Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
22/01/2015 11h08
Literatura de Aguinhas (19) - O Palhaço, Henriqueta Lisboa

Lendo O MENINO POETA fiquei sabendo que o português se presta, muito mais do que as línguas famosas, à poesia infantil. Tendes vós outros um idioma mais leve e mais terno também. Nem no inglês ou no francês, nem mesmo no castelhano, existe a ternura do vosso idioma, inefável favor que só com o italiano ele reparte.

(GABRIELA MISTRAL, poeta, escritora e educadora chilena, Prêmio Nobel de Literatura [1945], comentando a poesia infantil de Henriqueta Lisboa)


O Menino Poeta

O conjunto de poesias infantis enfeixado no livro O MENINO POETA, de Henriqueta Lisboa, publicado em 1943, constitui

(...) uma fina escuta das vozes da infância. Um mergulho nesse tempo que dissolve os tempos inquietantes da idade madura." (1).

E, complementando o pensamento acima, diz Alaíde Lisboa de Oliveira, na introdução metodológica do livro citado, que

"O Menino Poeta", enquanto forma e enquanto temas e motivos responde a todo tipo sensível de leitor. Cada um, criança ou adulto, vai tirar, desses poemas, harmonia e beleza, que respondam a suas próprias vivências.


Sarau familiar

Todo o lirismo do que vai acima pode ser resumido num costume antigo — infelizmente hoje abandonado — de contar histórias, ler livros, dizer poesias em família. Essa prática foi cultivada por longos anos no seio da família de Olavo Pereira Krauss e Maria do Carmo Pereira Krauss. D. Maria, que em solteira se assinava Maria do Carmo Lisboa Pereira, era prima de Henriqueta. 

Com efeito, d. Maria do Carmo, professora primária, reunia filhos e netos, em saraus familiares, nos quais as crianças eram incentivadas a contar histórias e recitar poesias, especialmente poemas da lambariense Henriqueta Lisboa.


Maria do Carmo/Olavo Krauss, ao centro, ladeados de filhos, filhas, noras, genros e inúmeros netos


O poema "O Palhaço", de Henriqueta Lisboa, musicado

A recordação desse costume supracitado foi feita hoje por Mário Krauss, neto de Maria do Carmo e Olavo Krauss, quando postou a canção "O Palhaço", de Affonsinho Heliodoro, que musicou a primeira parte do poema O Palhaço do livro O MENINO POETA.

Vale a pena conferir no Youtube.


  


(1) A. PEREIRA DO AMARAL, Secretário-Adjunto da Educação, na apresentação do livro Menino Poeta. Imprensa Oficial, 1975.


Ilustração de abertura. Capa de O MENINO POETA, Henriqueta Lisboa. [Edição especial ampliada] .Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1975.

 

Publicado por Guimaguinhas
em 22/01/2015 às 11h08
 
14/01/2015 10h21
Vocabulário de Aguinhas (8) - Letra "G"

Vocabulário de Aguinhas


Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e

trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na

língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do

Sul de Minas Gerais.

(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)

 

Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,

é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.


(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)


Forreca, fubica, jabiraca — são gírias do Vocabulário de Aguinhas que aparecem no livro Menino-Serelepe* para designar veículos (carros, caminhonetes).

Vejamos os trechos em que esses termos aparecem:


  O primeiro narra a mudança de meus pais da Vila Nova para o centro da cidade, feita por uma velha caminhonete:


Uma forreca alugada veio e dois peõzinhos mirrados deram conta de carregar toda a tralha. Pouca coisa: um guarda-roupa muito antigo, uma cômoda de três gavetas, uma poltrona, duas camas Patente, um colchão de casal de molas soltas, um colchão de capim-mirim do menino, um armário de mantimentos, uma mesa, três cadeiras, um tamborete, duas trouxas de roupa de cama, uma mala com roupas, trens de cozinha, alguns enfeites, um caixote de bregueços do menino, o quadro da Santa Ceia.


