Ilustração: João de Almeida, ainda jovem, no início de sua carreira política.
João de Almeida Lisboa desempenhou importante papel na história política de Águas Virtuosas de Lambari, tendo sido vereador na Câmara Municipal instalada em 1902, e depois deputado (estadual e federal) por várias legislaturas.
Casado com Maria Rita de Vilhena Lisboa, teve nove filhos, todos nascidos aqui, e alguns deles com destaque na vida social, política e literária.
Abaixo, seguem informações e fotos de Almeida Lisboa e de seus filhos.
Fonte: José Nicolau Mileo [1]
A primeira Câmara Municipal de Águas Virtuosas de Lambari
Ao centro, vê-se João de Almeida Lisboa, que presidiu a primeira Câmara Municipal de Águas Viirtuosas de Lambari.
PRESIDENTE: João Lisboa - VICE-PRESIDENTE: Gabriel Romão Carneiro
SECRETÁRIO: Oscar Paes Pinheiro -
VEREADORES DE ÁGUAS VIRTUOSAS: Joaquim Manoel de Melo, Bibiano José da Silva, Martinho Vaz Tostes, Egydio de Lorenzo
VEREADOR ESPECIAL DE CONCEIÇÃO DO RIO VERDE: Deusdedith Vieira
VEREADOR DE LAMBARY (atual Jesuânia): Francisco Antônio Correa
Os filhos do casal Almeida Lisboa — João e Maria Rita — são os seguintes: João, José Carlos, Alaíde, Henriqueta, Oswaldo e Pedro.
Desses, Oswaldo e José Carlos eram farmacêuticos e trabalharam na Pharmácia da Empresa, citada acima, de propriedade da família.
João Lisboa, médico, clinicou muitos anos em Lambari e também foi prefeito da cidade por quase duas décadas.
Alaíde, Henriqueta, e depois José Carlos, seguiram, com destaque, vida acadêmica e literária no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
Família Lisboa: João de Almeida Lisboa e Maria Rita de Vilhena Lisboa ladeados pelos filhos: João, José Carlos, Alaíde, Henriqueta, Oswaldo e Pedro
Abaixo, segue reprodução de um documento histórico, disponível para venda no site Mercado Livre.
Trata-se de uma carta de João de Almeida de Lisboa, escrita em 14 de fevereiro de 1911, e coassinada por Afonso de Vilhena Paiva*, encaminhada aos eleitores de Águas Virtuosas, pedindo votos para a reeleição de Almeida Lisboa à Câmara Estadual.
Confira:
Dados biográficos de Afonso de Vilhena Paiva
Fonte: José Nicolau Mileo [2]
Tanto João de Almeida Lisboa como Afonso de Vilhena Paiva têm seus nomes inscritos em logradouros públicos de Lambari. Almeida Lisboa deu seu nome à Praça da Fonte Luminosa, e Vilhena Paiva, à rua que sobe do Parque das Águas até o início do bairro Campinho.
[1] MILEO, José N. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs. 27/28.
[2] MILEO, José N. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, pág. 34
- Museu Américo Werneck - Lambari, MG
- Site Mercado Livre
Série Memórias Políticas de Aguinhas
Veja os demais posts da série acima,
Ilustração: Manchete Jornal Última Hora, de 6, ago, 1917 (Reprodução)
Na primeira parte deste artigo, vimos os planos de Werneck para a Estância Hidromineral de Águas Virtuosas, o que ele efetivamente conseguiu terminar e as consequências para o futuro de nosso cidade, conforme o índice que vai a seguir.
Note-se que mesmo tendo ficado distante de concretizar todo o plano de obras para Águas Virtuosas, o que Werneck conseguiu realizar, ainda assim, forma o conjunto de obras fundadoras de Lambari (Cassino, Lago, Parque Novo, Farol, avenidas centrais, remodelação do Parque das Águas, etc.).
Nesta segunda parte, vamos examinar as críticas que Werneck recebeu, sua defesa e um resumo do Caso Minas X Werneck — a demanda histórica que encerrou os planos de crescimento, embelezamento e modernização de Águas Virtuosas de Lambary.
Vamos lá.
Da primeira parte deste artigo constam os itens abaixo.
Para acessar, clique aqui.
