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Paz, Saúde e Felicidades neste Natal e no ano de 2015.
AS OBRAS LITERÁRIAS DE AMÉRICO WERNECK
Tempos atrás, neste site GUIMAGUINHAS, no qual vimos divulgando informações, histórias e fotos da memória da cidade de Lambari (MG), publicamos uma série de posts denominada AS OBRAS LITERÁRIAS DE AMÉRICO WERNECK, com os seguintes títulos:
Ocorre, porém, que a obra literária de Werneck está completamente esquecida e seus livros constituem hoje raridades, dificilmente encontradas em alfarrábios e similares. Apenas algumas bibliotecas públicas e museus possuem exemplares de suas obras, entre elas o Arquivo Público Mineiro, de Belo Horizonte, e o Museu Américo Werneck, de Lambari.
Reforma do Systema Tributário, de Américo Werneck (Edição da Tipographia do Forum, Belo Horizonte, 1899). Capa de exemplar existente nos arquivos do Museu Américo Werneck
Elaborados os posts, resolveu-se, então, agrupá-los num e-book, objetivando facilitar sua divulgação junto aos interessados na memória da cidade de Lambari. Para que o trabalho pudesse ficar completo, juntamos cópias digitais de alguns livros de Werneck (em domínio público), existentes no acervo do Museu Américo Werneck, que nos foram cedidos pelo sr. Nascime Bacha para essa finalidade.
Capa do e-book, que contém as seguintes obras de Américo Werneck: Graciema (2o. vol) Judith, Lucrécia, Marido e Amante e Um punhado de verdades
O original desse e-book foi depositado no acervo do Museu Americo Werneck. Ficam aqui registrados os agradecimentos ao sr. Nascime Bacha — incansável trabalhador da memória de Lambari e das obras de Werneck —, e a Ivan Américo Werneck, que, tempos atrás, disponibilizou, em meio digital, alguns livros de Américo Werneck.
Agradecemos também a Evânia Santana, por sua colaboração.
Referências:
SUMÁRIO
Como se sabe, o Farol do Lago — ao lado do Cassino, do Lago Guanabara, do Parque Novo, da Barragem do Lago — é uma das obras fundadoras de nossa cidade, e foi inaugurado durante a gestão de Américo Werneck (aqui) e (aqui).
As poucas notícias históricas a respeito do Farol do Lago dão conta de que sua função seria iluminar as gôndolas venezianas durante passeios noturnos no Lago Guanabara. Mas não se sabe se isso chegou a ocorrer.
No Lago Guanabara, gôndolas trazidas por Werneck de Veneza
Há também informaçoes de que o Farol do Lago
à época de sua inauguração, iluminava o lago e produzia um belo efeito nos vitrais do Cassino. O farol guarda simetria em relação ao solstício e ao equinócio, e a escolha do nome foi uma homenagem ao regime republicano, do qual Werneck foi ardoroso defensor. (aqui)
Ao fundo, o Farol da República, visto da balaustrada do Cassino
A foto da aquarela que abre este post, em que o farol aparece "aceso", foi um acidente de trabalho. Explico. À vista dos temas do site GUIMAGUINHAS, vivo colhendo fotos e informações sobre a história de nossa cidade. Pois bem, vi no Cartório de Registro Civil (Lucas Nascimento) a aquarela abaixo, feita por Carlos Augusto Lorenzo Castilho, e pedi para bater uma foto.
Como a aquarela foi afixada num ponto mais elevado da parede, posicionei a câmara do celular acima da cabeça, e não notei, na hora, que a lâmpada fluorescente no teto da sala estava acesa e refletia no quadro. Em casa, quando fui examinar a foto, verifiquei que o "farol parecia aceso". Retornei ao Cartorio para mostrar a foto, verificar o que ocorrera e tirar uma nova foto, dessa feita com o "farol apagado".
Vejam as fotos:
Nota-se o reflexo da janela e da lâmpada no teto
Aqui a foto tirada de um novo ângulo e com a lâmpada da sala apagada
Aquarela feita por Carlos Augusto Lorenzo Castilho, exposta no Cartório de Registro Civil de Lambari (Lucas Nascimento)
Fotos: Museu Américo Werneck; e Documento da Fundação João Pinheiro, 1976. Diagnóstico do estado de conservação do Cassino de Lambari, ilustrado com fotos internas e externas do edifício - Disponível em:http://www.bibliotecadigital.mg.gov.br/consulta/consultaDetalheDocumento.php?iCodDocumento=48971. Visitado em 30, maio, 2014.
Introdução
Antônio Fonseca Pimentel, filho do Dr. Antônio Pimentel Júnior, prefeito de Lambari entre 1912/1918 (aqui), nascido em Ouro Fino (MG), em 1916, aqui morou até os 6 anos de idade, tendo deixado Lambari, com a família, em 5 de setembro de 1922. (1).
Funcionário público federal, fez carreira no antigo DASP, órgão do qual foi diretor (anos 1960). Foi também Diretor-Geral do Ministério da Viação e Obras Públicas (1959), ocupou, nos anos 1960, cargo de assessoramento no Ministério da Agricultura e foi Subchefe do Gabinete Civil (1969). É autor de diversos livros, quer de literatura, quer na área técnica em que trabalhou, e membro da Academia Brasiliense de Letras. Entre suas obras, destacam-se:
E contam-se, ainda, títulos em francês, inglês e espanhol, tais como: L'Administration du Personnel en Amérique Latine, Politics and Administration, Teoría del estado y administración pública.
