Ilustração: Luiz Vesonildo Coutinho com a faixa e o troféu do campeonato de 1986, da Liga de São Lourenço
Já anotamos aqui no site GUIMAGÜINHAS a história dos campeonatos conquistados pelo time do Águas Virtuosas, ou seja:
Hoje veremos o tricampeonato do Águas Virtuosas, pela Liga de São Lourenço, ocorrido em 1988.
Vamos lá!
ÁGUAS TRICAMPEÃO DA LIGA DE SÃO LOURENÇO - 1988
A decisão do Campeonato da Liga de São Lourenço, em 1988, se deu entre o time do Águas Virtuosas e o Juventude Carmense (Carmo de Minas). Para ser campeã, a equipe finalista teria de conquistar 4 (quatro) pontos, e cada partida valia 2 (dois) pontos.
O primeiro jogo se deu em Carmo de Minas, no dia 09 de novembro de 1988, com o resultado de 0 x 0.
A segunda partida ocorreu em Lambari, no dia 16 de novembro de 1988, com o resultado de 1 x 1. Partida confusa, apitada pelo árbitro Carioca (Itajubá), em que houve uma paralisação de 30 minutos.
À vista dos tumultos ocorridos em Lambari, a terceira partida foi marcada pela Liga, para campo neutro (Campo do Esporte, de São Lourenço), somente 5 semanas depois. O jogo se deu no dia 19 de dezembro de 1988, e o Águas venceu por 2 x 0, com gols de Flavinho e João Pretinho, sagrando-se Tricampeão da Liga São Lourenço (1986/87/88).
Nesses jogos decisivos, a formação básica do Águas Virtuosas foi esta:
Márcio Krauss, Gadiego, Sansão, Pedro Luiz, Gabriel, Zé Amauri, Zé Luiz, Flavinho, Heitor, Marcelo, João Pretinho e Edílson.
Outros jogadores da campanha do Águas em 1988: Luiz Cláudio, Rildo, Beto Biaso, Pneu, Sergio Vasco, Chiquinho, Marcinho, Luiz Bié, Roberto Soldado, Manezinho, Amador.
Técnico: Guinho Gregatti.
O time da Juventude Carmense, por:
Kaena, Cao, Paulão, Vanorzinho, João Luiz, Marquinho, Julinho, Omarzinho, Marco Antônio e Batistão.
ALGUMAS FORMAÇÕES DO ÁGUAS VIRTUOSAS NOS ANOS DE 1986/87/88
Em pé: Guinho, Márcio Krauss, Luiz Cláudio, Edílson, João Pretinho, Pedro, Zé Luiz, Turquinho, Amador, Chiquinho e Cafuringa. Agachados, entre outros: Chá, Gadiego, Heitor, Gabriel, Zé Mauri, Luizinho e Sansão.
Na foto, entre outros: Gérson, Manezinho, Heitor, Zé Luiz, Flavinho, Sansão, Gabriel, Márcio Krauss.
Em pé: Guinho, Pedro, Zé Luiz, Roberto Soldado, Zé Mauri, Luiz Cláudio, Turquinho, Márcio Krauss, Sérgio Vasco, Chiquinho e Amâncio. Agachados, entre outros: Gadiego, Heitor, Zé Gabriel, Amador, Sansão, Pneu e Cafuringa.
Lance jogo do Águas, em fevereiro de 1988. O jogador de camisa 6 é o Zé Gabriel.
Sansão, Luizinho, Zé Mauri, Chiquinho, Pedro Luiz, Pneu, Luiz Cláudio e João Pretinho
(1) Beto, Luzinho e Zé Mauri 2) Heitor, Luizinho e Flavinho
Registramos nossas homenagens póstumas aos companheiros João Pretinho, Luiz Cláudio, Edílson e Cafuringa, presentes nas fotos acima.