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Críticas a Werneck e sua autodefesa
Críticos de Américo Werneck condenaram não só a "suntuosidade das obras" e a "gastança de dinheiro público", como também a "cobertura encomiástica e exagerada" da inauguração feita por alguns jornais.
Vejamos:
No livro O memorial dos setenta, Antônio Fonseca Pimentel, falando sobre a nomeação de seu pai, Antônio Pimentel Júnior, que sucedeu Américo Werneck, anotou:
Em outubro de 1912, foi meu pai nomeado prefeito de Lambari, então denominada, por extenso, Águas Virtuosas de Lambari.
Essa nomeação se deveu a dois fatos principais.
.............................................
O segundo fato a que se deu a nomeação de meu pai foi a decisão de Bueno Brandão de substituir, na prefeitura daquela estância hidromineral, a Américo Werneck, que, dentre numerosas outras obras, concluíra a construção do famoso cassino de Lambari e o inaugurara em 1911.
Bueno Brandão, como chefe do executivo estadual, estivera presente às festas de inauguração, verdadeiramente de mil-e-uma noites, segundo a tradição conservada. E, em sua conhecida simplicidade e austeridade, regressara a Belo Horizonte, segundo os íntimos, escandalizado com tamanha pompa e, de acordo com uma anedota, achando que, naquele andar, Américo Werneck quebraria não só Lambari, mas o próprio Estado de Minas, o que era evidentemente um exagero.
Meu pai era, assim, nomeado com a recomendação expressa de não gastar, ou gastar o menos possível, para compensar os gastos da administração anterior.
Era uma tarefa antipática e ingrata perante uma comunidade que esperara que Américo Werneck transformasse Lambari na Monte Carlo não só de Minas, mas do Brasil, o que não ocorreu nem sequer com o Cassino de Quintandinha, construído trinta anos depois em Petrópolis, a algumas dezenas de quilômetros apenas do Rio de Janeiro. [10]
Em 1917, apareceu esta crítica, de cunho nitidamente político, publicada por um anônimo, que se intitulava Tiradentes:
Crítica assinada por Tiradentes, em A lanterna, de 1917 [11]
Exageros da cobertura jornalística
Em 1915, na discussão entre Werneck e o Estado de Minas, Heitor de Souza, subprocurador-geral do Estado, escreveu:
Crítica de Heitor de Souza à cobertura jornalística das obras inauguradas por Werneck [12]
Werneck se defende de críticas e acusações
Quando prefeito de Águas Virtuosas e comandante das obras de remodelação e embelezamento da vila, Werneck foi objeto de inúmeras críticas e acusações, a maioria anônima. E mais de uma vez solicitou fossem suas contas examinadas pelo Governo do Estado.
Questão Minas x Werneck, Obras Completas de Rui Barbosa, vol. V, p. 107
E no discurso que fez em 24 de abril de 1911 por ocasião das inauguração das obras da estância de Águas Virtuosas, respondeu duramente aos ataques que vinham sendo feitos ao seu projeto e à aplicação dos recursos públicos do Governo de Minas.
Disse ele:
Reprodução - O Paiz, 25, abril, 1911 [4]
A demanda com o Governo do Estado: Caso Minas X Werneck
De 1913 a 1921, arrastou-se a demanda de Américo Werneck contra o Governo do Estado, fato que ficou conhecido como Minas X Werneck. [13]
Resumidamente, ocorreu o seguinte:
Nesses longos nove anos, Lambari praticamente ficou abandonada, visto que Werneck recusava-se a devolver ao Governo de Minas os bens que arrendara, até que recebesse a indenização que o Juízo Arbitral lhe concedeu.
E o grande fluxo de turistas com que sonhou a vila de Águas Virtuosas não ocorreu: o hotel, o teatro e outros melhoramentos e diversões, que poderiam atraí-los, não foram construídos, e os jogos de azar, no Cassino maravilhoso, nunca aconteceram...
Relatório Pres. Estado MG - Governo Delfim Moreira - 1915 - O litígio fora instalado em 1913, e, em 1915, para tentar sua solução, as partes resolveram adotar o Juízo Arbitral.
Relatório Pres. Estado MG - Governo Delfim Moreira - 1916 - Nesse ano, o Juízo Arbitral decidira em favor de Werneck, mas o Governo de Minas resolveu apelar ao STF.
