Ilustração: Montagem. Aspecto de multimídia do Museu das Águas (2018). Reprodução. Fonte: AV Engenharia Audiovisual
Como se sabe, o Cassino de Lambari — a obra-prima de Werneck — passou por diversas fases de uso e abandono, conforme narramos neste post: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=52442.
A última reforma, iniciada no Governo de Anastasia (2011-14) e terminada no Governo de Pimentel (2015-18), foi concluída no final deste último governante, que tinha planos de transformar o Cassino de Lambari no Museu das Águas.
Vamos recordar essa história.
O QUE DEVERIA SER O MUSEU DAS ÁGUAS
O Museu das Águas, que seria instalado no Cassino de Lambari, pretendia ser "um ambicioso centro de desenvolvimento cultural".
No plano, a criação de:
Confira:
Fonte: http://www.codemge.com.br/governo-de-minas-gerais-e-codemge-inauguram-museu-das-aguas-em-lambari/
O LANÇAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO MUSEU DAS ÁGUAS
Em 21 dezembro de 2018, no finalzinho do Governo Pimentel, deu-se o lançamento da implantação do Museu das Águas.
Naquela data, somente os módulos audiovisuais estavam prontos.
Confira os vídeos a seguir, de dezembro de 2018:
O prefeito de Lambari, Sérgio Teixeira, o secretário de Governo Odair Cunha, a presidente do IEPHA Michele Arroio e outras autoridades
(Reprodução. Frame video Redemais)
Parte do público presente na solenidade - (Reprodução. Frame video Redemais)
Com a entrada do novo governo de Minas (Zema - 2019-2022), a ideia do Museu das Águas foi abandonada e o prédio do Cassino de Lambari permaneceria sem nenhuma atividade até meados de 2024 (segundo mandato de Zema - 2023-2026).
Note-se que até mesmo as instalações audiovisuais, produzidas pelo vídeo-artista Eder Santos, e mostradas no vídeo acima, foram, ao que se sabe, posteriormente retiradas.
Abaixo, alguns aspectos dos audiovisuais:
(Reprodução. Frame video Redemais)
(Reprodução. Frame video EPTV)
(Reprodução. Frame video EPTV)
(Reprodução. Frame video EPTV)
Esse material multimídia reproduzia o barulho das águas, mostrava imagens do torrão sul mineiro e discorria sobre a importância da água para toda a região e assim também para o Planeta.
Veja fotos do material multimídia instalado no Cassino de Lambari:
(Reprodução. AV Engenharia Audiovisual)
TENTATIVA DE PRIZATIVAÇÃO DO CASSINO DE LAMBARI
Como visto acima, após longa espera e demorada reforma, que atravessou dois governos, o Cassino de Lambari permaneceu fechado de 2019 a meados de 2024, sem que nenhuma finalidade apropriada lhe fosse dada.
Em 2021, com a frustração do Museu das Águas, o Governo Zema (2019-2022), por meio da Codemge, tentou transferi-lo, sem sucesso, à iniciativa privada.
O RETORNO DO CASSINO DE LAMBARI À ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Depois de tudo isso, em junho de 2024, o Cassino foi oficialmente transferido à Prefeitura de Lambari.
O CASSINO DE LAMBARI COMO CENTRO DE CULTURA
Está no Plano de Governo da Administração Municipal eleita para 2025-28:
Após décadas de espera, tomara que o Cassino de Lambari — nosso monumento mais famoso — assuma sua natural vocação cultural!
Ilustração: Painel. Montagem. O Cassino de Lambari como Centro de Cultura e alguns temas: Américo Werneck, Literatura da história de Lambari, Poesia de Henriqueta Lisboa, Roteiro de Fé N. S. da Saúde, Parque Estadual de Nova Baden, Indústrias ABI e o Catupiry©
Pensar, livre pensar! (MILLÔR FERNANDES)
Tendo em vista o retorno do Cassino de Lambari à Administração Municipal, as ações culturais do Plano de Governo dos gestores recém-eleitos — O Cassino como centro cultural, a criação de um centro de informações turísticas, revitalização da biblioteca pública — e a natural vocação cultural do nosso monumento mais famoso, vão abaixo algumas ideias amplas sobre a MEMÓRIA HISTÓRICA, CULTURAL E LITERÁRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI E O TURISMO LITERÁRIO E CULTURAL.