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
- Apresentação
- História
- Henriqueta Lisboa, uma aluna ilustre
- João Bráulio na WEB
- Fotos
- Índice da Série Memórias do Grupo João Bráulio
- Referências
Apresentação
O João Bráulio — como é conhecido o Grupo Escolar Dr. João Bráulio Júnior, de Lambari (MG) —, é a mais antiga escola do município e formadora de gerações e gerações de lambarienses. Quando foi criada, a instituição tomou o nome de Grupo Escolar da Vila de Águas Virtuosas e atualmente é denominada Escola Municipal Dr. João Bráulio Júnior.
O seu nome é uma homenagem a João Bráulio Júnior, o seu criador. Este importante político mineiro, nascido em Campanha, contribuiu muito para o desenvolvimento da antiga Águas Virtuosas.
Neste post vamos contar e ilustrar um pouquinho da rica história do João Bráulio.
Vamos lá.
História
Já mais que centenário, o João Bráulio foi criado em 1907 e instalado em 1908, e inicialmente funcionou na Rua Wenceslau Braz, em antigo prédio construído e doado pelo município. O atual prédio, situado na Rua Francisco de Castro Filho, foi inaugurado em 1931. Um resumo de sua história pode ser visto (aqui).
Antiga vista do João Bráulio
Henriqueta Lisboa, uma aluna ilustre
Escola por onde passaram professores, advogados, médicos, engenheiros, economistas, e também escritores importantes, como Alaíde Lisboa, José Carlos Lisboa, Ana Elisa Gregori, nela estudou também a educadora e poeta Henriqueta Lisboa — uma das mais ilustres filhas de Lambari.
É de Henriqueta o texto Evocação, uma lírica lembrança de seus tempos de João Bráulio:
Texto pintado na parede lateral do Supermercados GF Palace, em Lambari, MG
EVOCAÇÃO
Prende-se ao Grupo Escolar Dr. João Bráulio Júnior, uma das mais caras recordações de minha infância. As cortinas do tempo não me impedem de contemplar, entre nostálgica e feliz, a imagem daquela escola a que milagrosamente presidia verdadeiro conceito ético de educação.
Revejo os largos pátios de recreio de cujas grades se enamorava o parque novo, naquele tempo com balanço entre flores. Ali entre quatro paredes — não teria sido nalguma gruta maravilhosa? — decifrei os segredos do alfabeto, brinquei com os brancos algarismos no quadro-netro. Ali aprendi para sempre o significado da palavra "dever". A escola era, de fato, o prolongamento da família.
Era o lar que abrangia, em grande abraço, a pequenina sociedade lambariense, com crianças de todas as classes, sem preconceito.
HENRIQUETA LISBOA
Antigo João Bráulio. Ginástica. Início anos 1900
Antigo João Bráulio. Auditório. 1929
Apresentação João Bráulio, já no prédio novo. Anos 1930/40
João Bráulio, professores. Anos 1940/50
João Bráulio, professores e alunos. Anos 1950
Apresentação João Bráulio. Anos 1950
Índice da Série Memórias do João Bráulio
Sobre o João Bráulio, veja também estes textos:
Museu Américo Werneck, Site do João Bráulio: http://escolajoaobraulio.com/index.html; Site/fotos do João Bráulio: http://escolajbjr.wordpress.com/
Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e
trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na
língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do
Sul de Minas Gerais.
(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)
Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,
é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.
(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)
Daninhar: Fazer travessuras (menino); Daninhação = diabruras, travessuras.
Dar as cartas: Estar por cima; comandar, mandar, dominar.
Dar o pira: Fugir, dar o fora, desaparecer rapidamente.
Dar pepé: Fazer com as mãos apoio para que alguém ponha os pés com o intuito de ganhar altura e saltar um muro, subir num móvel, etc.
De chifre cheio: Bêbado, encachaçado.
De mamando a caducando: De criança a homem velho.
De marca maior: Fora do comum; que excede os limites vulgares.
De entuviada: Depressa; desordenadamente.
De fasto: Andar de fasto: Andar para trás.
De sina: Estar de sina = estar com má sorte, azarado.
