Ilustração: Escrever memórias. Antigas cartas e fotos e postais: Fonte: Pixabay
QUEM VAI CONTAR AS PEQUENAS HISTÓRIAS?
Quem vai escrever as pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da nossa gente, os acontecidos de Aguinhas? Quem vai recolher os caquinhos da memória, a lembrança das pequenas coisas que todo mundo esqueceu? Quem vai dar voz aos nossos antepassados? Quem vai se lembrar daqueles que não têm história pra contar? Quem vai contar nossa luta, nossa vivência, nossa terra, nossos amores, nossa sorte, nossos azares?
Não vão ser os grandes escritores, é claro. Mas eu gostaria que fosse alguém que narrasse soltinho, sem pensar em fazer literatura, que isso é coisa de poucos. Alguém que o fizesse numa prosinha esquadrejada e fácil, desempenada e leve, lixadinha, boa de ler. Enfim, bem acabada, no capricho, que nem se fosse uma peça aprontada por um desses carapinas que têm sentimento pelo que faz. Só isso, nem um soprinho a mais.
Palavras de JOSÉ BATISTA GUIMARÃES, a quem os netos chamavam de Pai Véio (pai mais velho), postas na página de abertura do site GUIMAGÜINHAS
Meu avô Zé Batista, contador de histórias e inspirador deste site
Aqui no site GUIMAGÜINHAS — espaço eletrônico no qual conto minhas histórias, histórias dos outros e de nossa Águas Virtuosas de Lambari —, tenho estimulado aos visitantes e àqueles que interagem conosco pelas redes sociais (e-mail, Facebook, Whatsapp) a que contem suas pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da sua gente, os acontecidos do lugar em que nasceram, como diria o meu avô contador de histórias.
Vejam-se estes exemplos: |
Pois bem, volto ao tema para falar da importância, dos meios de realização e das ferramentas eletrônicas para escrever e publicar
Vamos lá.
Meu planejamento para contar as Histórias de Aguinhas
Meu primeiro planejamento para contar as Histórias de Aguinhas. Fonte: Como Minas, Aguinhas são muitas, do livro Menino-Serelepe. Disponível aqui
Para contextualizar o tema deste post, examine este artigo:
O texto fala da possibilidade de se trabalhar com historiadores pessoais (profissionais ou empresas que elaboram biografias, perfis, livros históricos de empresas, etc.), mas há informação útil para quem quer escrever a própria história ou de seus familiares, empresas, organizações, etc.
Confira aqui:
20 razões para escrever suas memórias Qual a importância da preservação das histórias de famílias e organizações e das nossas próprias histórias de vida? Em artigo publicado no blog do New York Public Library, a bibliotecária Carmen Nigro enumera 20 razões pelas quais indivíduos, famílias e organizações devem considerar trabalhar com um historiador pessoal para preservar suas histórias.
Disponível aqui: https://edicoesbpm.com.br/2807/ |
O ato ou efeito de lembrar chama-se memória. Memória é também: lembrança, recordação, reminiscência, rememoração. Por definição, memória é a capacidade do ser humano em reter as ideias, as experiências, as impressões.
Assim, quando você se perguntar: — quais são as minhas memórias? — verá que elas são múltiplas e incontáveis: pessoas, personagens, nomes, modos de falar, datas, lugares, edificações, propriedades, atividades, profissões, livros, documentos, e bem assim as narrativas, histórias e experiências emocionais ligadas a tudo isso.
Exemplificativamente, para ativar o cérebro à cata de lembranças, podemos citar:
E QUEM VAI CONTAR NOSSAS HISTÓRIAS?
(...) acreditamos que todos nós podemos (e devemos) contar as pequenas histórias dos nossos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.
É uma maneira prazerosa de guardar e reverenciar a memória dos ascendentes e deixar aos descendentes as narrativas que vão fortalecer os laços familiares e ser-lhes útil ao crescimento emocional, pessoal e espiritual.
GUIMAGÜINHAS
Como se viu acima, à pergunta que abre este tópico, meu avô teria respondido: — Não vão ser os grandes escritores, é claro.
Sendo assim, quem poderia contar nossas histórias de vida?
E ele que tinha resposta pra tudo, frisando as palavras, diria: — ... alguém que narrasse soltinho, sem pensar em fazer literatura, que isso é coisa de poucos.
Desse modo, cada um de nós estamos sendo estimulados a contar as pequenas histórias dos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.
E podemos fazer isso partindo de nossas próprias memórias, mas é certo que devemos procurar outras fontes e meios, como
E para isso nunca houve tantos recursos como os que a tecnologia atualmente nos oferece.
De fato, temos hoje
— recursos esses que nos possibilitam encontrar registros civis, localizar velhos livros, jornais e documentos, montar árvores genealógicas.
Ao lado disso, temos também recursos informatizados para
É o que veremos a seguir.
INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS DE PESQUISAS
É infindável o mundo da internet, como sabemos.
Assim, vamos mencionar algumas fontes de pesquisas eletrônicas que atendem aos objetivos deste post, isto é, escrever sobre pessoas, organizações e lugares, a nós ligados.
Vamos lá.
Fontes de pesquisa eletrônica de laços familiares
Há disponíveis os seguintes acervos eletrônicos:
Publicações do site GUIMAGÜINHAS
Para pesquisar o passado da família (inclusive dos ascendentes estrangeiros), já fizemos algumas indicações aqui no site GUIMAGÜINHAS, como estas:
Fontes de pesquisa de jornais e revistas antigos
Algumas fontes disponíveis:
Alguns sites para essa finalidade:
FERRAMENTAS ELETRÔNICAS DE REDAÇÃO
Estão disponíveis aqui no site GUIMAGÜINHAS posts sobre redação e instrumentos eletrônicos de apoio redacional, como estes:
E-book Ferramentas eletrônicas de apoio à redação E-book Palavras e expressões a evitar E-book Facilitando a vida do leitor Post Caixa de ferramentas eletrônicas para redação Roteiros para Produção e revisão de textos Outros posts do GUIMAGÜINHAS sobre Gramática e Ortografia |
MEIOS DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICOS
Para publicação/divulgação de textos e mensagens pessoais, comumente se usa:
Mas há opções mais sofisticadas, como as que comentamos a seguir.
Vamos lá.
Há inúmeras possibilidades para se criar um blog pessoal, muitos deles gratuitos, como nestas plataformas eletrônicas:
Qualquer texto (posts, crônicas, poesias, contos, novelas, romances) elaborado por meio de um editor de textos (Word ou outro editor) pode ser transformado em e-book (PDF, ePub, etc.), e, nesse formato, ser divulgado nas redes sociais, blogs ou outras plataformas eletrônicas.
Há disponíveis na internet diversos programas gratuitos para isso.
Modelos de livros (templates) Veja esta publicação do blog do Clube de Autores: Formulários para livros No Word do pacote Office da Microsoft, há um prático formulário para edição de livros, que inclui formatação, exemplo de bibliografia e dicas úteis. Confira:
|
Transformando textos em formatos PDF No caso do formato PDF, pode-se fazer deste modo:
⇒ Com o arquivo Word (ou outro editor) aberto, digite: Crtl + P
⇒ Clique Alterar e vai aparecer o seguinte:
⇒ Clique Salvar como PDF No comando da impressora vai aparecer:
A seguir, clique Salvar, e direcione arquivo em formato PDF para uma pasta |
Há diversas plataformas eletrônicas para se produzir e lançar um livro de forma rápida, eficiente e gratuita, seja no formato físico ou digital, ou em ambos.
Estas são as mais conhecidas:
Eis duas das principais:
Para escrever, editar e publicar um livro, muitas vezes, é necessário ajuda profissional (revisão, copidesque, ilustração, formatação, publicação, divulgação) ou a contratação de um historiador profissional — neste caso, se o objetivo for produzir biografias, perfis histórico-profissionais ou livros de memórias de instituições e empresas.
Alguns sites especializados:
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20 razões para escrever suas memórias
https://edicoesbpm.com.br/2807/
Como escrever sua autobiografia
https://pt.wikihow.com/Escrever-Sua-Autobiografia
18 Dicas de Redação: Como contar histórias pessoais e familiares com confiança
https://www.familysearch.org/blog/pt/18-dicas-de-redacao/
Já pensou em escrever um livro sobre a história da sua família? Não perca tempo
http://www.origines.com.br/blog/escrever-livro-historia-da-familia/
Como escrever as memórias da Família
https://pt.wikihow.com/Escrever-as-Mem%C3%B3rias-da-Fam%C3%ADlia
Como escrever um livro sobre a história de uma família
https://vidaria.com.br/2017/11/13/como-escrever-um-livro-sobre-a-historia-de-uma-familia/
Como escrever as memórias da família
https://pt.wikihow.com/Escrever-as-Mem%C3%B3rias-da-Fam%C3%ADlia
6 Maneiras Divertidas de fazer a história da família
https://www.churchofjesuschrist.org/youth/article/6-fun-ways-to-do-family-history?lang=por
3 maneiras de guardar a história de sua família
https://www.semprefamilia.com.br/virtudes-e-valores/3-maneiras-de-guardar-a-historia-de-sua-familia/
Publicando seu livro de história da família
https://www.thoughtco.com/publishing-your-family-history-book-1422316
Árvore genealógica ajuda a contar a história da família à criança
Como criar uma árvore genealógica
https://pt.wikihow.com/Criar-uma-%C3%81rvore-Geneal%C3%B3gica
Como elaborar uma árvore genealógica
https://pt.wikihow.com/Elaborar-uma-%C3%81rvore-Geneal%C3%B3gica
O que é storytelling?
https://www.escoladeroteiro.com.br/estrutura-de-storytelling/o-que-e-storytelling/
Autopublicação no Brasil - É viável publicar um livro independente no Brasil?
https://letraseversos.com.br/autopublicacao-no-brasil/
Como escrever um livro - Guia completo (Clube de Autores)
https://blog.clubedeautores.com.br/como-escrever-um-livro
Guia de publicação de livros (Clube de Autores)
http://media.clubedeautores.com.br/assets/templates/GuiaPublicacaoLivros.pdf
Aplicativos para Escrever: 11 excelentes aplicativos para escritores
https://comunidade.rockcontent.com/aplicativos-para-escrever/
♦ Copidesque: Revisão de texto que tem como foco a correção gramatical e ortográfica, a clareza e a objetividade, os cortes necessários e a adequação às normas editoriais; copy, copy desk.