Trata-se de trazer à memória dos locais e de turistas alguns aspectos fundamentais de nossa história e cultura, por exemplos: a Vida e obras de Américo Werneck, a Literatura de Águas Virtuosas, o Roteiro de Fé Senhora da Saúde e Pontos Notáveis de nossa História.
Nessa perspectiva,
Note-se que este é um post sem pretensão, com ideias genéricas a serem eventualmente desenvolvidas em nossa cidade, visando à preservação de nossa cultura e memória e o incentivo ao turismo cultural e literário.
Iniciativas dessa natureza certamente vão exigir a liderança da Administração Municipal e a participação de pessoas ligadas à cultura e ao folclore de nossa cidade, de servidores e técnicos municipais, de entidades do turismo, do comércio e da indústria, de assessoria especializada e a curadoria do nosso Museu Américo Werneck. (aqui)
Vamos lá!
O CASSINO DE LAMBARI COMO CENTRO DE CULTURA
Está no Plano de Governo da Administração Municipal eleita para 2025-28:
Por definição, Centro de Cultura:
Ele pode oferecer exposições, oficinas, apresentações e sediar eventos que destacam tradições locais, arte contemporânea, música, teatro, literatura e outras manifestações culturais.
Como se vê, são amplas as possibilidades culturais, literárias, históricas e de conhecimento oferecidas por um Centro de Cultura.
Mediante boa divulgação e estudada agenda de atividades, voltadas não só ao público local, e sim também aos visitantes e turistas de Lambari, ações dessa espécie, além dos ganhos sociais, educativos e culturais, certamente impulsionariam a economia local.
Desse modo, os tópicos que vêm a seguir, quais sejam:
são singelas sugestões de cunho histórico, cultural e literário que podem eventualmente compor atividades de um Centro de Cultura no Cassino de Lambari, o qual esperamos venha a se concretizar.
Uma atividade típica de um Centro de Cultura Vídeos-documentários Abaixo, produções memoráveis produzidas por entidades de Lambari, que poderiam ser (re)exibidas no Centro de Cultura, num evento cultural com presença de um apresentador e de protagonistas, e interação com a plateia:
ACIL - Documentário Senhora da Saúde
MAW - Lambari e as Memórias do Águas Virtuosas Futebol Clube
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A Wikipedia assim define Turismo cultural:
Ora, Águas Virtuosas de Lambari tem natureza, águas minerais excelentes, história, memória, cultura e patrimônio a divulgar e conservar — e um Centro de Cultura seria uma excelente ferramenta para promoção dos atrativos naturais, patrimoniais e culturais de Lambari.
Apenas a título de exemplos, podemos citar algumas iniciativas/ações a serem eventualmente promovidas por um nosso centro de cultura e informações turísticas:
Mostra de pinturas de Águas Virtuosas de Lambari Laguinho dos Patos. Pintura a óleo de José Raimundi Cassino de Lambari. Reprodução. Tela de Eurico Aguiar Duchas. Pintura 40x50. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes Farol. Pintura de William Gorgulho Farol. Desenho de Silvana Viola Estrada de Nova Baden. Tela de Olímpio Portela GUIMAGÜINHAS - Série Pintores e Pinturas de Águas Virtuosas - aqui |
Posto isso, e tão somente para aguçar nossa imaginação, podemos citar algumas ideias para chamadas de mkt literário e cultural, a serem produzidas e divulgadas por um nosso eventual centro de cultura e informações turísticas:
(*) Sala Lúdica da Bonequinha Preta
Contribuição de Luciana M. F. Astério Fleming
Mediante a iniciativa Poesia no Metrô, a Prefeitura de São Paulo, desde 2009, leva poemas a diversas linhas do metrô paulistano.
