Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
27/08/2020 10h31
ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE - Antigo bóton do A.V.F.C.

Ilustração: Antigo e raro bóton* do Águas Virtuosas Futebol Clube, pertencente ao sr. Manoel Marne Gonçalves


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

 

Dias atrás, eu calibrava os pneus do carro no Posto Gregatti e usava esta camisa branca do Águas Virtuosas: 


  

(Sobre os uniformes do A.V.F. C., veja este post aqui)


De repente, um senhor alto, de óculos, que abastecia o carro, usando máscara e guardando distância, se aproximou, apontou o dedo para minha camisa, e disse:

— Lindo esse escudo do A.V.F.C em sua camisa!

— Sim, respondi, muito bonito.

— Pois eu possuo uma coisa rara do time do Águas Virtuosas. E não conheço ninguém que tenha outro igual.

— O que é? perguntei curioso.

— Um antigo bóton do Águas Virtuosas Futebol Clube.

— Que interessante, senhor! Como é mesmo o seu nome?

— Manoel, ele respondeu.

— Ah, sim. Eu sou autor de um site chamado GUIMAGUINHAS, que publica memórias de Águas Virtuosas de Lambari e do time do Águas, e gostaria de publicar uma foto desse bóton. O senhor tem como me enviar uma?

— Sim, claro, me passa seu telefone.

E foi desse rápido encontro que nasceu este post.

Vamos lá.

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ANTIGO BÓTON DO A.V.F.C.

No dia seguinte, pelo WhatsApp, fez contato comigo a sra. Lílian Marne, filha do seu Manoel, encaminhando fotos do bóton do A.V.F.C., que postamos a seguir.

Esse raro bóton é um símbolo histórico que enche de orgulho o lambariense amante do futebol e do time do A.V.F.C., ao tempo que nos deixa o amargo sentimento de saber que as atividades do grande clube foram encerradas...

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MANOEL MARNE GONÇALVES

Juntamente com as fotos do bóton, Lílian Marne encaminhou fotos de medalha comemorativa dos 50 anos de fundação da Sociedade Esportiva Palmeiras (1914-1964), clube pelo qual Manoel Marne jogou hóquei sobre patins, como goleiro. Nessa posição, foi o primeiro atleta a defender uma equipe brasileira num jogo internacional.

Confira:

 

Pois bem, a partir daí pesquisei na internet sobre Manoel Marne Gonçalves e descobri que ele escrevera livros de contos e poesias, nos quais há referências à nossa Lambari — e dele também, pois é lambariense.

Como a pandemia dificulta encontros pessoais, novamente recorri a sua filha, que me passou outras informações sobre seu pai. Manoel nasceu em 27 de junho de 1933, tendo deixado a terra natal, com toda a família em 1946, e se fixado em São Paulo. Depois de aposentado (trabalhou na Light/Eletropaulo por 36 anos), veio fazer moradia novamente entre nós.

Por parte de pai, é neto de dona Bizica e João Gonçalves, o antigo dono da fazenda em que se situa a famosa cachoeira que leva seu nome.


A cachoeira do João Gonçalves. Tela de Olímpio Portela


Por parte de mãe, é neto de dona Olga e Júlio Augusto Pinto, proprietários do Hotel Central e ele também fundador e dono do Jornal Hidrópolis, que circulou em Lambari nas primeiras décadas dos anos 1900.

Recorde-se que Júlio Pinto era também músico e compôs o Hino de Lambari, cuja letra é de Bernardo Aroeira (veja aqui).


À direita, o antigo Hotel Central

Discreto quanto aos seus contos e versos, Manoel Marne tem como hobby a equitação, a literatura, a poesia e a música.

Em post futuro vamos falar sobre o escritor e poeta.


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REFERÊNCIAS

- Agradecemos ao sr. Manoel Marne Gonçalves e à sua filha Lílian Marne as informações e fotos utilizados neste post.

- Museu Américo Werneck (foto do Hotel Central)

- Dr. Ricardo Rambaldi Leite (tela de Olímpio Portela)


  • [*] - O botão ou espécie de broche (geralmente redondo, com mensagens políticas, frases espirituosas, desenhos, símbolos etc., que se usa por modismo ou para indicar a adesão a algum movimento, causa, ideia) é hoje designado bóton, uma forma aportuguesada do inglês “button”. (Ref. Não Tropece na Língua)

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/08/2020 às 10h31
 
04/08/2020 08h11
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - A água mineral de Lambari (3)

Ilustração: Rótulo da água mineral de Lambari, ao tempo da concessionária Superágua, do grupo Supergasbras. Anos 1980.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

No post número 1 desta Série (aqui), vimos marcos e registros históricos de nossas águas minerais a partir de 1815 até os anos 1930.

Hoje veremos alguns outros mais.

Vamos lá.

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MARCOS E REGISTROS HISTÓRICOS

Propaganda da Água Virtuosa (de Campanha). Reprodução. Correio Paulistano, SP, 13, set, 1883 (bn.digital.gov.br).