♦ Ghost-writer: Pessoa que escreve um livro, um artigo ou um discurso por outra, a quem é atribuída a autoria desse texto, ou reservado seu uso.
♦ Memorabilia: Conjunto de objetos e coisas guardados ou colecionados por estarem relacionados com pessoa, acontecimento ou época importantes e por trazerem à tona memórias e lembranças.
♦ Storyboard: Sequência cronológica de desenhos, seguidos de texto ou áudio, que apresentam as principais ações, efeitos visuais e sonoros etc. para um filme, programa ou anúncio de televisão.
♦ Storytelling: Tell, e[ing. = contar] + story [ing. = história]. Storytelling é, portanto, o ato de contar histórias. Termo geralmente utilizado [marketing, propaganda, consultoria] para o ato de contar a história de uma empresa ou instituição.
♦ Template: Modelo informatizado a ser seguido, com uma estrutura predefinida que facilita o desenvolvimento e criação do conteúdo a partir de algo construído a priori.
Fonte: Dicionário Michaelis Eletrônico
TRECHOS DO LIVRO MENINO-SERELEPE QUE TRATAM DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Era deste modo que Pai Véio abria a contação de histórias:
— Há muito tempo passado, num lugar chamado Aguinhas, numa Província do Reino Dorminhoco, lá nas Terras-de-trás-os-ocos-do-mundo, foi que estes acontecidos se deram.
E, em seguida, cantava alto o tão esperado bordão:
— E os poucos que os contam, contam assim como eu vou contar.
E a fantasia começava, sem hora pra terminar.
Pai Véio, um contador de histórias, Cap. XXXIV do livro Menino-Serelepe
Deixei no livro Menino-Serelepe diversas referências à contação de histórias, atividade muito presente na minha criação/formação.
São registros de causos, histórias e narrativas de variada natureza, que tratam, por exemplo, do seguinte:
Confira:
(...) — Ara, larga de preguiça e continua a me escrever o resto que planejamos e que ocê prometeu escrever.
— Eu não prometi nada, o senhor é que me fez prometer e inventou até um plano. É diferente. Ora, o contador de histórias, de causos, sempre foi o senhor e não eu.
— Contar sabia, com a vida difícil não tive oportunidade de aprender a escrever. Isso eu só sabia pro gasto.
— Uai! E eu nem sei contar as histórias nem escrevê-las. Sou de outra nação de contador, lembra? (A última do Pai Véio. Apêndice)
Os sites mencionados neste post são frutos de livre pesquisa na internet, via Google, e, desse modo, nada podemos dizer da qualidade dos serviços neles anunciados.
E registre-se também que este site GUIMAGÜINHAS:
apenas compartilha gratuitamente informações e notícias históricas sobre a imigração de estrangeiros para a cidade de Lambari, MG (antiga Águas Virtuosas de Lambari), e bem assim instrumentos e ferramentas de redação, para uso geral, úteis para registro escrito de memórias pessoais, de histórias de vidas, de autobiografias, etc.
O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.
Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.
Ilustração: Os irmãos Marcelo, Paulo e Ricardo Castro Alves [Basile], tendo, ao centro, Egidio Giordano, chefe da Polícia local, e, do lado direito, o vice-prefeito de Latronico (Vincenzo Castellano). Viagem a Latronico, 2019, terra do trisavô Francisco Basile, que chegou, sozinho, a Águas Virtuosas de Lambari em 1877
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre a viagem que os irmãos Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile] fizeram a Latronico, terra do trisavô FRANCISCO BASILE, que chegou sozinho, aos 18 anos de idade, a Águas Virtuosas de Lambari, em 1877.
Vamos lá.
Marcelo, Ricardo e Paulo (acima) são trinetos de Francisco Basile e bisnetos de Miguel Basile (que aparecem abaixo, da direita para a esquerda)
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui. A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE (este post) |
Vejamos, agora a parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE (Latronico, Itália).
À PROCURA DE INFORMAÇÕES SOBRE OS BASILE
Um time familiar de pesquisadores
A partir de julho de 2019, descendentes de Francisco Basile, o pioneiro da família Basile que chegou ao Brasil em 1877, passaram a pesquisar, em cartórios e registros de hospedarias e imigrantes, a existência de algum registro de nascimento, casamento ou óbito dos antepassados.
Depois que conseguiram registros dos trisavós (Francisco e Edwiges, casamento) e do bisavô (Miguel, nascimento), prosseguiram pesquisando cartórios da região de Jundiaí (onde a família se radicou, no início dos anos 1900), e outras certidões foram encontradas em Dois Córregos, Guariba, Campinas e Jundiaí.
Esse trabalho em equipe, que durou alguns meses, fez aproximar os descendentes de Francisco Basile, inclusive alguns familiares que nunca antes haviam sido contactados.
Pesquisa no site do Arquivo Nacional
O fato de Francisco Basile ter chegado cedo ao Brasil (1877), dificultou a localização de informações, visto que por aquela época o governo brasileiro ainda não mantinha controles de imigração muito rigorosos. As hospedarias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, só iniciaram seus registros anos mais tarde (São Paulo, em 1886).
Mas sabendo que Francisco Basile chegara ao Brasil antes dos anos 1880, concentraram sua pesquisa no Porto do Rio de Janeiro, começando pelo site do Arquivo Nacional - Entrada de Estrangeiros.
Confira:
Capa do site do Arquivo Nacional, que possibilita pesquisas sobre a entrada de estrangeiros no Brasil.
Acesse aqui
Mediante o preenchimento dessa ficha, conseguiram localizar a Lista de Bordo do navio Poitou, de 1877, e nela o nome de Francisco Basile
O formulário acima está disponível aqui
O livro de Registro de entradas de imigrantes no Porto do Rio de Janeiro
Com as informações acima, enfim, conseguiram localizar o nome de Francisco Basile no assentamento nº. 68, do Livro nº. 1 de Registro de entradas de imigrantes no Porto do Rio de Janeiro, cuja escrituração foi iniciada em 1º. de janeiro de 1877. Em que pese o fato de o livro estar com várias páginas danificadas, a folha relativa ao Basile fora preservada.
No assentamento n. 68, o primeiro registro público da chegada de Francisco Basile ao Brasil. Fonte: an.gov.br
Pesquisa nos cartórios de Lambari (MG)
Confirmada a chegada de Francisco Basile ao Brasil em 1877, e sabendo que ele viera para Águas Virtuosas de Lambari, Marcelo Castro Alves, que mora em Miami (EUA), fez um contato por e-mail com o autor deste site GUIMAGUINHAS, em 2 setembro de 2019, procurando informações sobre o trisavô italiano.
Passamos a ele endereço/telefone/e-mail do Cartório de Registro Civil e também da Diocese da Campanha, visto que anteriormente a 1889 os registros civis no Brasil eram feitos pela Igreja Católica.
A partir daí, iniciaram pesquisa nos microfilmes da Diocese da Campanha, disponíveis no site familysearch.org, e localizaram os registros de casamento de Francisco Basile e Edwiges Furquim, e do nascimento de Miguel Basile, o primeiro filho do casal.
Assentamento do nascimento de Miguel Basile, nos arquivos da Diocese da Campanha. Fonte: https://www.familysearch.org/pt/
Family Search vai digitalizar acervos do Arquivo Nacional
Uma ação que certamente facilitará ainda mais a localização de antepassados estrangeiros que vieram para o Brasil será o acordo referido a seguir, entre o Arquivo Nacional e FamilySearch.
Confira:
OBJETIVOS E ROTEIRO DA VIAGEM A LATRONICO
Os irmãos Marcelo, Paulo e Ricardo Castro Alves [Basile], e a mulher deste último, a médica Cristiane Takita, partiram de Miami (EUA) rumo à região da Basilicata (Itália), com o objetivo de conhecer a cidade de Latronico e região, visitar a comune (prefeitura) e resgatar documentos históricos do trisavô FRANCESCO MARIA BASILE, nascido naquela localidade em 1856.