Relatório Pres. Estado MG - Governo Delfim Moreira - 1917 - Nesse ano, o STF decidira pela validade da sentença arbitral, mas Rui Barbosa embargou a decisão. O resultado final, desfavorável ao Governo de MG, sairia em 1918.
Relatório Pres. Estado MG - Governo Wenceslau Braz - 1920. Como se vê, o Governo de Minas, mesmo tendo perdido a causa, e não tendo pago a indenização, tentava reaver judicialmente os bens arrendados a Werneck, e por esse retidos.
Insucessos do Estado de MG na Justiça
Como se vê acima, o Governo mineiro tentou por diversas vezes reaver os bens na justiça, mas não conseguiu.
Confira:
Reprodução: O Paiz, 20, abr, 1920 [14]
O STF decide a favor de Werneck
Em agosto de 1917, foi a julgamento no STF a ação de apelação que o Governo de Minas intentara contra a decisão do laudo arbitral, exarada em 13 de março de 1916, que dera ganho de causa a Werneck de uma vultosa indenização.
O famigerado litígio, além de sua importância forense, foi objeto de grande repercussão política, tanto que nesse julgamento estiveram presentes vários líderes da situação mineira. [15]
Mas o Governo de MG perdeu a causa, e a repercussão dessa decisão foi tão estupenda que o Secretário de Fazenda do Governo Mineiro, à época de Delfim Moreira, Theodomiro Santiago, pediu demissão. Veja a notícia abaixo.
E não foi somente isso. Santiago, que era cunhado de Wenceslau Braz, durante o mandato desse último como Presidente da República (1914-18), perseguiu implacavelmente o jurista Edmundo Lins, que, como árbitro no Juízo Arbitral, decidira em favor de Werneck. Confira aqui.
Reprodução: Jornal Última Hora, de 6, ago, 1917 [16]
Reprodução: Jornal do Brasil, 17, ago, 1917 [17]
Werneck, enfim, recebe a indenização
Até que finalmente, em maio de 1921, no Governo de Artur Bernardes, a indenização foi paga, pondo fim na espetacular demanda, que teve repercussão nacional em face dos grandes juristas que dela participaram, como Rui Barbosa, advogado de Minas Gerais; Rodrigo Octávio, advogado de Werneck; Edmundo Lins, árbitro indicado pelo Governo de Minas; J. X. de Carvalho Mendonça, árbitro de Werneck; e Heitor de Souza, subprocurador-geral do Estado de MG. [18]
Relatorio Presidente MG - Governo Artur Bernardes - 1921
Quem despertará Lambari do seu sonho de longos anos?...
O jornalista, escritor e historiador Gustavo Barroso, de quem já falamos aqui, frequentou Lambari por muitos anos e aqui tinha o seu Retiro do Lago. Em 1943, ele escreveu esta, digamos, crônica-poema intitulada A Bela Adormecida no Lago, com que fechamos este post sobre Werneck e suas obras.
Reprodução. Revista Fon Fon n. 11, de 1943 (Acervo de Gustavo Barroso)
As referências a seguir abragem a 1a. e 2a. parte deste artigo
[1] O Parque Estadual de Nova Baden - aqui
[2] [Américo Werneck] - Parlamentar e Homem Público - disponível aqui
[3] MARTINS, Armindo. Lambari – Cidade das Águas Virtuosas. 1ª. edição, 1949
[4] O Paiz, de 25,abril, 1911 e 20, mai, 1912 [bn.digital.gov.br]
[5] Jornal do Comércio, 7, mai, 1890 [bn.digital.gov.br]
[6] Almanaque Laemmert, edição de 1910 [bn.digital.gov.br]
[7] Corrreio Paulistano de 15, abr,1910 e 20, mai, 1912 [bn.digital.gov.br]
[8] Revista Fon Fon n. 18, de 1911 [bn.digital.gov.br]
[9] OS MONUMENTOS DA ÁGUA NO BRASIL - Pavilhões, fontes e chafarizes nas estâncias sul mineiras (1880-1925) . Francislei Lima da Silva. [Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012. Disponível aqui
[10] PIMENTEL, Antônio Fonseca. Memorial dos Setenta. Brasília, DF : Gráfica Brasiliana, 1989, p. 57/58.
[11] A lanterna, edição de 15,ago, 1917 [bn.digital.gov.br]
[12] SOUZA, Heitor. Arrendamento da estância hydro-mineral de Lambary. Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1915.