O célebre poema Ismália, de Alphonsus de Guimaraens está reproduzido na Estação Paraíso do Metrô, em São Paulo
Reprodução. Fonte: https://deskgram.ne |
Em Lambari, temos poesias de Henriqueta Lisboa e Sônia Gorgulho exibidas em painéis e placa.
Poesias de Henriqueta Lisboa e Sônia Gorgulho, expostas em Lambari
Imaginemos que nossa Rodoviária tenha passado por uma bela reforma e estampasse lá o poema abaixo.
Um viajante, talvez, diria:
— Chegamos na terra de Henriqueta Lisboa, uma das maiores poetas do Brasil!
Como sabemos, Lambari tem muitos atrativos turísticos: natureza, águas minerais excelentes, história, memória, cultura e patrimônio.
Mas isso, por si só, não basta para atrair visitantes e turistas.
É necessário uma uma infrestrutura de Turismo, a qual pressupõe muita coisa:
E quando verificamos o abandono do Parque Novo, do Farol , do Lago e do seu entorno, da Volta da Mata, do Cruzeiro, do centro da cidade — apenas para citar o nosso patrimônio histórico — nos assustamos com o tamanho do desafio a ser enfrentado!
Estamos, como sociedade, dispostos a enfrentá-lo?
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VIDA E OBRAS DE AMÉRICO WERNECK
As “águas virtuosas” desabrocharam a povoação que se fez sobre as propriedades terapêuticas de suas fontes. A partir de 1909, iniciou-se uma nova fase para a antiga Águas Virtuosas.
A Lambari atual tem sua origem em 1909, fruto do sonho visionário de um homem, e do apoio do Estado, que viu na pequena estância hidromineral o potencial para se tornar o maior complexo de lazer do país, uma “Vichy” brasileira em nada inferior aos balneários europeus. O símbolo máximo deste sonho, o Cassino, imponente edifício que impressiona ainda hoje pela grandiosidade e beleza de suas linhas, domina a paisagem da pequena cidade. Este grandioso edifício, destinado a se tornar o maior templo da indústria de entretenimento do pais, símbolo da ousadia empreendedora do Dr. Américo Werneck, infelizmente não conheceu as glórias sonhadas. No entanto, resistindo ás intempéries políticas e contendas humanas, chegou até nossos dias ainda em sua arrogante magnitude merecendo do povo mineiro o seu reconhecimento como patrimônio cultural do Estado.
Carlos Henrique Rangel (Historiador)
Américo Werneck nasceu em Bemposta, RJ, em 19 de março de 1855 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de setembro de 1927.
Foi engenheiro, político, escritor, parlamentar atuante na câmara federal, onde se destacou em defesa da abolição da escravatura e da proclamação da república. Foi também secretário de agricultura de Minas Gerais, no governo Silviano Brandão (1898-1902), e prefeito de Belo Horizonte (1898).
Além de pintor, foi escritor; deixou romances, alguns inspirados na vida pessoal, e opúsculos sobre agricultura, política e comércio. E, ainda, publicou livros sobre questões jurídicas, sociais, constitucionais, tributárias, financeiras, educacionais e históricas. Traduziu, também, Hamlet, de Shakespeare.
Foi nosso primeiro prefeito (1909-11), tempo em que realizou a urbanização, o embelezamento e as obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari: Cassino, Lago, Parque Novo, Farol, Mercado das Flores e outras.
O farol de Lambari, que iluminava o Lago Guanabara. Desenho de William Gorgulho
Werneck quis fazer de Águas Virtuosas de Lambari uma estância europeia — a Vichy Brasileira — e para isso traçou um elaborado plano de saneamento, embelezamento e de obras fundadoras: um cassino majestoso, defronte a um lago artificial... Um farol que iluminasse a cidade e o lago... Um parque arborizado para prática de esportes e natação... Um mercado para venda de flores e gêneros... Uma fábrica para produzir gelo de água mineral... Um hotel e um teatro inspirados por modelos franceses... Uma gare moderna para recepcionar os milhares de turistas que aqui viriam para lazer, descanso e tratamento com as águas virtuosas desta terra...