Chegaram por Napoli, alugaram um carro e foram direto para Latronico, passando por Lagonegro (mais ou menos 3 horas, ao Sul de Nápoli). Estradas lindas e em ótimo estado, que, embora de propriedade privada, não se paga pedágio.
O aluguel de um carro possibilitou que conhecessem a região no entorno de Latronico e a costa da Basilicata (que fica a 1 hora de Latronico, cerca de 30 km). As serras, a costa mediterrânea, as rodovias, tudo é muito bonito. Maratea e Cristo Redentor, no topo da serra do litoral, por exemplo, são lugares fantásticos!
Latronico fica dentro do maior parque nacional da Itália — o Parco Nazionale del Pollino. Região montanhosa, natureza preservada, escassa população, pequenas vilas ao redor e nas montanhas e serras, que são bem altas. Em janeiro e fevereiro esses picos ficam cobertos de neve.
Parque Pollino. Reprodução. Fonte: www.italia.it - Disponível aqui
Nesse parque, Latronico é uma das primeiras cidades do roteiro de localidades a serem visitadas, além de outras vilas próximas, muito lindas, como Rotonda, Lagonegro e Castellucio. Dessa última vila, por exemplo, saíram muitos imigrantes para o Brasil, e muitos se instalaram em Iúna, no Espírito Santo, entre eles uma família Fittipaldi (veja aqui).
Era início de novembro e o forte movimento turístico da região havia terminado pouco antes (31 de outubro). E assim muitos hotéis estavam fechados, mas conseguiram pegar um hotel conhecido, que fica no alto da montanha de uma vila próxima, chamada Castelluccio Superiore.
Um ótimo hotel (Hotel Sette e Mezzo), onde foram atendidos como membros de família pelos donos Pietro e Massimo, que lhes tratou com boa comida, pasta, pizza e vinho caseiro de excelência.
Hotel Sette e Mezzo - Casteluccio Superiore (Itália). Reprodução. Fonte: www.hotelsetteemezzo.it
Veja também:
A DOCUMENTAÇÃO PÚBLICA DE LATRONICO
Uma vez em Latronico, a missão mais importante dos irmãos Castro Alves [Basile] era localizar registros civis do trisavô Francisco [Francesco] Basile, e, assim, rumaram à comune (prefeitura), onde foram muito bem recebidos e tiveram acesso aos acervos públicos do município.
A chegada à Comune (Prefeitura) de Latronico
Cidade pequena, não foi difícil localizar o prédio da Prefeitura de Latronico.
Prédio da comune (prefeitura de Latronico)
Ricardo Castro Alves [Basile], na entrada do prédio municipal
Chegados à Comune, os irmãos foram recebidos por servidores gentis e prestativos, que os atenderam muito bem, entre eles o responsável pelos arquivos dos registros civis da municipalidade, Egidio Castronuovo.
Acompanhados por Egidio Castronuovo, Paulo e Ricardo Castro Alves [Basile] conhecem os arquivos da prefeitura de Latronico
Os registros civis de Latronico
Arquivos, pastas e índices cronológicos foram disponibilizados aos irmãos Castro Alves [Basile], para que pudessem localizar os registros dos seus ascendentes de Latronico.
No acervo, há poucos registros anteriores a 1870, mas a persistência e a sorte novamente andaram juntas, pois conseguiram encontrar o livro de registro do nascimento do italiano Francesco Basile, natural de Latrônico, filho de Michelle Basile e Egidia Antonia Basile, ocorrido em 21 de novembro de 1856.
Por uma questão legal, documentos civis anteriores a 1870 não podem ser oficialmente reconhecidos. Desse modo, se não puderam obter a certidão de nascimento de Francesco Basile, conseguiram fotografar a página do livro de Atto di nascita, em que foi assentado o registro de nascimento do trisavô Basile.
Confira o caminho até a página do livro que contém o registro do nascimento de Francisco Basile, cujo nome civil completo é Francesco Maria Basile:
Acervo com os registros civis de Latrônico
Reprodução fotográfica do registro de nascimento de Francesco Maria Basile
Interesse pelos que emigraram de Latronico para Águas Virtuosas de Lambari
O entusiasmo e as histórias contadas pelos Basile descendentes contagiaram autoridades municipais de Latronico, que pediram informações sobre as mais de 40 famílias de Latrônico que emigraram para Águas Virtuosas, em fins dos anos 1800.
Os irmãos resumiram o que sabiam e mostraram cópias de documentos, trechos de livros e posts do site GUIMAGUINHAS que tratam da vinda desses italianos pioneiros para o Sul de Minas.
A relação foi tão empática que a conversa com os loquazes italianos se estendeu, e os dirigentes municipais falaram de Latronico, de sua gente, sua economia, suas atividades e passeios.
E posaram para fotos:
Os irmãos Castro Alves [Basile] e Egidio Castronuovo, funcionário responsável pelo acervo da prefeitura
Ricardo e Paulo Castro Alves [Basile] e Egidio Giordano, chefe de polícia de Latronico
Marcelo e Ricardo Castro Alves [Basile] com o vice-prefeito de Latronico, tendo ao fundo a bandeira do município e figuras icônicas da cidade
Depois, Egídio Giordano, que também é escritor, mostrou aos Castro Alves [Basile] um dicionário de antigo dialeto falado em Latronico e um livro de fotos históricas da cidade e de antigos moradores.
O também escritor Egídio Giordano mostra aos Castro Alves [Basile] um dos livros do qual é coautor
Giordano e seus colegas da comune reconheceram sobrenomes das famílias italianas que saíram de Latronico para Águas Virtuosas, e informaram que os membros dessas famílias falavam o dialeto de Latronico, e não o italiano que atualmente lá se pratica.
O chefe de polícia, que é coautor das obras citadas, deu aos visitantes um exemplar de cada uma delas.
Egídio Giordano presenteia com livros descendentes de Francisco Basile
Por fim, saíram a passeio com os Basile, para visitar lugares históricos e turísticos de Latronico.
Ciceroneados por Egídio e/ou Vincenzo, os Alves de Castro [Basile] visitaram as termas, o parque, o mirante, a igreja, e outros recantos de Latronico, e almoçaram com o vice-prefeito.
Os Castro Alves [Basile] almoçando com Vincenzo Castellano
O centro termal de Latronico localiza-se na entrada da vila, um lugar muito bonito, cheio de árvores e fontes de água quente (vulcânica), com temperatura aproximada de 25 ºC.
Há ali um grande spa, que se encontrava fechado, em razão de a estação turística ter se encerrado. Um grande hotel e um spa (wellness) está para ser construído, devendo ficar pronto em 2022.
Terma de Latronico. Reprodução. Fonte: https://www.gogoterme.com/terme-di-latronico.html
Visita às termas de Latronico, na companhia de Vincenzo Castellano
Estrada que atravessa o Parque dell Pollino
Vista de Latronico, tomada da Igreja de Santo Egídio
Placa no interior da Igreja de Santo Egídio
Vista de Latronico
Seguem abaixo vídeos da viagem a Latronico, produzido pelos irmãos Castro Alves [Basile], com um resumo do conteúdo.
Confira:
Resumo do conteúdo: Viajantes no avião; dirgindo até Latronico; divisando Latronico no alto do monte; vista ao longe de Latronico; placa de chegada a Latronico; chegada ao prédio da comune; livros e arquivos da prefeitura; atendimento na prefeitura; livros e arquivos do acervo municipal; livros de fotos antigas de Latronico; livros recebidos de presente; fotos com servidores municipais; almoço; vista à igreja de Santo Egídio; vistas de Latronico; bandeira italiana de tricô típico de Latronico.
Resumo do conteúdo: Placa de bem-vindo a Latronico; vistas de Latronico do alto; parte nova e parte antiga de Latronico; vendedor ambulante de queijos e embutidos; tipos de queijos da região; vista à Igreja de Santo Egídio; interior da Igreja de Santo Egídio; Gruta de Santo Egídio; visita às termas; visita à prefeitura; livros sobre Latronico.
LATRONICO E LAMBARI — CIDADE COIRMÃS
LATRONICO ⇔ (ÁGUAS VIRTUOSAS DE) LAMBARI
[Dentre as fotos disponíveis no site] selecionamos três imagens de Latronico que guardam semelhanças com as serras, a vila montanhosa e as águas minerais que as famílias de imigrantes encontraram em Águas Virtuosas de Lambari.
Do post: Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari.
Site Oficial de Latronico. Disponível aqui
A ÁRVORE DA VIDA
Já na antiguidade, segundo estudiosos, os povos celtas preocupavam-se em montar suas árvores genealógicas, ou árvores da vida, pois este ato tinha um significado mágico: reforçava os laços com os antepassados e prestava uma homenagem aos que lhes tinham transmitido a vida.
Fonte: http://www.ingesc.org.br/2017/09/release-a-arvore-da-vida-lebensbaum/
Os relatos das viagens a Latronico dos descendentes dos GESUALDI e dos BASILE que o site GUIMAGUINHAS publicou nesta Série mostram interessantes identificações entre a bela cidadezinha italiana e nossa Lambari.
