao seu trabalho médico e as suas pesquisas sobre as aplicações terapêuticas de nossas águas, sabemos que Lisboa Júnior foi crenólogo* de "alto renome e precursor no Brasil do sistema de aplicação das águas minerais como antialérgicas, por via hipodérmica* e intramuscular*", conforme noticia José Casais. [2]
Segundo o mesmo Casais [2], Lisboa Júnior:
Acrescente-se que Renato Souza Lopes [3] informa que os ensaios de Lisboa Júnior mostraram o poder agocítico de nossas águas, quando subministradas em injeções subcutâneas, em dias alternados, na dose de 5 cm3.
Segundo esse autor, as conclusões de Lisboa Júnior foram as seguintes:
João Lisboa estudou também os efeitos da água de Lambari no tratamento de cálculos dos rins e vesícula, mediante injeção intramuscular, conforme testemunho de meu pai (Dé da Farmácia) e meu tio João Guimarães, seu irmão, que, ainda meninos, trabalharam na farmácia da família Lisboa (aqui).
Crenólogo: Especialista em crenologia, que é o estudo das propriedades medicinais das substâncias encontradas na análise físico-química das águas minerais, sendo uma ciência que estuda a utilização da água mineral natural com fins medicinais e o tratamento com águas minerais nas fontes. (Wikipedia) Via hipodérmica: Medicamento que se aplica ou que está sob a pele. (Michaelis) Via introdérmica: Injeção intradérmica ou via intradérmica é uma via de administração de medicamentos. Os princípios ativos são administrados entre a derme e a epiderme. O tecido é pouco distensível, sendo assim o volume a ser aplicado varia de 0,1ml a 0,5 ml. (Wikipedia) Via intramuscular: Injeção intramuscular é a injeção de uma substância diretamente dentro de um músculo, onde a substância fica armazenada em profundidade. (Wikipedia) Agocítico – Anagocítico: Poder de certas águas minerais de intensificar ou retardar a proliferação celular (segundo Billard) |
A CADEIRA DE CRENOLOGIA NA UFMG (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)
Eleito prefeito de Lambari em 1952, João Lisboa Júnior não concluiu o mandato.
De fato, em 1954, renunciou ao cargo e se mudou para Belo Horizonte, onde lecionou Crenologia na Faculdade de Minas Gerais.
A disciplina de Crenologia permaneceu na grade curricular da Faculdade de Medicina
de 1929 até o ano de 1965, tendo entre os seus docentes os doutores Omar Rangel Franqueira, Leontino Cunha, João Melo Teixeira, Braz Pellegrino e João Lisboa Júnior. [4]
CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE JOÃO LISBOA JÚNIOR (24-12-1994)
[João Lisboa Júnior]... atendia da mesma maneira, sem fazer distinção entre eles, o veranista milionário do Imperial e o pobre descalço do casebre de pau-a-pique e sapé.
(DR. SILVIO FLEMING DOS SANTOS)
No seu livro de memórias - Casa Progresso - [1], conta o médico Dr. José Benedito Rodrigues os seguintes acontecimentos quando do centenário de nascimento de João Lisboa Júnior, ocorrido em 24 de dezembro de 1994:
Ilustração: Capa e contracapa do livro ÁGUAS DE LAMBARY, de Benício Chaves. 2a. edição, 1932
Como sabemos, é precária a memória histórica de Lambari, e quem pretende estudá-la vai encontrar imensa dificuldade em localizar fontes para desenvolver o seu trabalho — seja porque são poucas, seja porque são de difícil acesso.
As obras mais próximas de nós, como as de CAPRI, AIROSA, CHAVES, LISBOA JÚNIOR, MILEO, MARTINS, CARROZZO, VIOLA, por exemplos, mencionadas na Bibliografia sobre Águas Virtuosas de Lambari (aqui), há muito estão esgotadas, e nem nossa principal biblioteca (aqui) possui a maioria delas.
Pois bem, nesta série vamos recordar algumas dessas obras.
Vamos lá!
ÁGUAS DE LAMBARY - DE BENÍCIO CHAVES
Sobre o dr. Benício Chaves já escrevemos no site GUIMAGÜINHAS o post Dr. Benício Chaves, estudioso das Águas de Lambari e fundador do seu Hospital, que pode ser visto aqui, e também este outro post, sobre sua casa centenária, que foi recentemente demolida: aqui.