[13] Rui Barbosa e a Questão Minas X Werneck - disponível aqui - Novos aspectos da Questão Minas X Werneck - aqui
[14] O Paiz, 20, abr, 1920 [bn.digital.gov.br]
[15] NASCIMENTO E SILVA, Luiz Gonzaga do. Prefácio de Questão Minas x Wernerck Obras Completas de Rui Barbosa - Vol. XLV 1918 - Tomo IV - Rio de Janeiro : MEC/Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980.
[16] Jornal Última Hora, de 6, ago, 1917. [bn.digital.gov.br]
[17] Jornal do Brasil, 15, jan, 1910 e 17, ago, 1917. [bn.digital.gov.br]
[18] A indenização recebida por Werneck - aqui
[19] Carlos Henrique Rangel (Historiador) - Lambari: o município e a estância hidromineral - Histórico elaborado para o Processo de Tombamento do Conjunto Arquitetônico do Cassino de Lambari – IEPHA/MG.
Ilustração: Projeto de estufa de ferro e vidro - Blueprint de Poley & Ferreira, 1911 - que seria construída no Parque das Águas de Lambari, por Américo Werneck
Trata-se este longo artigo de um resumo dos acontecimentos mais significativos de nossa história, só comparável à descoberta de nossas águas em 1780/90.
Nele vamos tratar dos planos de Américo Werneck para a Estância Hidromineral de Águas Virtuosas de Lambary, primeiro como admirador, frequentador/morador da antiga vila (1889-1908), depois como primeiro prefeito nomeado (1909-1911) e a seguir como arrendatário da estância (1911-1912).
Por sua extensão, dividimos o artigo em duas partes. A primeira segue logo abaixo, a segunda poderá ser lida no link abaixo.
O índice da 2a. parte segue abaixo, e o texto pode ser visto aqui.
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Américo Werneck passou a residir em Águas Virtuosas de Lambary no ano de 1889, vindo de São Gonçalo do Sapucaí, e aqui associou-se ao grupo político que tinha, entre outros, Garção Stockler, João Bráulio Moinhos Vilhena e João de Almeida Lisboa.
Esse grupo vai se fortalecer muito politicamente na década de 1890, vendo na exploração comercial das águas minerais e na fundação de uma estação balneária um grande futuro para Águas Virtuosas.
E Werneck vai abraçar esse sonho com uma determinação irrefreável.
Veja também:
Para saber mais sobre os aspectos políticos e urbanísticos da vila de Águas Virtuosas no final do Século XIX/início Século XX, acesse:
Entre 1892 e 1908, Werneck ocupou diversos cargos no Legislativo e no Executivo, no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, mas continuou visitando Lambari (era proprietário da Fazenda dos Pinheiros, em Nova Baden, atual Horto Florestal) e sempre ligado aos problemas políticos da localidade. [1]
Assim, em 1909, quando foi nomeado Prefeito de Águas Virtuosas de Lambary e Presidente da Comissão de Melhoramentos e Superintendente das obras fundadoras da cidade (Cassino, Lago, Parque Novo, Parque das Águas, Farol, etc.), já tinha uma longa carreira na vida pública. [2]
Pois bem, a sua formação de engenheiro (a qual ele menciona no livro de memórias da juventude: Judith), sua experiência como consultor técnico de obras públicas em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, sua atividade como diretor da Rede Sul Mineira, sua grande vivência na área pública, tudo isso certamente o qualificou para a missão de tornar-se o "artífice de Águas Virtuosas", como Armindo Martins, memorialista de Lambari, o designou. [3]
Neste post, vamos examinar o plano ambicioso que Werneck traçara para transformar Águas Virtuosas numa "estância europeia": as obras que planejou, aquelas que não realizou e o desfazimento do sonho da Vichy brasileira, que se esfumou diante da demanda judicial com o Governo de Minas Gerais.
Vamos lá.
Em 1890, Werneck já tinha percepção do que poderia ser o futuro de Águas Virtuosas de Lambary.