A propaganda mencionava algumas doenças que poderiam ser tratadas pelos efeitos curativos da água: inflamação, incômodos do estômago e da pele, etc.


Propaganda Água Virtuosa de Lambary. Reprodução. Jornal do Commercio, RJ, 16, abr 1893


Formulário Farmacêutico, destinado aos hospitais e farmácias militares de todo o Brasil, recomendava, entre outras, o uso da água de Lambary. Reprodução. O Paiz, RJ, 4, set, 1901 (bn.digital.gov.br) 

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Reprodução. Revista Fon Fon n. 44, 8, fev, 1908. A propaganda destaca: as únicas naturalmente supergazeificadas


O famoso rótulo das Águas Virtuosas de Lambari, com as medalhas que recebeu. Anos 1930


        

Reprodução. Propaganda O Cruzeiro. Anos 1960 (bn.digital.gov.br)


Garrafa Água mineral de Lambari. Hidrominas. Anos 1960. Reprodução


Anos 1980. Rótulo Água mineral de Lambari. Superagua. Reprodução

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REFERÊNCIAS

  • Revistas e jornais mencionados no texto. Reprodução. Fonte: bn.digital.gov.br
  • Museu Américo Werneck - Lambari, MG

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Publicado por Guimaguinhas
em 04/08/2020 às 08h11
 
29/07/2020 10h44
AGUINHAS MUSICAL - Céu de Lambari - de Roberto Ferreira, por Renato Restier

Ilustração: Céu de Lambari. Recorte. Postal Igreja Matriz de Lambari, MG


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Na Série AGUINHAS MUSICAL já publicamos:

  • G. Machado e seus Rancheiros - aqui
  • Cris Fernandes - aqui
  • Lambari em Serenata - aqui
  • O Estúdio Musical Faixa Preta - aqui
  • Fernando Dias e o Bolero Poema - aqui
  • Festival O Som das Águas - Lambari - 1987 - aqui
  • A Fonte do Lambary - Ernesto Nazareth - aqui
  • Os Mineirinhos - Luiz Paulo & Eduardo - aqui

Hoje vamos falar sobre a música Céu de Lambari.

Confira, a seguir.


CÉU DE LAMBARI

A música Céu de Lambari, de Roberto Ferreira, foi gravada em 1959 por Renato Restier, pela Copacabana Discos. 

A composição foi resgatada por Luciano Hortencio e está no Youtube. Confira: 


https://www.youtube.com/watch?v=exQY5FFWVRo&feature=youtu.be


Céu de Lambari - Roberto Ferreira

O céu parece, parece pertinho
Por estas noites de Lambari
Com um céu assim é doce ter um ninho
Com o meu amor junto de mim
Tanta estrela assim, céu tão perto eu nunca vi
Como este claro céu de Lambari.

Se voltasse aqui um dia
Em nossa lua de mel
Feliz eu queria,
As estrelas deste céu
Lambari, Lambari
Nunca vi céu tão lindo quanto o céu daqui.

https://jornalggn.com.br/musica/renato-restier-exalta-o-ceu-de-lambari/ 


RENATO RESTIER

 Renato Restier nasceu em Santana do Livramento. RS - 24/02/1920  e faleceu em São Paulo no dia 1º/08/1984. Filho de Procópio Ferreira e Hortência Santos. Cantor, radioator e ator de cinema e televisão, ficou conhecido como um dos maiores vilões do cinema brasileiro.

(Ref.: Wikipedia e Museudatv.com.br)


REFERÊNCIAS


 

Publicado por Guimaguinhas
em 29/07/2020 às 10h44
 
27/07/2020 13h02
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - A água mineral de Lambari e antigos conselhos às mães do Dr. Rinaldo de Lamare

Ilustração: Recorte. Título. Coluna "Conselhos às mães", pelo dr. Rinaldo de Lamare. Revista Fon Fon n. 18, de 4 de maio de 1944 (bn.digital.gov.br)


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

    Reprodução. ANM


O dr. Rinaldo Victor de Lamare (1910-2002) foi presidente da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Pediatria e um dos mais importantes pediatras brasileiros.

De Lamare introduziu entre nós o uso do soro caseiro no tratamento da desidratação e durante décadas orientou mães e pais em assuntos tais como planejamento familiar, aleitamento materno, vacinação, primeiros socorros, doenças infantis e emergências pediátricas.

(Ref. IstoÉ/Gente - 17.01.2000. O Globo - 24.01.2017. Foto: Academia Nacional de Medicina)

O doutor Rinaldo é autor do livro A Vida do Bebê, de 1941, o primeiro livro no Brasil com noções básicas de pediatria. O livro se tornou uma espécie de bíblia das mães brasileiras  e um best-seller com mais de seis milhões de exemplares vendidos, até 2014, época do lançamento de sua 43a. edição.

Essa edição foi revisada e atualizada pelo professor de infectologia Edimilson Migowski, diretor geral do Instituto de Pediatria da UFRJ, e incluiu novas orientações, em face dos avanços da ciência nas últimas décadas.