Neste seu livro sobre as águas de Lambari, dr. Benício Chaves explana os seguintes temas (mantida a grafia da época):
Filático = Do latim phylaktilós, significando que protege, preserva. Anagotóxico = propriedade que certas águas minerais têm de atenuar a ação de substâncias tóxicas. Agocítico – Anagocítico = Poder de certas águas minerais de intensificar ou retardar a proliferação celular (segundo Billard) |
O Poder Phylactico das Aguas de Lambary
Ao discorrer sobre esse tópico — e especificamente sobre toxinas do veneno da cascavel — Benício Chaves transcreve carta do cientista campanhense Vital Brazil, data de 19 de fevereiro de 1932, que à época estudava essa temática.
Confira aqui:
CHAVES, Benício. Água de Lambary, págs. 19 a 32
CHAVES, Benício. Água de Lambary. Lambary, MG : Pinto & Cia., 1932. A 1a. edição é de 1912.
Ilustração: Reprodução. Planta cadastral da Villa de Águas Virtuosas, ao tempo do prefeito Américo Werneck (1909), mostrando os cursos d'água que formaram o Lago Guanabara. Acervo de Bibianinho Carvalho Rocha.
No número 1 desta série sobre a Planta cadastral mandada organizar por Américo Werneck em 1909, falamos sobre a área central e o Parque das Águas de Lambari (veja aqui).
No número 2, falamos sobre o ribeirão Mumbuca (veja aqui).
No terceiro post, tratamos de antigos hotéis de Águas Virtuosas, mostrados na referida planta (veja aqui).
Neste post, vamos comentar a formação do Lago Guanabara.
Vamos lá.
Vejamos a seguinte descrição feita pelo Anuário de Minas Gerais de 1913:
Fonte: Anuário de Minas Gerais de 1913
O texto menciona os seguintes cursos d'água represados para formação do Lago: Lambary, Lambary Pequeno e Córrego Aurélio. Como sabemos, o rio Lambary citado corresponde ao São Simão, e o Lambary pequeno, ao Ribeirão das Flores.
O Córrego do Aurélio, ao que parece, não desagua mais diretamente no Lago Guanabara.
Sobre esse ponto, veja este post:
1909: Vista da bacia onde se construiria o Lago Guanabara. Ao fundo, à esquerda, a atual Volta da Mata.
Nesta planta de 1909, elaborada antes da formação do Lago Guanabara, podemos ver o curso original do Rio São Simão e do Ribeirão das Flores — as duas principais fontes de alimentação do lago. O pequeno curso d'água que aparece acima, e que desaguava no Ribeirão das Flores, talvez seja o referido Córrego do Aurélio.
Ilustração: Tins, ao lado de banner com fotos dos times de Lambari pelos quais atuou (Águas, Vasquinho e G.R.ABI)
Há tempos, eu, Celinho, Xepa, Tucinho, Zé Gabriel, Décio, Joãozinho, Egberto e outros que atuamos ao lado do Tins (Vítor Luiz Dantas) nos times de futebol de Lambari, queríamos visitá-lo em Varginha.
Mais recentemente, o Alexander dos Santos, que conhecia o endereço do Tins, sempre nos lembrava dessa visita.
Pois bem, marcamos e adiamos essa visita pelo menos umas 5 vezes.
Mas, enfim, ela se realizou nesta 5a. feira, dia 23 de junho de 2022.
Infelizmente, não puderam ir todos os que queriam participar desse reencontro.
Por isso, acabei saindo sozinho de Lambari, mas levando meu primo Miguel Lobo para fazer companhia.
E fomos encontrar o Celinho Machado e o Alexander dos Santos em Varginha, e seguimos para a casa do Tins — quase 20 anos depois da última vez que o tínhamos visto.
Abaixo, um registro desse reencontro emocionante para todos nós.
Dos filhos do seu Geraldo Dantas, jogaram futebol com os atletas da minha geração: Delém, Rubinho, Geraldinho e Tins.
Os mais velhos: Delém (zagueiro), Tins (começou como atacante e depois foi jogar de zagueiro) e Rubinho (lateral esquerdo) chegaram a jogar juntos num mesmo time.