De fato, João de Almeida Lisboa, no discurso que proferiu em abril de 1911, por ocasião da inauguração das obras de Werneck, ressaltou que:
Reprodução: O Paiz, de 25,abril, 1911 [4]
Na carta pública que dirigiu, em 13 de maio de 1890, a João Pinheiro, então Presidente do Estado de Minas Gerais, Garção Stockler, aliado político de Werneck
aponta a necessidade de demarcação e alargamento da área pública, visto que Águas Virtuosas se tratava de "uma localidade crescente todos os dias e em que já faltam terrenos públicos para construção".
Vejamos:
Reprodução. Jornal do Comércio, 7, mai, 1890 [5]
O Almanaque Laemmert, edição de 1910, traz uma descrição geral das obras planejadas por Américo Werneck, quais sejam:
Note-se que parte das obras relativas à urbanização realizadas por Werneck já constavam de plano anterior, gestado por Garção Stockler, quando exerceu o cargo de agente executivo municipal (plano de saneamento e embelezamento da vargem e alinhamento das principais vias de acesso ao Parque das Águas).
Confiram o texto do almanaque:
Reprodução: Almanaque Laemmert, edição de 1910 [6]
A referida planta cadastral é esta: Planta de Águas Virtuosas ao tempo de Werneck (1909) aqui
O andamento das obras
Notícias de jornais da época mencionam o andamento das obras na estância de Águas Virtuosas:
Reprodução: Jornal do Brasil, 15 de janeiro de 1910 [17]
Reprodução: Correio Paulistano, 15 de abril de 1910 [7]
A visão de futuro, a capacidade técnica, a força e as alianças políticas do grupo sul-mineiro a que se filiara, a facilidade de articular e se movimentar politicamente, o acesso a fontes jornalísticas e pessoas influentes, tudo isso fez que o projeto visionário de Werneck conquistasse adeptos e ganhasse alturas.
O texto abaixo, assinado por M. S., da conhecida revista Fon Fon (1907-1958), escrito pouco depois da inauguração das obras em abril de 1911, dá bem uma ideia da grandiosidade que se imaginava para a futura Vichy brasileira.
Confiram:
Reprodução: Revista Fon Fon n. 18, de 1911 [8]
Fundos públicos e fundos privados
As obras realizadas por Américo Werneck na estância hidromineral de Águas Virtuosas, no período de 1909 a 1911, e inauguradas em 24 de abril deste último ano, foram custeadas por recursos públicos, da ordem de 2.200 contos de réis.
Em 16 de maio de 1912, Werneck arrendou ao Governo do Estado a estância de Águas Virtuosas, obrigando-se a concluir obras, realizar outras e fazer novos investimentos. Assim, viu-se na necessidade de buscar associados para o empreendimento, para dar conta do formidável compromisso de investimentos na estância, a que se obrigara por contrato.
Então, entre meados de 1912 e início de 1913, esteve na Europa e Estados Unidos para conhecer sitios e negócios assemelhados à estância de Lambari, como também para atrair investidores. Na verdade, dias depois da assinatura do contrato, aqui mesmo no Brasil ele já procurava sócios para o empreendimento, como noticia o jornal Correio Paulistano, de 20 de maio de 1912:
Reprodução: Correio Paulistano, 20, mai, 1912 [7]
Obras entregues e festejos de inauguração
Como se sabe, em 24 de abril de 1911, com a presença do Presidente da República, Hermes da Fonseca, do Presidente do Estado, e de inúmeras autoridades, Américo Werneck inaugurou as obras que realizou em menos de 20 meses, contados a partir de setembro de 1909, quando assumiu a prefeitura de Lambari.
Naquela oportunidade, na solenidade em que prestou contas ao Presidente do Estado de MG, Bueno Brandão, dos recursos que investira na estância de Águas Virtuosas, Américo Werneck listou obras e custos. Disse ele:
O governo do Estado entregou-me dois mil e duzentos contos. Que fiz deles?
Para a execução desses trabalhos, acrescentou Werneck, adquirira mais de 100 prédios e removera mais de 200.000 metros cúbicos de terra e moledo.
Quanto às festividades de inauguração, confira estes posts do site GUIMAGUINHAS:
Werneck arrendara a Estância de Águas Virtuosas em 16 de maio de 1912, pelo prazo de 90 anos. Mas em 27 de junho de 1913, apenas 14 meses depois, alegando dificuldades criadas por agentes do Estado de Minas na execução do contrato, deu entrada em ação rescisória na Justiça Federal de Belo Horizonte.
Era o começo do fim do sonho, pois Werneck não havia concluído as principais obras que planejara!