(Ref.: Jornal Extra/O Globo - 30.11.2014)


            

1a. edição (1941). Reprodução. Extra/O Globo.  

34a. edição (1984). Reprodução. Internet

43a. edição (2014). Reprodução. Internet

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COLUNA "CONSELHOS ÀS MÃES"

Nos anos 1940, antes de lançar o seu livro que ficaria famoso, o dr. Rinaldo de Lamare assinava a coluna Conselhos às mães, na revista Fon Fon, do Rio de Janeiro. Essa coluna durou até 1943; posteriormente, ele assinaria a coluna Criança, na revista A Cigarra.

Por que vomita o bebê?  foi o título de sua coluna publicada no número 44, de 4 de maio de 1940, da Revista Fon Fon.

Nesse texto, há menção à nossa água mineral e à de São Lourenço, como terapêutica caseira auxiliar, no caso de vômito dos bebês.

Confira:

Reprodução. Revista Fon Fon n. 18, de 4, maio, 1940. (bn.digital.gov.br)

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REFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/07/2020 às 13h02
 
17/07/2020 07h36
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - A água mineral de Lambari (2)

Ilustração: Antiga propaganda da água mineral de Lambari, feita pelo seu distribuidor no Rio de Janeiro (Lourenço da Costa & Cia.). Do lado direito, estilizada, aparece uma vista geral da cidade. Reprodução. Fonte: bn.digital.gov.br


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Como sabemos, o mais precioso bem de LAMBARI são suas ÁGUAS VIRTUOSAS.

E a história de nossa cidade é a história de nossas águas.

De fato, logo após o descobrimento das fontes nas terras do fazendeiro Antônio de Araújo Dantas, em 1780/90, as virtudes miraculosas da água medicinal passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas.

A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas.

Desde as décadas iniciais dos anos 1800, inúmeras pessoas acorriam às fontes das águas virtuosas, à procura de seus benefícios medicamentosos, e logo um pequeno vilarejo foi se formando.

Neste post, vamos dar pequena visão histórica de nossas águas.

Vamos lá.

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MARCOS E REGISTROS HISTÓRICOS

  • Entre 1815/1826, surgiu o primeiro trabalho de natureza médica sobre as águas

  • A partir de 1826, esse documento e o interesse do médico e vereador campanhense Inácio Gomes Mindoens fez que a Câmara Municipal de Campanha tomasse providências administrativas para proteção das fontes: mandou inspecionar a área das águas virtuosas, adquiriu terras em torno das nascentes para formar o patrimônio público da Água Virtuosa, alterou a rota da estrada para o Rio de Janeiro, fazendo-a passar próxima ao manancial das águas.

  • No período de 1864 e 1883, a água virtuosa já é mencionada em livros e jornais do País, referida então como água virtuosa da Campanha e água virtuosa e santa do Alambary


  • Em 1888, Ernesto Nazareth, o grande compositor e pianista brasileiro (1863-1934), compôs uma polca intitulada A Fonte do Lambary dedicada à Empresa de Águas do Lambary, concessionária à época da exploração das águas minerais de Águas Virtuosas de Lambary. Possivelmente essa peça musical foi encomendada como propaganda das águas de Lambary.

Recorte partitura da polca A Fonte do Lambary, de Ernesto Zazareth (1888). Reprodução

Veja este post AQUI


  • Em 1893, aparece esta propaganda no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro

Reprodução. Jornal do Comércio 16, abril, 1893. Reprodução. bn.digital.gov.br


  • Em 1912, aparece esta propaganda na Revista Fon Fonte, com recortes do laudo do químico francês H. Péllet

Revista Fon Fon. n. 3, de 1912. Reprodução. bn.digital. gov.br


  • Em 1913, aparece esta propaganda no Almanaque Laemmert

Almanaque Laemmert n. 69, de 1913. Reprodução. bn.digital.gov.br


  • Em 1929, aparecem estas curiosas propagandas na Revista Fon Fon, com quadrinhas elogiando as qualidades da água

Revista Fon Fon. nos. 19 e 20, de 1929. Reprodução. bn.digital.gov.br


  • Em 1929, aparece esta propaganda na revista O Cruzeiro

Reprodução. Revista O Cruzeiro n. 25/1919 (bn.digital)


  • Em 1931, a água mineral de Lambari é premiada  na Exposição de Sevilha

Reprodução. Originalmente publicado no jornal Hidrópolis, de 16, ago, 1931. Lambari, MG


  • Em 1937, a água de Lambari aparece na Xa. Feira Internacional de Amostras, no Rio de Janeiro

Reprodução. Vida Doméstica dez, 1937. Reprodução. bn.digital.gov.br

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REFERÊNCIAS

  • Jornais e revistas mencionados no texto. Reproduzidos de bn.digital.gov.br

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Publicado por Guimaguinhas
em 17/07/2020 às 07h36
Página 22 de 111

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