Arco de entrada do Parque das Águas - Blueprint de Poley & Ferreira, 1911
Mercado das Flores, construído no Parque das Águas de Lambari, por Américo Werneck
No entanto, as obras que planejou, aquelas que não realizou e o sonho da Vichy brasileira tudo isso se esfumou diante da demanda judicial com o Governo de Minas Gerais — a famosa Questão Minas x Werneck.
A história de Werneck em Águas Virtuosas, seus planos e obras que conseguiu realizar são o fato — ao lado da descoberta das águas em 1780 — mais importante da nossa história.
Cassino de Lambari, detalhes da fachada. Fonte: Site IEPHA/MG
Desse modo, a vida de Werneck, seus livros, suas ideias e obras que realizou, a demanda famosa com o Governo de Estado, tudo isso tem de ser mostrado e contado no Cassino de Lambari — a obra-prima de Werneck.
Note-se que o site GUIMAGÜINHAS contém as informações eletrônicas mais completas sobre a vida e as obras de Werneck, e bem assim de sua obra literária e da demanda Minas x Werneck — que podem servir de pesquisa inicial para esse projeto.
De fato, na Série Américo Werneck, vamos encontrar:
Índice da Série Américo Werneck
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MEMÓRIA LITERÁRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Na origem de José Carlos Lisboa, na cidade em que nasceu, em suas circunstâncias familiares, estão a meu juízo fatores que estimularam o seu talento inato, a sua vocação para a vida intelectual. Lambari não era uma cidade comum, com rotina diária mais ou menos estática. Suas águas virtuosas atraíam, para temporadas anuais, personalidades destacadas das principais cidades do país, como até mesmo a família do presidente Getúlio Vargas. Elas traziam temas, reflexões e informações que lhe davam um certo ar metropolitano. A farmácia de João Lisboa, patriarca que exercia significativa liderança na região, era um espaço natural para o estabelecimento de relações que frequentemente se transferiram para o ambiente doméstico. [........]
[Todos os filhos do casal Lisboa, Maria Rita e João Lisboa]... realizaram em época de limitadas condições econômicas, cursos superiores que deram contorno a uma família de pedagogos, advogados, médico, alguns deles indo além para ganhar renome como escritores e políticos.
(No homem, o mestre. In José Carlos Lisboa, o mestre, o homem. Ed. UFMG, 2004)
Na Série LITERATURA DE AGUINHAS, no post Uma família de escritores e poetas, (aqui), anotamos que:
O casal João de Almeida Lisboa e Maria Rita Vilhena Lisboa, que se uniu em Lambari na última década dos anos 1800, gerou uma família pródiga em escritores e poetas de qualidade: José Carlos, Alaíde, Henriqueta... E assim também, por influência, os da geração seguinte: Ana Elisa, Edmar...
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Ora, esses lambarienses têm uma história literária de alto valor — sua obra é nacionalmente reconhecida, foram eleitos para academias de letras, sua literatura é objeto de livros e trabalhos críticos e acadêmicos — e no entanto não há em nossa cidade mostras, monumentos, exposições — o que seja — a eles dedicados!
HENRIQUETA LISBOA Em 2001, por ocasião do centenário de Henriqueta Lisboa, deu-se a exposição itinerante “Aquela paisagem ninguém a viu como eu”, que começou em Belo Horizonte e percorreu o interior de Minas Gerais e outras cidades do país e incluía encontros regionais sobre a obra da poeta. Em Lambari, a exposição ocorreu no hall da agência do Banco do Brasil. Imaginemos uma exposição permanente de sua obra no nosso CASSINO, seguida de eventos culturais pertinentes! Quem sabe, um ponto de partida para incentivo ao TURISMO CULTURAL em nossa cidade?!