De fato, Latronico e (Águas Virtuosas de) Lambari são cidades cercadas por serras, com construções nos altos dos montes, com fontes de águas minerais, com clima salutar, com termas, com vocação de estância turística, climática e hidroterápica — e o mais relevante: com fortes raízes espirituais, históricas e culturais, calcadas nas centenárias sagas familiares que as interligam e fazem delas naturalmente cidades coirmãs.
Sendo assim, por que não aproximá-las cultural e turisticamente?
Por que não estabelecer um eventual intercâmbio entre elas?
Por que não aprofundar mais essa história?
Por que não estreitar antigos laços de família e de cultura?
Por que não possibilitar que outros descendentes dos italianos de Latronico conheçam parte fundamental de sua árvore genealógica?
Enfim, por que não começar fazendo isso preservando e divulgando nosso pedacinho da memória da imigração no Brasil?
Por que não abrir espaço no site oficial das prefeituras para registrar essa história?
Pois bem, essas são ideias e impressões que os irmãos Basile colheram de autoridades de Latronico e sobre a qual representantes públicos, associações civis e escolas de (Águas Virtuosas de) Lambari deviam se inteirar, pois pode trazer frutos benéficos, não só às famílias de imigrantes italianos, como também à comunidade lambariense, como um todo.
AS HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO DE LATRONICO PARA LAMBARI Os posts da Série IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, do site GUIMAGUINHAS, e bem assim a divulgação deles no Facebook.com/historiasdeaguinhas, tem sido acompanhados com algum interesse por pessoas de Latronico, como o Vincenzo Castellano, o jovem vice-prefeito de Latronico, entusiasta dessa ligação histórico-afetiva entre Latrônico e Lambari.
Curtida no Facebook/historiasdeaguinhas - postagem Viagem à terra dos antepassados - Família Gesualdi, em 5, jan, 2019 |
PRÓXIMA PESQUISA — OS MENESINI DA TOSCANA (Pescia)
Concluída a busca pelas origens dos Basile, do lado materno dos irmãos Castro Alves, a família se volta agora para o lado paterno, à procura das origens dos Menesini, originários da Toscana (Pescia).
E já tem um interessante fato, por onde começar, como informa Marcelo Castro Alves, via e-mail, ao autor do GUIMAGUINHAS:
O navio Poitou que levou o meu antepassado imigrante italiano do lado da minha mãe, o “Basile” de Latronico, ao Brasil em 1877, é exatamente o mesmo navio que levou 14 anos mais tarde (em 1891) os meus antepassados imigrantes italianos do lado do meu pai (familia “Menesini”) da Toscana (Pescia).
QUEM SÃO OS TRINETOS DE FRANCISCO BASILE QUE VISITARAM LATRONICO
Os irmãos Marcelo, Ricardo e Paulo Castro Alves [Basile], que fizeram a viagem a Latronico, e assim também sua irmã Regina, são da 4a. geração dos BASILE, na seguinte sequência genealógica:
Marcelo, Paulo e Ricardo, os trinetos de Francisco Basile
Marcelo é economista; Paulo, dentista, e Ricardo, médico; (a irmã Regina é psicóloga). Todos trabalham em Miami (EUA), onde residem há mais de 30 anos, na companhia dos pais (ela nascida em 1936, e ele, em 1933).
Ilustração: André Gesualdi, em 2012, em viagem a Latronico (Itália), terra de seus bisavós, os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo, que chegaram a Águas Virtuosas de Lambari em 1893
Fomos dormir [em Latronico, 24-05-2012] com a lembrança dos antepassados, em quem não podíamos pensar muito, devido a forte emoção, como a que agora me atinge ao escrever tudo isto, e, também, ao lembrar que estava realizando o sonho do meu pai e — por que não dizer? — de meu avô ou algum tio querido.
ANDRÉ LUIZ MARTINS GESUALDI (*) - Relato de viagem a Latronico, 2012.
(*) Filho de Ismael, neto de Annunciato e sobrinho-neto de Vicente, Maria, Egídia e Isabel — todos esses GESUALDI
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre a viagem que André Gesualdi e sua esposa Deborah fizeram a Latronico, terra dos antepassados de André — os GESUALDI que chegaram a Águas Virtuosas de Lambari, em 1893.
Vamos lá.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui. A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família GESUALDI (este post) A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui. |
Vejamos, agora a parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família GESUALDI (Latronico, Itália).
Este post foi feito com a grande colaboração de André Gesualdi (veja aqui), que gentilmente cedeu cópias de fotos e do relatório da viagem que fez a Latrônico, em 2012, para conhecer a terra de seus bisavós: Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo.
Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo, italianos de Latronico
Nessa viagem a Latronico, André e Déborah seguiram um roteiro pouco habitual aos turistas brasileiros, que geralmente ali chegam pelas autoestradas, via Napoli. O casal escolheu subir as montanhas, passar por rodovias secundárias (até estradas de fazendas) e chegar vindo do alto.
Nesse trajeto, passaram por Campobasso, cidade da família Biaso, que também migraram para Águas Virtuosas. O avô de André, Annunciato Gesualdi, viria a se consorciar com uma Biaso: Thereza, filha de Francisco de Biaso e Pascoalina de Biaso.
O imponente Monte Alpi (1800 m), próximo ao roteiro seguido por André Gesualdi
Depois, por Pietrelcina, San Giovanni Rotondo e dormiram em Foggia, partindo em direção a Latronico, passando por Potenza.
De Foggia para Potenza, seguiram pela tradicional E 847, e desviaram a seguir pela estrada que passa por Tito: a SS 95var, uma "Strada Statale". A seguir, tomaram a SS 598, até encontrar a SS 104, passando por pequenos vilarejos tão comuns na Itália. Alguns desses caminhos, apesar de asfaltados, somente davam passagem para um veículo por vez.
Pequena estrada vicinal asfaltada
No dia 24/05/2012, às 13h15min, o casal chegou a Latronico pela SS 104, de onde se tem uma magnífica vista da cidade.
André e Deborah na foto tradicional com Latronico ao fundo
E não se vai à Itália sem comer bem e beber bom vinho!
O primeiro almoço foi na La taverna dei gesuiti (que quer dizer taverna do jesuíta, e não dos Gesualdi, como pode parecer).
Excelente escolha pela recepção e pela comida, talvez a melhor de toda a viagem: um antepasto de vários salames, pães, bacon, peperoni da região e brusqueta, seguido por um macarrão largo com bacalhau, acompanhado de um vinho próprio do estabelecimento.
Isso tudo ao som de Caetano, Vinicius e bossa nova — paixão de Benito Vecchio, o simpático e caloroso proprietário da taverna.
Um antepasto generoso e um vinho da casa
Saiba mais
Reprodução. Fonte: Tripadvisor.com.br
Após o almoço, o casal se hospedou num b&b - bed&breakfast (quarto com sala, cozinha e banheiro), de propriedade do geólogo Vincenzo Delcimarotto, cuja mãe, já falecida, chamava-se Maria Gesualdi, mas não era parenta de André.
Nessa mesma tarde, acompanhados por funcionários do b&b, rumaram à prefeitura (comune), para obter informações sobre a família: sua origem, cópias de documentos, existência de parentes ainda vivos, etc. Foram bem recebidos e orientados a retornar no dia seguinte.
Após a visita à prefeitura, André e Deborah foram conhecer a cidadezinha.
Sim, Latronico é uma pequena cidade, cuja população, historicamente, nunca ultrapassou 7.000 habitantes. Chegou a possuir 3.000 habitantes no início do século XIX e cerca de 5.000 à época da imigração (final do Século XIX). Em 2008, havia 4.906 moradores, conforme dados oficiais da prefeitura.
Era uma quinta-feira — nesse dia o comércio de Latronico não funciona — e assim, em cerca de duas horas, o casal completou um giro pela cidade, visitando lugares tradicionais e tirando centenas de fotos.
Ao cair da tarde, foram ao mirante, onde recolheram algumas pedras e fizeram esta bela foto da cidadezinha:
Latronico vista do alto. No centro da foto, pode-se ver o local de hospedagem (casa amarela, com telhado cinza)
Durante aquele passeio, conversa aqui, pergunta acolá, conseguiram identificar 5 diferentes famílias de sobrenome Gesualdi, e dentre eles duas parentas: Dra. Fellicetta Gesualdi, médica, e Emma Gesualdi, lojista.
Loja de Emma Gesualdi
Placa da loja de Emma Gesualdi
Placa existente no consultório de Felicetta Gesualdi
Outros Gesualdi não parentes também foram localizados.
Na visita ao pequeno cemitério, por exemplo, havia 22 túmulos de pessoas com sobrenome Gesualdi — o que faz pensar ser Latronico a "terra dos Gesualdi"...
Passaram por uma oficina mecânica pertencente a Egidio Gesualdi, mas o proprietário não se encontrava. Um jovem atendente, de sobrenome Gesualdi, que não era parente do citado Egídio, estava no local, e, parecendo ocupado, pouca atenção lhes deu.
Mas é natural que eventual parentesco não seja reconhecido pelas distantes gerações futuras, separadas por dezenas de anos e milhares de quilômetros...