  O segundo, descreve um automóvel TL velhíssimo comprado pelo meu tio Mário:


Um dia apareceu com uma fubica, comprada na bacia das almas — uma TL amarela, velhíssima, que só andava de primeira e segunda. Mas esse carro foi seu gosto — e desgosto, pois só vivia em oficina, até que não andou mais e apodreceu lá na porta de sua casa. É, tio Mário, a jabiraca agora só serve pra plantar flor, a gente provocava. Mas ele era um número! Não ligava e também entrava no clima da gozação, rindo-se de si mesmo: É... urubu quando ‘stá de enguiço até pra cagá descadera!


Faniquito: Ataque de nervos sem importância nem gravidade; xilique.
Farejar: Procurar, esquadrinhar, descobrir.
Farronca: Entidade fantástica que amedronta as crianças. Bicho-papão, cuca.
Fazer vista grossa: Omitir-se; fazer que não viu.
Feijão-pagão: Feijão cozido, mas não socado, que se usa para preparar o feijão tropeiro.
Ficar de butuca: Ficar de olho, vigiar.
Fiote-de-cruz-credo: Pessoa feia, desajeitada.
Féria: Apuração da venda do dia no estabelecimento comercial.
Festão: Ramalhete de flores e folhagens.
Fifó: Fofoqueira de língua venenosa, intrigante.
Finco: Jogo de finco, ou de faquinha, em que se vai lançando, sem errar, os fincos (ou faquinhas) e traçando linhas no chão.
Forreca: Caminhonete velha e estragada.
Fuá: Barulho; confusão.
Fubica: Automóvel antigo e muito estragado.
Fulustreco: Designação de alguém que não se quer nomear, ou cujo nome é ignorado; fulano.
Fraga: Rocha escarpada; penedo, penhasco. Terreno escabroso. 

Jabiraca: Carro velho. Por ext. Mulher velha e feia. [Gíria ocorrente em Aguinhas.]


  (**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.


Veja nos números anteriores desta série:

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36347

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37267

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37892

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=41044

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=42798


 

Referências: preciolandia.com.br; terra.com.br/istoe; institutopackter.com

Publicado por Guimaguinhas
em 14/01/2015 às 10h21
 
08/01/2015 07h32
A Seleção em Aguinhas - 1966: Os ídolos e as crianças

Pelé e Garrincha estão entre os maiores ídolos do futebol mundial de todos os tempos, e, como se sabe, atuando juntos, nunca perderam uma partida pela Seleção Brasileira.

A dupla bicampeã do mundo, quando esteve em Lambari, em 1966, nos preparativos para a Copa do Mundo da Inglaterra, como não podia deixar de ser, era a mais assediada, especialmente pelas crianças.

Neste post, vamos recordar um pouco dessa historia.


Garrincha e as crianças (Foto Fernando Pimentel, reprodução Correio da Manhã - 24/04/66)


 Carlos Augusto Lorenzo Castilho e Garrincha, no saguão do Hotel Itaici


 

Sérgio Buruti e Joel Krauss (ao centro) estão entre as crianças, nesta foto com Garrincha (Foto reprodução O Estado de São Paulo - 15/04/66)


 Paulo César Martins (camisa branca) aguarda autógrafo de Pelé (reprodução)


 

José Elias Simes com Pelé (ao fundo, Betinho Nascimento) 


 Cristina Viola e Gicele Siqueira, com Pelé e Jairzinho


Referências: Jornais O Estado de São Paulo e Correio da Manhã; Facebook de Cristina Viola, Paulo César Martins e Carlos Augusto Lorenzo Castilho.