De supetão: Repentinamente, imprevistamente.
De veia: De humor característico, seja brincalhão, seja intratável, etc.
Deitar-se com as galinhas: Deitar-se logo ao anoitecer ou não muito depois.
Denário: Dinheiro [Italiano].
Desacoçoado: Descoroçoado: Diz-se de, ou indivíduo sem coragem, sem ânimo; desanimado, desalentado.
Desamainar: Amainar, abrandar, acalmar.
Desandar: Refere-se aos intestinos, quando ocorre a diarréia: intestino desandado.
Descochado: Desacochado = Perder a compostura altiva ou presunçosa. Ficar desorientado, envergonhado, desmoralizado.
Desdar: Desatar (nó, laçada, etc.).
Desensarada: Que se restabelece de doença grave.
Desgranida: Desgraçada, levada do diabo.
Deslambido: Sem graça, sem jeito; desenxabido, insulso, delambido.
Deslinguar-se: Falar muito.
Desmazelo: Falta de zêlo; descuido.
Desqueixolado: De queixo caído.
Despinguelar: Descer morro abaixo. [Gíria ocorrente em Aguinhas.]
Despotismo: Exagero; abundância; grande quantidade.
Destampice: Coisa absurda, despropósito
Dever os cabelos da cabeça: Estar muito endividado.
Dia de saco: Dia de sábado. [Costume do interior: Dia de sair da venda com o saco de compras da semana.]
Discretear: Discorrer com discrição ou discernimento, calmamente.
Difruço: Corruptela de defluxo = coriza, mal estar da gripe.
Disgramado: Corruptela de desgramado = desgraçado [com eufemismo]: danado, levado do diabo, travesso.
Dispor: Desfazer-se (de alguma coisa). Vender.
Divertido: Alegre, bem-humorado, engraçado.
Divisar: Avistar, distinguir.
Dizedela: Dito ou sentença popular.
Do tempo do onça: Muito antigo, de antigamente.
Dor-de-fincada: Dor aguda e intensa.
Dormente: Travessa de madeira em que se assentam e fixam os trilhos das estradas de ferro.
Dormideira: Sensitiva, cujas folhas se murcham após uma batida.
Duma enfiada só: De uma vez.
Duma figa: Manifestação de pouco apreço ou de irritação.
(*) Fontes de consultas principais: Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda - Aurélio Eletrônico, Século XXI - Dicionário de Vocábulos Brasileiros, Beaurepaire-Roban - O Dialeto Caipira, Amadeu Amaral -Dicionário Sertanejo, Cornélio Pires - Dicionário da Terra e da Gente de Minas, Waldemar de Almeida Barbosa - Novo Dicionário da Gíria Brasileira, Manuel Viotti.
(**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Veja nos números anteriores desta série:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36347
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37267
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37892
Ilustração: Doodle (versão modificada do logotipo do Google, que celebra datas e personalidades) criado para homenagear os 54 anos de Ayrton Senna.
Quem quiser superar Ayrton Senna terá de inventar uma maneira completamente nova de correr.
NIKI LAUDA
Neste ano de 2014, duas datas significativas tornam Ayrton Senna mais presente entre os seus milhões de fãs brasileiros:
Por essa razão, neste post vamos rememorar como uma das mais importantes biografias do piloto começou a surgir na cidade de Lambari (MG), pelas mãos do lambariense Ernesto Rodrigues.
Ayrton — o herói revelado. (aqui)
Em 2024, foi lançada nova edição com 60 novos depoimentos (aqui)
Ernesto Rodrigues é filho de José Benedito Rodrigues e Edite Carneiro Rodrigues. Sobre as atividades literárias de seu pai e de seu irmão já escrevemos dois textos para o GUIMAGÜINHAS (aqui) e (aqui).