Após breve descanso e um banho, retornaram à La taberna dei gesuiti, lugar onde os esperavam uma gentil acolhida, uma boa refeição e um excelente vinho. Os pratos foram pizza al baccio (de atum) e capricciosa (de queijo, presunto, cogumelo). Que pizza! Que molho! Ao fim, levaram um vino rosso para desgutarem com os filhos no Brasil e guardar a garrafa como lembrança.
Fora um dia intenso e pleno de emoções, e ao dormir veio-lhes suave lembrança dos antepassados e, para André, a certeza de que estava realizando o sonho do pai e — por que não dizer? — do avô ou de algum tio querido.
Ao acordar, Vincenzo serviu-lhes um café simples, mas preparado com carinho (afinal, a mãe era uma Gesualdi!), e também, claro, com o interesse profissional de bem servir o cliente.
Em busca de antigos documentos
Era hora de voltar à prefeitura, em busca de antigos documentos da genealogia dos Gesualdi que, há mais de um século, haviam emigrado para Águas Virtuosas.
O arquivo da comune é bem organizado, sendo catalogado a partir de 1870, data essa posterior ao nascimento dos bisavós. Havia arquivos mais antigos, mas entre esses faltava exatamente a pasta de 1851 — ano em que nascera o bisavô Egydio Gesualdi.
No entanto, a busca não fora de toda infrutífera, pois conseguiram uma cópia do registro de nascimento do tio-avô Vincenzo, nascido em 1883.
Certidão de nascimento de Vicenzo Gesualdi. Obtida em Latronico. 2012
Foram ainda à casa paroquial, onde os recebeu o pároco Dom Gioavanni, que aparentemente os esperava, mas nem lá foi possível encontrar as antigas informações de que necessitavam. Afinal, os bisavós italianos haviam deixado Latronico há mais de 120 anos!
Santo Egídio, Abade — protetor de Latronico
Fizeram duas tentativas de conhecer a antiga igreja matriz dedicada a Santo Egídio, Abade, o protetor de Latronico, e em ambas ela se encontrava fechada.
Santo Egídio, Abade. Protetor de Latronico.
Visitaram assim a atual matriz, onde fizeram este registro fotográfico:
Interior da igreja de Santo Egídio. Latronico. 2012
O casal acabou conhecendo alguém da família Ponzo, que tem parentes no Rio de Janeiro. Há também uma família Ponzo em Cambuquira, MG, terra dos Martins, de Dona Leda, mãe de André.
Com o citado Ponzo, André conseguiu cópias de antigas fotos de Latronico, como esta:
Antiga foto de Latronico (meados dos anos 1800)
Poderia ser a emoção de rever a terra dos bisavós, mas André de fato achou Latronico uma pequena bela cidade.
Com razão, pois trata-se de uma cidade no topo da montanha, tão comum na Itália, composta de duas partes: a antiga com suas ruas muito estreitas, labirintos para pedestres, casas antigas, algumas de pedras com varandas, como na maioria das cidades italianas; e uma área mais nova, mas ainda pequena.
Cidade muito limpa, com nenhum carro mais moderno, e muitos triciclos motorizados, conduzidos por senhores, alguns deles distribuindo verduras pela manhã.
No comércio, nos poucos lugares em que tiveram tempo de procurar, não encontraram antiguidades ou artesanatos, ou, ainda, livros sobre a história da cidade, que existem, mas as edições estavam esgotadas.
A maioria da população é composta por pessoas mais velhas, poucos jovens andavam pelas ruas. À noite, há um ponto de encontro para a juventude na praça principal (Piazza Umberto I) — um local chamado Rendez-vous.
O Rendez-vous, ponto de encontro dos jovens em Latronico (2012)
Hora de retornar! Chegara ao fim a rápida visita de 24 horas à terra dos bisavós...
Pagaram 60 euros pelo apartamento (café da manhã, aquecimento central regulado a 20 graus e muito conforto), e Delcimarotto, o proprietário, ajudou-os com as malas e foi com eles ainda ao mirante e às termas, para novas fotos e um olhar de despedida.
E partiram... Talvez para nunca mais voltar!
Na viagem de volta, no aeroporto de Roma, André dirige-se à Alfândega, para tratar do reembolso de alguns euros. Lá foi recebido por um funcionário, já idoso (Genaro?), que ao ver o sobrenome Gesualdi no passaporte pergunta-lhe se é italiano.
— Sim, responde André, de família de Latronico.
E o senhor diz:
— Ah, da região de Lagonegro e Maratea!
Após isso, sai André a procura da caixa vermelha do correio, onde deveria postar documentos do reembolso, mas não a encontra, e volta então ao sr. Genaro, que, ao vê-lo, comenta com um colega:
— Ele é um italiano, Gesualdi.
E o senhor Genaro, gentilmente, se dispõe a postar a encomenda e acompanha o casal à sala de embarque.
No fim da aventura na Itália, tratado como um italiano!
Natural de Lambari, MG (29-04-1955), casado com Deborah Maura Gorgulho Valério Gesualdi, pai de dois filhos, ANDRÉ LUIZ MARTINS GESUALDI é filho de Ismael Gesualdi e Leda Maria Martins Gesualdi, descendendo, pelo lado materno, de João Paulino Martins e Joana de Oliveira Martins, e, pelo lado paterno, de Annunciato Gesualdi e Thereza de Biaso.
Pelo lado paterno, é bisneto de Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo, casal de italianos que veio para o Brasil em 1893, originários de Latronico (Itália), e se instalaram em Águas Virtuosas de Lambari.
Formado em Engenharia Elétrica pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá - EFEI e Gestão Avançada pelo INSEAD, na França, André tem vasta experiência empresarial (Schlumberger/Balteau, Alstom e Areva).
Residindo em Itajubá desde 1971, André Gesualdi é empresário e Diretor Administrativo/Financeiro da Balteau Produtos Elétricos Ltda. e Presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Matérias Elétricos de Itajubá - SIMMMEI.
Fonte: https://www7.fiemg.com.br/
Reprodução. Fonte: https://www7.fiemg.com.br/
Ilustração: O emigrante italiano FRANCISCO MARIA BASILE, que veio de Latronico (Itália) para Águas Virtuosas de Lambari (MG), em fins do século XIX
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre os FRANCISCO MARIA BASILE, um dos imigrantes italianos que vieram de Latronico para Águas Virtuosas de Lambari e formou grande família no Brasil.
Vamos lá.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 3.1. Família GESUALDI está aqui A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE (este post) A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Francisco Maria Basile nasceu em Latrônico (Itália) em 21 de novembro de 1856. Era filho de Michele Basile e Egidia Antonia Basile.
Em 1877, o jovem Basile de 18 anos emigrou sozinho para o Brasil, trazendo uma maleta de roupas e pequena quantia em dinheiro, para as despesas iniciais.
Francisco, que não mais retornaria à Itália, veio a bordo do vapor francês Poitou, que saiu de Nápoli em 16 de abril, com escalas em Gênova e Marseille, chegando ao Porto do Rio de Janeiro em 26 de maio de 1877.
Basile veio depois para Águas Virtuosas de Lambari, onde se casou com Edwiges Furquim e teve seus primeiros filhos: Miguel e Judith.
Registro de nascimento de Francisco Maria Basile (21/nov/1856). Reprodução fotográfica do livro de Atto di nascita. Fonte: Prefeitura de Latronico. 2019
Trajeto e relatório de viagem do navio Poitou, que trouxe Francisco Basile em 1877
Francisco Basile aparece no Livro de registro de emigrantes. 1877. Fonte: Arquivo Nacional
Em Águas Virtuosas, pouco mais tarde, Francisco Basile se casou com Edwiges Duquesa Furquim.
A família Furquim já estava em Águas Virtuosas antes da chegada de Francisco Basile. Os Furquins são originários da Alemanha, da cidade de Forccheim, na Baviera, cidade histórica.
O casal teve 5 filhos: Miguel e Judith, nascidos em Águas Virtuosas, MG; e Antônio, Reynaldo e Carmem, nascidos em Dois Córregos, SP.
Os registros de casamento e de nascimento dos dois primeiros filhos de Francisco e Edwiges foram feitos na Paróquia de N. S. do Carmo (atualmente cidade de Carmo de Minas, MG).
A Paróquia de N. S. do Carmo, pertencente à Diocese de Campanha, foi criada em 1832
Certidão de casamento de Francisco Basile e Edwirges Furquim (6, nov, 1880)
Certidão de nascimento de Miguel Basile (4, set, 1882)
Árvore genealógica da família Basile
Mudança para o Estado de São Paulo
Após alguns anos no Sul de Minas, os BASILE foram para o interior de São Paulo, passando por Dois Córregos, Campinas e Jundiaí, cidade essa na qual a família se fixou.
Edwiges, esposa de Francisco, faleceu muito jovem, no ano de 1903, em Dois Córregos, e os filhos menores foram criados com a ajuda de Judith, a filha mais velha do casal.
Francisco Basile passou seus últimos anos em Campinas, com a filha Judith, cidade na qual veio a falecer em 1932.