A Série A Seleção em Aguinhas do site GUIMAGUINHAS

  • Confira neste link - aqui
  • Confira também este post - aqui

(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, fotos, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

 

Publicado por Guimaguinhas
em 08/01/2015 às 07h32
 
06/01/2015 19h32
A Seleção em Aguinhas - 1966: Pelé em Aguinhas

Ilustração de abertura: Estátua de Pelé, na Rodovia Fernão Dias [Trevo Três Corações/Varginha], com a camisa da seleção.


SUMÁRIO

Apresentação

Reportagem EPTV

Inauguração da Rua Edson Arantes do Nascimento

Leia também

Entrega de Prêmio nas Indústrias ABI

Pelé pescando no Lago Guanabara

Outras fotos de Pelé em Lambari

A Série A Seleção em Aguinhas do site GUIMAGUINHAS

Referências


APRESENTAÇÃO

 

Em 1966, quando esteve em Lambari, Pelé já jogara (e ganhara) duas Copas do Mundo: 1958 e 1962. E já era considerado o Rei do Futebol.

Em nossa cidade, Pelé mostrou-se sempre paciente, elegante e carinhoso com os milhares de fãs, e, além dos compromissos com os treinamentos da Seleção, participou também de outros programas e eventos. Vejamos.


REPORTAGEM EPTV

  • Veja reportagem da EPTV/Varginha (aqui)

INAUGURAÇÃO DA RUA EDSON ARANTES DO NASCIMENTO

 

Reprodução jornal O Globo de 18/04/1966


LEIA TAMBÉM

  • Reconstruída a casa de Pelé em Três Corações (aqui)
  • O Museu Pelé, em Santos (SP) (aqui)

ENTREGA DE PRÊMIO NAS INDÚSTRIAS A.B.I.

 

O funcionário Joaquim Domingos da Silva foi contemplado com o prêmio "Dedicação ao Trabalho", promovido pela Indústrias Guarany, então proprietária das Indústrias ABI. O prêmio foi entregue por Pelé, em 16 de abril de 1966.


Joaquim Domingos recebendo o prêmio das mãos de Pelé, em 1966

Confira também este post aqui


PELÉ PESCANDO NO LAGO GUANABARA

 

Pelé pescando (Foto Fernando Pimentel, reprodução Correio da Manhã - 24/04/66)


OUTRAS FOTOS DE PELÉ EM LAMBARI

Pelé e dirigentes da CBF, no Hotel Itaici, servidos por Luiz Nunes


Pelé, em Lambari, próximo do Lago Guanabara, cercado por inúmeros fás (Foto Fernando Pimentel, reprodução Correio da Manhã - 24/04/66)


E se você (ainda) estiver triste e chateado com o desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, poderá (re)ver, orgulhar-se e verificar porque nunca houve nem haverá outro jogador como Pelé (aqui)


A SÉRIE A SELEÇÃO EM AGUINHAS do site GUIMAGÜINHAS

  • Confira neste link - aqui

REFERÊNCIAS

  • EPTV/Varginha, jornal O Globo, jornal Correio da Manhã, VEJA/BH, Youtube, Museu Américo Werneck, Acervo André Gesualdi e D. Aparecida da Silva, viúva de Joaquim Domingos da Silva.

(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, fotos, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

 

Publicado por Guimaguinhas
em 06/01/2015 às 19h32
 
04/01/2015 19h20
Coletânea de livros HISTÓRIAS DE AGUINHAS


  • Obras de ANTÔNIO LOBO GUIMARÃES, autor do site GUIMAGUINHAS (memórias pessoais do autor e de Águas Virtuosas do Lambary)

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net

  • À venda na banca de jornais (centro da cidade) e na Casa Espírita Francisco de Paula Vítor (Rua Afonso de Vilhena Paiva, 355, bairro Campinho), em Lambari, (MG)
  • Ou através deste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

ANTÔNIO LOBO GUIMARÃES é pseudônimo literário de ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES (aqui)

 

Publicado por Guimaguinhas
em 04/01/2015 às 19h20
Página 71 de 113

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

Aprendizado Espírita Net

 

 

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