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ANA ELISA GREGORI Ana Elisa de Campos Salles Lisboa Gregori nasceu em Lambari, em 1931. Era sobrinha de Henriqueta Lisboa. Faleceu em 1990, num desastre automobilístico, junto com seu esposo, Dr. Henrique Sérgio Gregori. Desde muito cedo mostrou talento para o desenho, pintura e literatura. Seus primeiros escritos foram divulgados pela imprensa mineira. Foi colaboradora de “O Diário” de Belo Horizonte. Estreia como poeta em 1966, com “Falar de Lua”. Em 1969, poemas seus são incluídos na coletânea “Novíssima Poesia Brasileira”, organizado por Walmir Ayala. |
EDMAR LISBOA BACHA Filho de Felício Bacha e de Maria de Jesus Lisboa Bacha, nasceu em Lambari (MG), no dia 14 de fevereiro de 1942. Foi um dos economistas que participaram da implantação do Plano Real. Neste seu livro NO PAÍS DOS CONTRASTES - Memórias da infância ao Plano Real, anotou memórias da infância em Lambari.
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Outro autor que merece destaque na história cultural de Lambari é Basílio de Magalhães!
De fato, Basílio, mineiro de S. J. Del Rey (1874), foi famoso historiador, filósofo, lexicógrafo, político, escritor, jornalista, professor, poliglota (que falava também o tupi-guarani) — que durante muitos anos fez estações de águas em Lambari, depois passou a residir entre nós, numa modesta casa na Rua São Paulo, no centro da cidade.
Basílio aqui viveu o resto de seus dias, tendo sido também enterrado nesta estância hidromineral. "Conversador sem igual, cheio de vivacidade e erudição, (...), dono de prodigiosa memória" [1], ele foi uma das influências culturais da poeta Henriqueta Lisboa. [2]
Basílio possuiu uma das mais fantásticas bibliotecas particulares do País, composta por mais de 30.000 livros, os quais, a certo trecho de sua vida, teve de vender, por necessidades financeiras.
Como sabemos, a nossa biblioteca pública leva o seu nome, tendo sido ele — ao lado de Garção Stockler e Américo Werneck — o maior doador de livros para nossa biblioteca.
Foram mais de 3.000 livros, com algumas edições raras sobre a história de Águas Virtuosas, que infelizmente se perderam ao longo das décadas...
O site GUIMAGÜINHAS realizou intensa pesquisa sobre sua vida e obra e dedicou a ele uma série de posts, que — acreditamos — seja material suficiente para dar início a pequeno memorial em nosso Cassino.
Eis os links dos citados posts:
[1] Artigo de Guilherme Santos Neves, publicado em A Gazeta, Vitória, ES, por ocasião da morte de Basílio de Magalhães
[2] O esquecimento de Basílio de Magalhães e as tentativas de rememorá-lo - Artigo de Oyama de Alencar Ramalho
Além dos membros da família Lisboa, podemos citar outros literatos lambarienses, como estes:
E também estes outros que escreveram sobre Lambari:
Redescobrindo a História, por Luiz Carlos R. Santos - https://clubedeautores.com.br/livro/lambari-redescobrindo-a-historia
Lambari - Fragmentos da História, por Luiz Carlos R. Santos - https://www.amazon.com.br/Lambari-Luiz-Carlos-R-Santos/dp/B09WS97PG9
Poeta Manoel Marne e seu livro Ensimesmando, no Salão dos Escritores da II FLAVIR. https://www.facebook.com/photo?fbid=921995257957216&set=a.294566830700065
Importante destacar iniciativas culturais e literárias do Centro Cultural Vagão 98
Veja também:
Diversos autores, inclusive alguns lambarienses, escreveram sobre a história de nossa cidade e de nossas águas.
Infelizmente, são raras as edições disponíveis dessas obras. Nem a biblioteca municipal possui todas elas.
Que tal divulgá-las, reeditá-las e disponibilizá-las para nossa juventude e demais interessados?
Turistas também costumam ser atraídos por obras dessa natureza.
Autores de obras sobre Lambari e suas águas minerais
Confira estes posts do site GUIMAGÜINHAS:
Coletânea de e-books gratuitos, com resumo didático de nossa história (aqui)
EXPOSIÇÃO DE LIVROS E FOTOS DE LAMBARI Livraria Estação Mercado do Livro. Lambari, junho de 2018
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Há alguns livros que mencionam nossa cidade: recordações da infância, breves passagens por Águas Virtuosas ou trechos de romances.