Francisco Basile (sentado, à esquerda), ao lado do filho Miguel. Em pé, atrás de Francisco, à esquerda, o filho Reynaldo; e à direita João Savaglia (futuro esposo de Judith)
Nascido em Águas Virtuosas de Lambari no dia 4 de setembro de 1882, Miguel Basile casou-se em 7 de outubro de 1905, em Guariba, SP, com Guiomar de Castro.
Miguel Basile e Guiomar de Castro Basile
O casal Miguel e Guiomar vão constituir extensa família que se fixará, a partir dos anos 1910, na região de Jundiaí e Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Em 1930, na comemoração dos 25 anos de casamento, a família Castro Basile já é numerosa:
Família Castro Basile
Da esquerda para a direita:
A carreira esportiva de Miguel Basile
O lambariense Miguel Basile foi para Jundiaí, SP, a fim de trabalhar na Companhia Paulista de Estradas de Ferro, logo após a fundação do Paulista Futebol Clube, ocorrida em 1909, clube esse formado por funcionários daquela empresa — daí o nome do clube: Paulista.
Primeiro distintivo do Paulista Futebol Clube. Fonte: fanaticopaulista.blogspot.com
O Paulista sucedeu ao Jundiahy Foot Ball Club, que funcionou de 1903 a 1908.
Conheça a história do clube (aqui)
No Paulista, Miguel Basile atuou como jogador e técnico, e ocupou ainda o cargo de presidente, durante certo período.
Benedito Bonito
Foi ele quem levou para o Paulista o jogador Benedito Bonito, que atuara no Primavera de Indaiatuba.
Bonito viria a se consorciar com Mercedes de Castro Basile, dando origem à família Basile Bonito, muito conhecida naquela região do estado de São Paulo.
Benedito Bonito, grande artilheiro do Paulista Futebol Clube
O Campeonato do Interior de 1930, pela 6ª Região da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), equivaleu ao Campeonato Jundiaiense daquele ano. A respeito, informa o site https://fanaticopaulista.blogspot.com: Após figurar, entre 1926 e 1929, na Liga dos Amadores de Futebol (LAF), onde disputou o Campeonato Paulista destes anos, o Paulista viu-se obrigado, com o fim da Liga, a refiliar-se à APEA para manter-se em atividade contra as principais equipes do estado. Numa rápida transição, o Tricolor voltou a enfrentar outras equipes da capital e das demais cidades do interior. Em agosto, a APEA dava início ao seu Campeonato do Interior da chamada 6ª Região, que na verdade era composta pelos clubes da cidade de Jundiaí filiados a ela. Cinco clubes foram inscritos na competição. O atual bicampeão Ipiranga (da Vila Arens), o Corinthians Jundiaiense (também da Vila Arens), o São João (da Ponte São João), o Palestra Itália (da Colônia) e o Paulista (do Centro). Neste campeonato, o Paulista sagrou-se campeão, com apenas 1 ponto perdido, e Bonito foi um dos artilheiros do time (gol na partida contra o Ipiranga).
Benedito e Mercedes: ele artilheiro, e ela madrinha do Paulista Futebol Clube |
Miguel Basile, árbitro de futebol
Miguel atuou também como árbitro e representante de arbitragem pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos - 6a. Reg), em diversos jogos, nas décadas de 1920/1930.
Numa partida entre o Paulista x América, em 16 de fevereiro de 1930, ocorreu algo curioso: Miguel Basile teve de substituir o árbitro da partida, em razão de reclamações do time do América, quanto à validação do terceiro gol do Paulista.
Confira:
Reprodução. Fonte: Blog do Marcão (brfut.blogspot.com/2016/11/)
Outros jogos dos quais Miguel Basile participou na arbitragem:
Reprodução: Diário Nacional, 1927. Braz-Jornal, 1928. Correio Paulistano, 1927.
A família na Presidência do Paulista Futebol Clube
Além de Miguel Basile, o seu genro José Godoy Ferraz (casado com Maria Basile Ferraz) também foi Presidente do Paulista Futebol Clube, nos anos 1956 a 1958. José Godoy Ferraz Sobre José Godoy Ferraz, veja aqui
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Nos anos 1960, organizou-se em Jundiaí o Torneio Miguel Basile, em homenagem ao grande desportista daquela cidade.
Em 4 de abril de 1960, o vereador José Pedro Raimundo parabeniza o campeão e o vice-campeão do Torneio Miguel Basile daquele ano
Os Basile no Paulista de Jundiaí
Além de Miguel e Bonito (que se casou com uma Basile), outros membros da família Basile marcaram presença no Paulista de Jundiaí.
Vejamos:
Miguel Basile Júnior
Filho de Miguel, Basile Júnior (Lelo) atuou no Corinthians e no Paulista de Jundiaí.
Reprodução. Correio de SP, 9, mar, 1933
Paulista de Jundiaí. Ao centro, Miguel Jr. e Roberto Basile
Roberto Basile
Um outro filho de Miguel —Roberto Basile (Beto Basile) — também atuou pelo Paulista de Jundiaí. Na foto abaixo (time do Paulista, campeão jundiaiense de 1939) ele é o último, em pé, à direita.
Reprodução. Fonte: site: fanaticopaulista.blogspot.com
Em pé: Sidney Normaton [presidente], Lazinho, Sanche, Polini, Ivo de Almeida e Roberto Basile. Agachados: Ferreira, Leoneto e Trevisan. Ajoelhados: Dedão, Zé Dica e Gaúcho
A família de Miguel e Guiomar, no Natal de 1943
No Natal de 1943, engrandecida pelo consórcio das famílias Bonito, Rivelli, Ferraz e Lacerda, a grande família Castro Basile se reuniu para esta foto histórica:
Da esquerda para a direita: Em pé: Benedito Bonito, Eugenio Lacerda, Miguel Basile Junior, Siomara Basile, Roberto Basile, Jose Godoy Ferraz, Roque Rivelli.
Sentados: Mercedes Basile Bonito, Guiomarina Basile Lacerda, Guiomar de Castro Basile, com Maria Candida Basile Rivelli. Depois Miguel Basile, com Ze Ricardo Basile Ferraz. Depois, Maria de Castro Basile, Fani Basile Rivelli.
No Chão: Jose Roberto Basile Bonito, Tereza Basile Ferraz, Estella Basile Ferraz, Paulo Basile Rivelli, Luis Geraldo Basile Lacerda.
Homenagem póstuma a Miguel Basile
Nascido em Águas Virtuosas de Lambari, MG (4 de setembro de 1882), Miguel Basile faleceu em Jundiaí, SP em 6 de outubro de 1957, aos 75 anos de idade.
No dia seguinte, representantes da Câmara Municipal de Jundiaí — cidade que Miguel Basile escolhera para trabalhar, viver, atuar como desportista e criar sua grande família — aprovou voto de pesar pelo seu passamento, conforme projeto apresentado pelos vereadores Hermenegildo Martinelli, Antônio Avalone Jr. e Nélson Chacra.
Em nome da família BASILE, Roberto de Castro Basile agradeceu
Nascido em Dois Córregos, SP, no dia 5 de dezembro de 1898, Reynaldo de Montalvão Basile casou-se com Izaltina Ferraz de Barros Basile, em junho de 1930, em Jaboticabal.
Dessa união nasceram dois filhos: Gilberto de Barros Basile, engenheiro agrônomo, e Reynaldo Ferraz de Barros Basile, advogado, professor universitário e radialista esportivo.
Ferroviário, Reynaldo trabalhou na Companhia Paulista de Estradas de Ferro por quase quarenta anos, tendo lá exercido diversas funções auxiliares e de chefia, e gerenciado a divisão de acidentes de trabalho.
Reynaldo de Montalvão Basile
Instrumentista exímio (clarinetista e saxofonista), participou de conjuntos amadores e profissionais, tendo também integrado a orquestra da Sociedade Jundiaiense de Cultura Artística, instituição da qual veio a ser, mais tarde, presidente. Foi também membro do Conselho Deliberativo do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, importante centro de cultura de Jundiaí.
A esposa Izaltina, educadora, exerceu sua função em diversos estabelecimentos de ensino de Jundiaí, entre eles o tradicional Instituto de Educação Jundiaí.
Reynaldo Basile faleceu no dia 28 de maio de 1983, em Jundiaí, SP.
Seu nome foi dado a uma Escola Pública Municipal de Jundiaí:
Reprodução. Fonte: https://www.escol.as/205527-reynaldo-de-montalvao-basile-emeb
Filha mais velha de Francisco Basile e Edwiges Furquim, nasceu Judith em Águas Virtuosas no ano de 1884. Seus avós paternos eram Michele Basile e Egídia Antônia Nubile, e os maternos: Sancho Furquim Ferreira e Felicidade Perpétua Pereira.
Certidão de batismo Judith Basile
Desde menina, com a morte prematura de sua mãe, em 1903, criou sozinha os irmãos mais novos com a ajuda de seu pai, Francesco. Por essa época, a família vivia em Dois Córregos, São Paulo.
Foi, praticamente, a mãe de Reynaldo, o irmão mais moço, e cuidou também do pai, que com ela viveu em Campinas, SP, até 1932, quando veio a falecer.
Judith Basile
Judith casou-se com João Savaglia (1894-1977), em 1907, sendo ele filho dos imigrantes italianos Antônio e Teresa Savaglia (o pai, de San Marco Argentano; a mãe, de Pietrafita), que chegaram ao Brasil em 1893, quando João tinha 7 anos.