Mas é em seu livro Memorial dos setenta, no qual narra sua trajetória de vida, que aparecem referências à nossa cidade. Vejamos as recordações das casas em que morou em Lambari:
Em Lambari (...), moramos, o primeiro ano, de princípio de 1919 a princípio de 1920, numa casa assobradada, de propriedade de um tal Artur Sodré, sita na atual rua Regente Feijó nº 215 e que ainda vi em outubro de 1984 praticamente sem alterações estruturais, mas, obviamente, não em muito bom estado de conservação, apesar de ainda habitada.
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Da casa de "seu" Artur Sodré passamos muito rapidamente por outra, de uma tal Tereza Martins, da qual guardo reminiscências apenas fragmentárias...
Finalmente, passamos, a partir de meados de 1920, a residir na casa de uma certa Aninha Horta, numa das esquinas da praça da matriz, onde ficava em 1984, sem a antiga casa, a chácara de um Sr. Castelo Branco. Nessa casa moramos até nossa partida definitiva de Lambari, no dia 5 de setembro de 1922...
Durante sua passagem por Lambari, em 1984, conforme narrado acima, Fonseca Pimentel presenteou D. Geralda Siqueira com um volume do livro Aguas Virtuosas de Lambary (Roberto Capri, 1918), que contém relatos e fotos da administração de seu pai (Antônio Pimentel Júnior) na prefeitura de Lambari, nas décadas de 1910/20.
Dedicatória de Fonseca Pimentel a dona Geralda Siqueira
Capa do livro Águas Virtuosas de Lambary (Roberto Capri, 1918), que traz um pequeno retrato descritivo e fotográfico de Lambari, à época da gestão do prefeito Dr. Antônio Pimentel Júnior
Fonseca Pimentel e Nélson Rodrigues (1962) [Reprodução]
Fonseca Pimentel (direita) e Tancredo Neves (esquerda), Brasília, 1979 [Reprodução]
PIMENTEL, A. Fonseca. Memorial dos setenta. Brasília : Editora Gráfica Brasiliana, 1989, págs. 61 e 65.
Antônio Pimentel Júnior foi o segundo prefeito de Águas Virtuosas do Lambary (2o. semestre de 1912 a 1918), tendo sucedido a Américo Werneck.
Segundo relata seu filho Antônio Fonseca Pimentel, no livro Memorial dos Setenta (aqui), a nomeação de Pimentel Júnior se deu nas seguintes circunstâncias:
Em outubro de 1912, foi meu pai nomeado prefeito de Lambari, então denominada, por extenso, Águas Virtuosas de Lambari.
Essa nomeação se deveu a dois fatos principais.
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O segundo fato a que se deu a nomeação de meu pai foi a decisão de Bueno Brandão de substituir, na prefeitura daquela estância hidromineral, a Américo Werneck,que, dentre numerosas outras obras, concluíra a construção do famoso cassino de Lambari e o inaugurara em 1911.
Bueno Brandão, como chefe do executivo estadual, estivera presente às festas de inauguração , verdadeiramente de mil-e-uma noites, segundo a tradição conservada. E, em sua conhecida simplicidade e austeridade, regressara a Belo Horizonte, segundo os íntimos, escandalizado com tamanha pompa e, de acordo com uma anedota, achando que, naquele andar, Américo Werneck quebraria não só Lambari, mas o próprio Estado de Minas, o que era evidentemente um exagero.
Meu pai era, assim, nomeado com a recomendação expressa de não gastar, ou gastar o menos possível, para compensar os gastos da administração anterior.
Era uma tarefa antipática e ingrata perante uma comunidade que esperara que Américo Werneck transformasse Lambari na Monte Carlo não só de Minas, mas do Brasil, o que não ocorreu nem sequer com o Cassino de Quintandinha, construído trinta anos depois em Petrópolis, a algumas dezenas de quilômetros apenas do Rio de Janeiro.
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Em que pesem as dificuldades acima relatadas, e a perda trágica de um filho — José — então com oito anos, num acidente com uma arma de fogo, fato ocorrido pouco mais de um mês após a chegada da família em Lambari, Pimentel Júnior conseguiu realizar, como prefeito, uma grande administração. Confiram abaixo o relato do escritor José Nicolau Mileo.
Fonte: MILEO, José N. Ruas de Lambari.
Aspectos da cidade entre 1912/1918
Um trecho da cidade, vista da Igreja N. S. da Saúde (nota-se um quarteirão inteiro, da atual Rua Tiradentes, sem nenhuma construção).
Fonte: CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary
PIMENTEL, Antônio Fonseca. Memorial dos Setenta. Brasília, DF : Gráfica Brasiliana, 1989, p. 57/58.
MILEO, José N. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Gráfica Vila, 1ª. edição, 1970.
CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokay & Comp., 1918.
Veja também:
- MEMÓRIAS POLÍTICAS DE AGUINHAS (1) - Dr. José dos Santos, médico e prefeito, aqui
- INAUGURAÇÃO DAS OBRAS DE AMÉRICO WERNECK, aqui