E há também obras que referem a famosa questão Minas x Werneck — a discussão da demanda jurídica de Américo Werneck contra o Estado de Minas Gerais, na qual atuou Rui Barbosa e outros ilustres juristas.
LIVROS QUE MENCIONAM NOSSA CIDADE
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Os livros abaixo narram histórias, aventuras e fatos, cujo cenário é a cidade de Águas Virtuosas de Lambari.
Confira:
Aventuras e histórias que se passam em Lambari |
Com esse Roteiro de Fé, pretende-se mostrar a história de nossa cidade, criada em torno dos mananciais das Águas Virtuosas, cujas propriedades medicamentosas e curativas estão cultural e religiosamente associadas à devoção a Nossa Senhora da Saúde – a Padroeira de Lambari.
Assim, pode-se ver:
PONTOS NOTÁVEIS DE NOSSA HISTÓRIA
A partir de um Centro de Cultura e de centros de informações turísticas, textos memoráveis de fatos, registros históricos e culturais de nossa cidade podem ser divulgados por meio de guias e outras ferramentas de difusão e publicações — sejam impressas ou digitais: banners, cartazes, folhetos, livretos, e-books, totens digitais, aplicativos.
Além dessa divulgação, um Centro de Cultura pode promover exposições e outros eventos sobre esses temas.
Nossa história é muito rica, e podemos sugerir alguns temas, como estes:
PONTOS DA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS
Latronico, terra de origem de dezenas de famílias italianas de Lambari
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Além das mencionadas no texto, mais estas:
Ilustração: Passageiros aguardando para embarcar no trem, na Parada Mello, em Águas Virtuosas de Lambari, atual Lambari, MG (Foto colorizada. Reprodução. Fonte original: Ana S. Bloise/Museu Vicente de Azevedo, SP)
Já escrevemos aqui no site GUIMAGÜINHAS, na Série O trem de Aguinhas, parte da história da via férrea que ligou, durante décadas [1894-1966], Águas Virtuosas de Lambari às principais cidades do País: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Dessa época gloriosa que se foi, nossa cidade guarda especial memória da Parada Mello — ainda existente, remodelada e revitalizada.
Popularmente, ela é também tratada por Paradinha Mello ou simplesmente Paradinha.
De fato, é comum o lambariense dizer:
— Na subida da Paradinha.
— Passa pela Paradinha que é mais rápido.
— Moro atrás da Paradinha.
Pois bem, neste post vamos contar a pequena história desta icônica parada de trem.
Vamos lá!
ANTES DO TREM CHEGAR A ÁGUAS VIRTUOSAS
Como sabemos, o trem chegou a Águas Virtuosas em 1894.
Antes dessa data, podia-se viajar de trem até Contendas (Conceição do Rio Verde), e depois fazer o restante do trajeto até Águas Virtuosas por meio de cavalo, troles ou liteiras. Veja-se o anúncio abaixo:
Reprodução. A Província de São Paulo, 10,abr, 1888
Veja este texto: DE CONTENDAS A LAMBARY, A CAVALO OU DE CARRUAGEM
1894-1908 - O TREM CHEGA A ÁGUAS VIRTUOSAS E FAZ PARADA NO APEADEIRO MELLO
O trem chegou a Águas Virtuosas em 24 de março de 1894 e fazia parada nos fundos do Hotel Mello.
Neste local havia um apeadeiro — isto é:
— lugar em que não há estação ferroviária, mas onde os trens param, quando há passageiros para subir ou descer.
Mais ou menos neste ponto, onde se vê a linha férrea [canto direito inferior], o trem fazia parada. Abaixo, veem-se as dependências do Hotel Mello
Em 1908, o Hotel Mello anuncia a construção do Apeadeiro Mello — onde os passageiros desembarcavam, a dois minutos do hotel, que ficava logo abaixo.