Judith e João Savaglia
Marceneiro, ofício de seu pai, João abriu a marcenaria São José na cidade de Dois Córregos e também uma espécie de lojas de departamentos. Foi vereador, fundou o time de futebol Mocaembu e a Associação da Sociedade Italiana da região.
João Savaglia, esposo de Judith
Judith dirigia a família com mãos de ferro. Os filhos depositavam em suas mãos todo o “ordenado” (como se chamava o salário à época). Pela manhã, quando saiam para trabalhar, ela repartia os cigarros e colocava alguns no bolso de cada um. Tudo era racionado carinhosamente pela matriarca.
Religiosa, comungava todos os dias, na primeira missa da manhã. Muito ativa, era admirada por sua fibra, firmeza e personalidade marcante, segundo sua nora, Ena Klemm.
Os nomes de seus filhos foram tirados dos romances e poesias que ela tinha o costume de ler. Mais uma de suas características.
Todos os seus filhos foram muito bem-educados. Apreciavam as artes, música e poesia.
Judith com o pai, o esposo e filhas
Judith, Francesco Basile, João Savaglia, e as filhas, Lily, Aidée, Edith, Vanda e Oneida, em Campinas, 1932
O trágico acidente que levou Judith Era o aniversário de casamento de Nilcéa (Lily), filha de Judith, então grávida de 5 meses. Lily viera com o marido, Egídio Forte, de Campinas, onde moravam, comemorar a data com a família, e saiu com a mãe (Judith) e seu sobrinho, José Antônio. Foram à feira, na Vila Mariana, fazer compras para a festa. Às 9 horas da manhã, desceram do bonde e, ao atravessarem a avenida, passaram por trás do coletivo exatamente no momento em que outro vinha descendo no sentido contrário. Judith carregava seu neto José Antônio (filho de Aidée), de 2 anos de idade, mas, antes de ser atingida, teve tempo de reagir e arremessar a criança para a calçada, salvando sua vida. Testemunhas dizem que Lily se assustou e ficou paralisada e Judith tentou ajudá-la e foi atropelada, também. José Antônio foi encontrado horas depois na Santa Casa, com o maxilar fraturado. Judith morreu aos 55 anos, em fevereiro de 1940. José Antônio teve uma vida longa e feliz (graças a Judith) e morreu aos 74 anos, em 2012, deixando esposa, dois filhos, três netos e 2 bisnetos.
Judith, José Antônio e João Savaglia |
A descendência de João e Judith
Somam 55 pessoas os descendentes de João e Judith.
8 filhos: Edith (1907), Nilcéa (Lily - 1909), Afonso (1911), Aidée (1913), Walter Antônio (1915), Ailema (1917), Vanda (1920) e Maria Eneida (1926), todos já falecidos.
O casal perdeu uma filha, ainda bebê — Ailema Savaglia, nascida em 12 de novembro de 1917 e falecida em 2 de julho de 1918.
8 netos: José Antônio, Luiz Carlos, Paulo Afonso, Nilcéa Maria (em homenagem a Lily), Walter Filho, Maria Lucia, José Henrique e Yara Cristina
20 Bisnetos: Ana Beatriz, Cynthia, Fernando, Mario Sergio, Melissa, Joanna, Afonso Neto, Priscila, Walter Neto, Luiz Henrique, Vanessa, Milena, Maria Christina, Gilson, Julia, João Deodoro, Victoria, Sabrina, Valentina, Álvaro Afonso.
17 Tataranetos: Fernanda e Guilherme (gêmeos), Yvens, Rodrigo, Giovanna, Ana Carolina, Marina, Maria Clara, Victor, Marina, Leonardo e Lucas (gêmeos), Manuella, Beatriz, Lisa, Mariana e Sophia.
2 Tetranetos: Henrique e Eduardo (bisnetos de José Antônio, o neto que Judith salvou a vida, sendo o mais novo, nascido durante a pandemia).
Judith Basile Savaglia, em 1940, aos 55 anos (com 55 descendentes), retratada por sua bisneta, Cynthia (Basile) Savaglia de Camargo (Preturlon), em 2020, aos 55 anos, 80 anos depois. |
Carmem Basile nasceu em Dois Córregos, SP, em 19 de outubro de 1886, e faleceu no dia 2 de abril de 1982, em São Paulo.
Carmem Basile de Jesus
Casou-se em 1908 com Jorge Gabriel de Jesus, filho de imigrantes portugueses, de Funchal, Ilha da Madeira, com quem teve treze filhos: Alcino, Ariobaldo, Rubens, Lucília, Gelásio, Haydméa, Maria, Ely, Ari, Eda, Ligia , Vinicius e Juarez.
Jorge Gabriel de Jesus
Fixou residência em Dois Córregos, até aproximadamente 1918, cidade em que foram concebidos e registrados 6 dos seus primeiros filhos: Alcino, Ariobaldo, Rubens, Lucília, Gelásio e Haydméa,
Transferiu residência para Coroados (Região metropolina de Araçatuba), onde nasceram os seus 7 últimos filhos, os treze de sua prole: Maria, Ely, Ari, Eda e Ligia, que foram registrados na comarca de Penápolis, pois não havia ainda cartório em Coroados.
Os dois últimos, Vinicius e Juarez já foram registrados em Coroados.
Vovó Carminha e seus filhos. Ilustração
Em 1931, com a morte prematura do marido, Carminha — como era conhecida — sem qualquer experiência de administrar e prover uma família tão numerosa, deixou Dois Córregos a procura de novos horizontes, mudando-se para Jundiaí, e depois para Campinas, onde permaneceu por seis anos, e, finalmente, em 1941, foi para São Paulo.
Antônio Basile, tratado por Tonico, alfaiate de profissão, e também músico (trombone), nasceu em Dois Córregos, SP, no dia 16 de março de 1892 e faleceu, ainda muito jovem, em Itápolis, SP, em 1936, com 43 anos de idade.
Casou-se com Diva Pahim Neubern Basile (1899-1973), descendente de alemães, filha de Pacheco Neubern e Alice Pahim Neubern.
Tiveram 3 filhos: Antônio Basílio Júnior, Ayrton Neubern Basile e Almyr Neubern Basile, que veio a se casar com Dorvalina Silva Basile.
Antônio e Diva Neubern Basile
Nascida em Dois Córregos, SP, era tratada por Carminha, e faleceu ainda jovem.
OS BASILE COMO NOMES DE RUAS E ESCOLAS DE JUNDIAÍ
Descendentes do jovenzinho italiano de 18 anos Francisco Basile (que emigrou sozinho de Latronico - Itália para Águas Virtuosas de Lambari - Minas Gerais) chegaram a Jundiaí nos anos 1910 e participaram ativamente da vida social, esportiva e cultural da cidade — uma cidade que gerações de Basile viram crescer e prosperar.
O reconhecimento por essa participação foi expresso em nomes de prédios e vias públicas conferidos a membros da família Basile, ao longo dos anos.
Veja:
Escolas
Ruas
DOCUMENTÁRIO SOBRE A FAMÍLIA BASILE
Veja este documentário sobre Francesco Maria Basile, imigrante italiano e seus descendentes no Brasil, produzido por Rita Basile.
Disponível no YouTube: https://youtu.be/eWS3qk_ampw
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Ilustração: Os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo que vieram de Latrônico (Itália) para Águas Virtuosas de Lambari em 1893
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre os GESUALDI, uma das famílias que vieram para Águas Virtuosas de Lambari, originárias de Latronico.
Vamos lá.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui. A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi (20/out/1857 - 11/fev/1897) e Felicia Di Nunziato Mileo (09/mai/1867 - 15/fev/1932) vieram para o Brasil em 1893, originários de Latronico (Itália), e se instalaram em Águas Virtuosas de Lambari.
Tiveram 5 filhos: Vicente (11/jun/1883 - 05/nov/1955) e Maria Elizabetta (04/jul/1887 - 04/mar/1967), ambos nascidos na Itália; Annunciato (5/out/1893- 7/mar/1975), concebido ainda na Itália e nascido em Águas Virtuosas de Lambari, e mais Egídia (28/abr/1897 - 27/ago/1980) e Isabel (31/out/1895 - 23/ago/1966) , as duas nascidas também em Lambari.
Conta-se que Annunciato Mileo — pai de Felícia — pagou as passagens em um camarote, para que a família viajasse com um mínimo de conforto. Ao despedir-se, Annunciato, sabendo que jamais veria a filha e os netos, beijou os pés de Felícia e permitiu que sua outra filha — Paschoalina — viesse também em companhia de Egydio e Felícia.
Na viagem, um surto de varíola acometeu diversas pessoas, e aqueles que morriam eram jogados ao mar. Felícia trancou-se no camarote, durante todo o percurso, para cuidar de Vicente, que contraíra a doença. Vicente só deixou o camarote quando da chegada ao Brasil.
A família desembarcou no Rio de Janeiro e seguiu para o Sul de Minas, e depois para Águas Virtuosas, onde se estabeleceu. Mais tarde, Paschoalina se casaria em Águas Virtuosas de Lambari com outro italiano imigrante: Francisco de Biaso.