Geraldinho, o mais jovem, que era goleiro, faleceu ainda moço, mas jogou nos times mirim e juvenil do Águas.
Geraldinho, no mirim do Águas (1967) |
Seu Geraldo Dantas, torcedor fanático, não perdia um jogo de futebol. E quando um dos seus "meninos" errava uma jogada, com seu vozeirão, gritava do alto da arquibancada: Eita, menino mole! Parece que não come arroz, feijão e carne em casa! |
Mas, dentre os filhos do seu Geraldo, destacou-se mais o Tins.
De boa estatura, forte, ágil, excelente cabeceador e muita técnica ao dominar a bola e combater o adversário, Tins foi um zagueiraço da sua época!
Guima, Tins, Edson e Tatá, no jogo Águas x Ubiratan, em Lambari, 1973.
Quando chegamos, fomos recebidos "calorosamente" pela cachorrinha da família — uma pequinês barulhenta não muito fã de estranhos.
Eis aí o nossa recepcionista, aos pés do Tins |
E, assim, só depois de algum tempo conseguimos cumprimentar os que estavam na residência — o Tins, sua esposa, d. Ana, sua filha, Lúcia, o genro, Francisco, e o jovem Tallison, casado com sua neta.
E seguiram-se abraços, cumprimentos, pequenos gestos de amizade e calor humano.
Então, entregamos ao Tins o banner abaixo, o que lhe trouxe grande emoção e lágrimas nos olhos: uma linha do tempo com equipes pelas quais atuou no Vasquinho, G.R. ABI e Águas Virtuosas, nos anos 1960/70.
Confira:
Tins, Guima, Celinho, Alexander e Miguel - segurando o banner oferecido ao grande zagueiro do Águas Virtuosas
E vieram recordações de velhos companheiros e resenhas de partidas e jogos memoráveis que realizamos.
Falamos dos grandes craques do passado. Falamos dos amigos e companheiros que já partiram. Falamos dos antepassados.
Contamos casos, recordamos lances de jogos, e também brigas e confusões por que passamos nos mais de 20 anos que jogamos juntos.
Só um boleiro sabe o encanto dessas resenhas!
Depois, pedimos ao Tins que assinasse a camisa do Águas Virtuosas, na qual venho coletando assinaturas de amigos que a vestiram, visando um dia a depositá-la — quem sabe? — num Museu do Águas Virtuosas Futebol Clube.
Celinho Machado e Alexander dos Santos
Miguel Lobo com a camisa do Águas Virtuosas
Para D. Ana, esposa do Tins, levamos alguns presentes de Lambari, para que pudesse matar a saudade da terrinha.
E fechamos nosso encontro com um delicioso cafezinho oferecido por ela, com mistura, como se diz em Minas: pão de queijo, bolo, salgadinhos.
Dona Ana, para quem não sabe, é irmã do Jaime, goleiro que também atuou pelo Vasquinho e pelo Águas:
Motinha, Chá, Jaime, Gil e Alencar, no Vasquinho (anos 1960)
Para homenagear o Tins e celebrar o nosso reencontro, entregamos a ele um banner com fotos de sua atuação pelos times do Águas Virtuosas, G.R. ABI e Vasquinho, nos anos 1960/70.
Nas fotos, muitos amigos nossos já falecidos, como: Chá, Zezé Gregatti, Guinho, Chanchinha, Delém, Betinho, Cabritinho, Chiquinho Barletta, Tatá, Vaca, Gil, Zoinho e outros, dos quais nos lembramos com saudades...
Confira:
Águas. 1976. Chicão, Tins, Zé Gabriel, Hélio Alves, Tucci e Sérgio. Agachados: Zé Paulo, Joãozinho, Xepinha, Jorginho Coca-Cola e Guima
G.R. ABI. 1973. Edson, Vaca, Tinz, Delém, Guima, Celinho e Zé Paulo. Agachados: Xepinha, Serginho, Chiquinho, Tatá e Sérgio
Vasquinho. 1970. Geraldo, Tinz, Cafezinho, Delém, Tatá e Celinho. Agachados: Chá, Egberto, Betinho, Evaldo e Zoinho