Reprodução: O Paiz, 27, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
Reprodução. Recorte de antiga vista de Águas Virtuosas de Lambari colorizada. Fonte: albertolopes.leiloeiro
Em B pode-se ver o Apeadeiro Mello, e logo abaixo, em C, o Hotel Mello
1911 - ESTAÇÃO FÉRREA AO LADO DO CASSINO — SONHO QUE WERNECK NÃO REALIZOU
Nos planos das obras de remodelação da estância de Águas Virtuosas, idealizados por Américo Werneck nos anos 1910, estava a construção de uma nova gare [estação férrea], como noticiou o jornal O Paiz:
Reprodução: Jornal O Paiz, de 6, set, 1909 (bn.digital.gov.br)
Mas, imaginemos como teria sido esta gare.
Como sabemos, muitas ideias de Werneck vieram de suas viagens à Europa, quando visitou diversas estâncias, especialmente Vichy (FR), pois queria fazer de Águas Virtuosas a Vichy brasileira.
Na plataforma, ao lado esquerdo do Cassino, Werneck queria construir a Estação Férrea de Águas Virtuosas.
Local da gare de Águas Virtuosas: na plataforma, ao lado esquerdo do Cassino
A gare de Águas Virtuosas teria sido parecida com a gare de Vichy?
Gare [estação férrea] de Vichy - Reprodução. Fonte: fortunapost.com
1920 - INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS
Nos anos 1920, a Estação Ferroviária de Águas Virtuosas foi construída, seguindo modelo tradicional de suas congêneres, por todo o Brasil.
Estação Ferroviária de Águas Virtuosas, inaugurada nos anos 1920
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PARADA MELLO
Abaixo, quadros resumos da história da Parada Mello:
FOTOS INÉDITAS DA PARADA MELLO
Recentemente, o site GUIMAGÜINHAS recebeu de uma amável leitora deste blog — Ana Sílvia Bloise — duas fotografias inéditas da Parada Mello, que compartilhamos a seguir:
Passageiros aguardando o trem na Parada Mello, provavelmente anos 1930.
Reprodução. Fonte: Ana S. Bloise/Museu Vicente de Azevedo, SP
Ilustração: Time do MIRAMAR E.C.O, de São Lourenço, nos anos 1950, com atletas de Lambari no elenco (Gidão, João André, Alemão e Hélio Fernandes)
No início dos anos 1950, a Liga Desportiva de São Lourenço (LDSL) organizou memoráveis campeonatos regionais, dos quais participaram equipes de São Lourenço, Caxambu, Lambari, Soledade, Silvestre Ferraz (atual Carmo de Minas), Itamonte, Passa Quatro, Virgínia, Baependi.
Por essa época, o jornal O Crack e a Rádio São Lourenço faziam completa cobertura dos eventos.
Já contamos parte dessa história nos seguintes posts:
MIRAMAR - ESPORTE CLUBE OPERÁRIO
No post
aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37084
contamos a história da família SILVESTRINI, inicialmente radicada em Águas Virtuosas de Lambari, e, depois, em São Lourenço, e de suas criações famosas: — o CATUPIRY® e o CREMELINO.
Pois bem, no início dos anos 1950, a família SILVESTRINI detinha também a marca MIRAMAR.
E um time amador, denominado MIRAMAR ESPORTE CLUBE OPERÁRIO, disputou campeonatos amadores, no início dos anos 1950, em São Lourenço, conforme contamos aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=55905#miramar
Reprodução. Jornal O Crack, 1951
JOGADORES DE LAMBARI NO TIME DO MIRAMAR E.C.O.
Pois bem, o que este autor descobriu foi que atletas de Lambari jogaram pelo MIRAMAR naqueles anos 1950.
Reprodução colorizada. Fonte: Facebook/Internet
Na foto acima podemos ver os então jovens atletas lambarienses atuando pelo MIRAMAR:
Ilustração: Jogadores, dirigentes e comissão técnica da Seleção Brasileira de Futebol de 1966, no Cassino de Lambari. Fonte: Acervo Ubirajara Motta/Internet
Na Série A SELEÇÃO EM AGUINHAS (aqui) contamos como se deu a estada do escrete canarinho em Lambari, em abril de 1966.