Em Águas Virtuosas, Egydio Gesualdi, que na Itália havia sido agricultor, foi trabalhar com desmatamento, ao lado de Francisco de Biaso, seu concunhado.
Tempos depois, praticou o ofício de barbeiro, atividade, aliás, que futuramente alguns de seus filhos e netos viriam a também exercer.
Faleceu ainda jovem, em Águas Virtuosas, com 40 anos de idade (11/fev/1897).
Seus filhos Annunciato, Isabel e Egídia viveram e faleceram em Lambari.
Vicente mudou-se para Itajubá, MG e faleceu no Rio de Janeiro.
E Maria Elizabetta, que se casou com Vicente De Lorenzo, também de família imigrante, viveria e viria a falecer em São Lourenço.
Em documento emitido na Itália, consta a profissão de Egydio Gesualdi: Contadino (agricultor)
Vicente Gesualdi veio para o Brasil em 1893, com 10 anos de idade, viajando em companhia dos pais, Egydio e Felícia, da irmã Maria Elizabetta e da tia Paschoalina, irmã de sua mãe.
Certidão de nascimento de Vicenzo Gesualdi. Obtida em Latronico. 2012
A família Gesualdi, já em 1893, passou a morar em Águas Virtuosas, e Vicente aqui viveu durante anos, onde se casou com Noêmia, natural de Carmo de Minas.
Em 1914, Vicente contava 31 anos e se mudou com a esposa e três filhos para Itajubá, MG. Duas dessas crianças faleceram muito cedo, mas outros filhos nasceriam naquela cidade.
Fonte: PANE, VINO E MOLTO LAVORO! ...ANCHE AMORE - A saga da imigração Italiana em Itajubá, p. 176.
Em Itajubá, Vicente, depois de alguns outros trabalhos, se estabeleceu com um salão de cabeleireiro, enquanto Noêmia se tornou zeladora do Colégio Coração de Jesus.
No salão de Vicente Gesualdi, o maior de Itajubá, havia seis cadeiras, em que trabalhavam excelentes profissionais, entre eles, seus filhos Egydio e Felício. Esses dois — Egydio e Felício — mais tarde fundariam no Rio de Janeiro, em Copacabana, o Salão Gesualdi. Tempos depois, mudaram-se para Nova York, e continuaram no exercício da profissão. |
Vicente se tornou também, em Itajubá, representante de vendas das "Águas Lambari" e do "Guaraná Lambari", e, além do salão, a família montou outro empreendimento: a Casa São Jorge.
Em 1954, com 71 anos, já aposentado, Vicente se mudou para o Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 5 de novembro de 1955.
A grande família de Vicente e Noêmia:
Família de Vicente Gesualdi
Annunciato Gesualdi foi concebido ainda na Itália e nasceu em Águas Virtuosas de Lambari em 5 de outubro de 1893, no mesmo ano em que seus pais chegaram ao Brasil.
Casou-se com Thereza de Biaso e tiveram 9 filhos: Alayde, Ismael, Hélio, Marcello, Alda, Jorge, Max, Icléa e Edson.
(*) Alayde e Hélio, mencionados acima, também já faleceram.
Annunciato exerceu diversas profissões: em criança, foi engraxate; mais à frente, trabalhou na profissão do pai: cabeleireiro; e depois atuou como gerente do Parque das Águas de Lambari por muitos e muitos anos. Em 1934, chegou a ser nomeado adjunto de promotor.
O menino Annunciato Gesualdi, engraxando sapatos de um turista. Águas Virtuosas (fim do Século XIX)
Dos anos 1910 aos anos 1980, a exploração das águas minerais de Lambari passou por diversos concessionários: Empreza Águas Lambary S/A, que foi sucedida pelo Serviço de Águas de Lambari e, em 1961, pela Hidrominas - Águas Minerais de Minas Gerais S/A, tendo esta última encerrado suas atividades em meados dos anos 1980.
Em 1924, Annunciato já era encarregado da Sucursal de Lambari da Empreza Águas Lambary S/A e como gerente permaneceu por mais de cinco décadas, até seu falecimento em 1975.
Correspondência em papel timbrado, datada de 3 de maio de 1924, destinada a Annunciato Gesualdi, então Encarregado da Sucursal de Lambari, da Empresa das Águas de Lambary, que tinha sede em Belo Horizonte.
Nos anos 1930, a "Empreza", como era conhecida a concessionária das águas minerais, fabricava também guaraná, água tônica e soda limonada, fazendo uso das águas minerais da cidade.
Reprodução. Revista Nação Brasileira n. 134, de 1934 (bn.digital.gov.br) Reprodução. Revista Nação Brasileira n. 144, de 1935 (bn.digital.gov.br) |
Annunciato Gesualdi residiu por muitos anos em casa situada ao lado do trabalho, o que facilitava seu acesso às dependências administrativas do Parque das Águas de Lambari, o qual, em 1975, levaria o seu nome.
Annunciato residia na casa de 4 janelas
O Parque das Águas Annunciato Gesualdi
Em 1975, Annunciato ainda estava à frente da administração do Parque das Águas quando, no dia 7 de março, veio a falecer, com 81 anos de idade.
Em 1°. de agosto de 1975, na Administração de Aureliano Chaves (1975-1978), o deputado Cyro Maciel, vice-líder do governo, sensibilizado por diversos pedidos emanados de autoridades municipais e da sociedade lambariense, encaminhou ofício ao governador de Minas solicitando fosse dado pela Hidrominas — então concessionária das águas de Lambari — ao Pavilhão das Fontes o nome de Annunciato Gesualdi:
"...em homenagem póstuma ao extinto servidor daquela sociedade (na qual exercera)... por mais de 50 anos o cargo de superintendente..."
Em resposta, no dia 20 de agosto de 1975, por meio do ofício BHZ/DE/1313/75, Nélson Lombardi, diretor-executivo da Hidrominas, assim respondeu ao pleito supracitado:
Desse modo foi que o Parque das Águas de Lambari, em homenagem ao seu longevo administrador, passou a se chamar Parque das Águas Annunciato Gesualdi.
Revitalizado em 2013 pelo Governo de Minas, na gestão de Antonio Anastazia (2011-2014), o Parque das Águas de Lambari recebeu a placa com o nome de Annunciato Gesualdi.
Confira:
Sobre o Parque das Águas de Lambari, veja a série abaixo:
A família de Annunciato e Thereza:
Alayde, Ismael, Thereza, Annunciato e Hélio. Sentados: Marcello, Alda, Jorge, Max, Icléa e Edson
Vovó Felícia Gesualdi tendo ao colo o neto Ismael
Sobre o médico Ismael Gesualdi, veja este post:
MARIA ELIZABETTA GESUALDI (LORENZO)
Maria Elizabetta Gesualdi, depois Lorenzo, nascida na Itália em 1887, casou-se em Águas Virtuosas de Lambari, em 5 de novembro de 1904, com o também imigrante Vicenzo Mileo De Lorenzo, nascido em 1873.
Vicenzo De Lorenzo e Maria Elizabetta Gesualdi
Os Lorenzo chegaram em Águas Virtuosas no final do século XIX, e há ainda hoje na cidade diversos descendentes dessa família de imigrantes italianos.
Em quase 60 anos de união, o casal Vicenzo-Maria Elizabetta formou grande família.
Fonte: IV Encontro das Famílias Lorenzo e Gesualdi resgata história, em São Lourenço. Site Correio do Papagaio
Exímio mestre de obras, Vicenzo De Lorenzo executou diversos trabalhos para a Secretaria de Estado de Obras Públicas (MG), nas cidades de Três Corações, Lambari e Baependi.
Vicente De Lorenzo gostava também de música clássica e óperas, e tocava bombardino na banda musical de Lambari, fundada pelo maestro Francisco Nisticó, conforme informação da historiadora sãolourenciana Teresinha Maria Silveira Villela, no livro Nossa Gente, Nosso Orgulho, no qual há pequeno registro biográfico de Vicente.
Reprodução. Fonte: http://www.ipatrimonio.org/itajuba-flauta-do-maestro-francisco-nistico
Vicenzo e Maria Elizabetta se mudaram para São Lourenço, MG, em 1932, cidade na qual Vicenzo fora trabalhar, juntamente com os filhos, na construção da Estação Ferroviária.
No citado livro Nossa Gente, Nosso Orgulho, a autora conta que Vicente foi o construtor de inúmeras obras importantes da cidade, como a Casa Diamante, o Grupo Escolar Melo Viana, a Escola Estadual Mário Junqueira e os hotéis Metrópole, Sul América, Aliança, Jina e Guanabara, entre outras.
Encontro das famílias Gesualdi-Lorenzo
Em 1°. de novembro de 2015, foi realizado em São Lourenço, MG, o IV Encontro das famílias Lorenzo e Gesualdi.
O evento foi documentado pelo Correio do Papagaio, e pode ser visto neste link:
Netos de Vicenzo e Elizabetta, reunidos em São Lourenço (2015). Reprodução. Fonte: Correio do Papagaio
Capa do livro PANE, VINO E MOLTO LAVORO! ...ANCHE AMORE - A saga da imigração Italiana em Itajubá
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