Uma família especialista em Fórmula 1 e Ayrton Senna
No prefácio do livro acima, de 2004, Ernesto Rodrigues escreve:
Edite, minha mãe, fazia um esforço contagiante para me acompanhar diante da tevê naquelas manhãs de domingo, quando os grandes prêmios coincidiam com meus fins de semana de descanso na cidade em que nasci, Lambari, no Sul de Minas. Mas era dona Leda, mãe de André Gesualdi, um grande amigo de infância, quem entendia de Fórmula 1 e de Ayrton Senna. Ela, o filho e o marido Ismael, um médico que não largava de cigarros Hollywood, política, esporte e jornais, eram especialistas apaixonados.
Sobre Ismael Gesualdi veja esta crônica (aqui). André Gesualdi, que herdou da mãe o hábito de colecionar, foi meu companheiro de futebol no mirim do Águas Virtuosas, sendo então conhecido por Andrezinho (aqui); atualmente, é grande colaborador do GUIMAGÜINHAS (aqui).
Como a biografia de Senna começou a ser escrita
Prossegue Rodrigues, no prefácio do livro Ayrton — o herói revelado:
Este livro começou a ser escrito quando atravessei a rua que separa a casa do meu pai da dos Gesualdi, e descobri que, além da paixão por Ayrton, dona Leda tinha guardado, ao longo de mais de 20 anos, na garagem em que eu e André jogávamos futebol de botão quando meninos, uma gigantesca preciosidade: dezenas de caixotes de papelão, com milhares de recortes de jornais e revistas cuidadosamente identificados. Tudo sobre Fórmula 1 e, em especial, Ayrton Senna. Era um tesouro. E o impulso definitivo para que eu, jornalista e apaixonado por automobilismo, mergulhasse de vez no antigo projeto de escrever o livro que nunca li sobre a vida de Senna.
O documentário "Ayrton Senna do Brasil"
O documentário Ayrton Senna do Brasil, realizado a propósito dos 20 anos da morte de Senna, produzido e dirigido por Ernesto Rodrigues, traça a trajetória profissional e pessoal do grande ídolo da Fórmula 1 e mostra depoimentos de diversas personalidades sobre ele: pilotos e ex-pilotos, artistas, atletas, amigos (aqui).
Esse documentário está sendo exibido pelo programa Esporte Espetacular, em quatro episódios. O primeiro episódio, exibido no último domingo (6 de abril), mostra flashes da cidade de Lambari e entrevistas com Leda Gesualdi, André Gesualdi e Geraldinho Brito Mayer, todos esses de Lambari e fãs de Senna — e grandes cultivadores de sua memória (aqui).
O lambariense Crisóstomo Fernandes foi um dos maiores jogadores de futebol de nossa terra, tendo atuado no Águas Virtuosas, no Vasquinho e na S.O.L. dos anos 1950/60.
Mas há um faceta pouco conhecida de Crisóstomo, qual seja a sua inclinação para a música.
De fato, nos anos 1960, ainda menino, me lembro de uma festa de agosto (dia da cidade) em que Altemar Dutra esteve em Lambari e fez um número em parceria com Crisóstomo. Nesse dia, estavam também presentes o Trio Soberanos e João Ribeiro (João Vital), esse companheiro de Crisóstomo em muitos eventos musicais e em serenatas que ficaram famosas na cidade.
Crisóstomo e João Ribeiro (João Vital), apresentando-se em Três Corações. Ao fundo, no violão, Vítor Cunha (*)
Eu sabia também da existência de um disco gravado por Crisóstomo, mas só recentemente consegui localizá-lo. Trata-se do compacto duplo que segue abaixo. E, entre os acompanhantes de Crisóstomo — "o homem da noite em Lambari"—, estão também o violão e o talento de João (Martins) Ribeiro. Eis o disco:
(*) Já falecido, o Auditor-Fiscal da Previdência, radialista, músico e grande botafoguense Vítor Cunha foi um tricordiano muito estimado pelos seus conterrôneos. Na praça principal da cidade, há hoje uma estátua em sua homenagem, justo tributo que que lhe foi prestado pela comunidade de Três Corações.
Fontes: João Ribeiro; Museu Américo Werneck; brasilmetropole.com.br