Os jogadores selecionados eram estes:
Jogadores, dirigentes e comissão técnica da Seleção Brasileira de Futebol de 1966, no Cassino de Lambari
Reprodução. O Cruzeiro, n. 31/1966
Os selecionados que foram à Copa de 1966, na Inglaterra. Fonte: Museu do Futebol
Reprodução. Fonte: imortaisdofutebol.com
JOGO-TREINO EM LAMBARI (17/04/1966)
Naquela oportunidade, houve um jogo-treino entre os jogadores selecionados, conforme já comentamos (aqui e aqui).
Nesse jogo-treino, ocorrido no dia 17 de abril de 1966, no Estádio do Águas Virtuosas, 4 times se defrontaram:
Cada jogo teve a duração de 50 minutos.
Jogo treino da Seleção de 1966. Jogadores das equipes Grená e Verde, entre eles: Pelé, Gilmar, Rildo, Gérson, Tostão
EQUIPE AZUL: EM PÉ: Djalma Santos, Valdir, Djalma Dias, Leônidas, Dino Sani e Paulo Henrique.
AGACHADOS: Paulo Borges, Denílson, Flávio, Parada e Ivair
EQUIPE GRENÁ: EM PÉ: Carlos Alberto, Zito, Orlando, Gilmar, Belini e Rildo.
AGACHADOS: Jairzinho, Gérson, Servílio, Pelé e Paraná
EQUIPE VERDE: EM PÉ: Fidélis, Ubirajara, Denílson, Ditão, Altair e Édson.
AGACHADOS: Nado, Lima, Célio, Tostão e Edu
EQUIPE BRANCA: EM PÉ: Murilo, Manga, Brito, Fontana e Oldair e Roberto Dias.
AGACHADOS: Garrincha, Alcino, Silva, Fefeu e Rinaldo
Reprodução. Folha de SP, 18, abril, 1966
A SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA AMÉRICA DE 2024
Como sabemos, a Seleção Brasileira de Futebol não se deu bem na Copa América de 2024, disputada nos EUA.
Dos selecionados pelo técnico Dorival Júnior, somente 2 jogam no Brasil: Bento e Arana.
Muitos comentaristas classificam essa seleção de 2024 como uma das piores da história do futebol Brasileiro.
Fato é: nosso futebol vem perdendo qualidade, não obstante a presença de alguns jogadores diferenciados, como Vinícius Jr. e Rodrigo.
O hexa parece cada vez mais longe...
Fotos: Reprodução. Crédito: CBF/Staff Images - Rafael Ribeiro
A SELEÇÃO DE 1966 VENCERIA A DE 2024?
Este foi o time base que disputou a Copa América/2024: Alisson; Danilo, Eder Militão, Marquinhos e Wendell; João Gomes, Bruno Guimarães e Paquetá; Savinho, Rodrygo e Vinícius Júnior.
Cada uma das seleções que participaram do jogo-treino realizado em Lambari, em abril de 1966, venceria a citada Seleção de 2024?
Os mais antigos saberão responder, com certeza.
Os mais novos devem procurar conhecer a história dos craques dos anos 1960/70
Confira os craques convocados para a formação da Seleção de 1966:
Como se pode ver, em 1966 foram selecionados os melhores jogadores do Brasil. Nenhum grande jogador ficou de fora.
Entre os selecionados de 1966, estavam Gilmar, Belini, Djalma Santos, Altair, Zito, Garrincha e Pelé — que foram campeões mundiais no Chile, em 1962.
Não obstante, a desorganização, a escolha do técnico e a politicagem que interferiu na preparação do selecionado foram fatores decisivos na derrota de 1966. (Veja: A pior preparação da seleção brasileira de todos os tempos - Blog Almanaque das Copas - 4oito)
Mas note-se que em 1966 estavam também craques que brilhariam em 1970, na grande conquista do tri-campeonato, por aquela que é considerada a melhor de todas as seleções nacionais de futebol.
De fato, oriundos de 1966, estavam no México em 1970: Pelé, Jairzinho, Gérson, Tostão, Brito — metade do time campeão!