Como se verá abaixo, foram imensos os prejuízos para Águas Virtuosas de Lambary, que, a rigor, jamais se recuperou totalmente desse golpe do destino.
Nossa Vichy ficou no papel...
Nosso Ícaro voara alto demais...
A planta do Cassino foi elaborada pela firma Poley & Ferreira, do Rio de Janeiro; estes arquitetos desenharam também os planos para a construção do Farol, do prédio da Usina, do mercado, que não alcançou nossos dias... do grande hotel que devia ser erigido ao lado do Cassino, do Teatro, da Fonte Luminosa e inúmeros adornos para o Parque das Águas, tudo com requintado bom gosto, arte e maestria. Felizmente nem tudo se perdeu; ainda dormem nos arquivos da Prefeitura os projetos, à espera de quem os tenha tirar para um dia se tornarem realidade...
Armindo Martins, Lambari, Cidade das Águas Virtuosas, 1949, p. 103
Muito dos projetos que idealizara Werneck não conseguiu concluir. Como exemplos:
(*) Parte desses projetos, arquivados no prédio da Prefeitura Municipal, foram perdidos em incêndio ocorrido em 1987 - AQUI
Grande Hotel, Estação do trem, instalações no Parque Novo
À direita do Cassino, ficaria o Grande Hotel, que não passou da plataforma que existe até hoje.
A sua esquerda, a plataforma da Estação de trem, que também não se realizou.
Para o Parque Novo, foram planejadas a construção de coreto para música, de quiosques e de tanque e pavilhões para uso dos banhistas, e também a instalação de espaços para jogos, equipamentos e aparelhos de ginástica, o que não ocorreu.
Adornos para o Parque das Águas
Como escreveu o memorialista Armindo Martins [3], inúmeros adornos para o Parque das Águas, tudo com requintado bom gosto, arte e maestria, em estilo art nouveau, como a estufa de vidro e ferro, fonte com lago, esculturas de garças e figuras humanas, quiosques japoneses, uma grande entrada para o Parque, não foram construídos. [19]
E infelizmente nem mesmo os projetos originais, que estavam guardados nos arquivos da Prefeitura, a que Martins se referiu, sobreviveram, visto o incêndio ocorrido em 1987. (Confira aqui)
Alguns blueprints de projetos não executados, coletados por Francislei Lima da Silva [9] "em uma das salas do Cassino do Lago de Lambari em péssimo estado de conservação", e que passaram somente a "existir como obra de arte, plano de uma pintura da paisagem", podem ser vistos abaixo:
Projeto do arco de entrada para o Parque das Águas [9]
Projeto de viveiro de pássaros para o Parque das Águas [9]
Projeto para estufa de ferro e vidro para o Parque das Águas [9]
Projeto de quiosque para o centro do lago [9]
As referências a seguir abragem a 1a. e 2a. parte deste artigo
[1] O Parque Estadual de Nova Baden - aqui
[2] [Américo Werneck] - Parlamentar e Homem Público - disponível aqui
[3] MARTINS, Armindo. Lambari – Cidade das Águas Virtuosas. 1ª. edição, 1949
[4] O Paiz, de 25,abril, 1911 e 20, mai, 1912 [bn.digital.gov.br]
[5] Jornal do Comércio, 7, mai, 1890 [bn.digital.gov.br]
[6] Almanaque Laemmert, edição de 1910 [bn.digital.gov.br]
[7] Corrreio Paulistano de 15, abr,1910 e 20, mai, 1912 [bn.digital.gov.br]
[8] Revista Fon Fon n. 18, de 1911 [bn.digital.gov.br]
[9] OS MONUMENTOS DA ÁGUA NO BRASIL - Pavilhões, fontes e chafarizes nas estâncias sul mineiras (1880-1925) . Francislei Lima da Silva. [Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012. Disponível aqui
[10] PIMENTEL, Antônio Fonseca. Memorial dos Setenta. Brasília, DF : Gráfica Brasiliana, 1989, p. 57/58.
[11] A lanterna, edição de 15,ago, 1917 [bn.digital.gov.br]
[12] SOUZA, Heitor. Arrendamento da estância hydro-mineral de Lambary. Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1915.
[13] Rui Barbosa e a Questão Minas X Werneck - disponível aqui - Novos aspectos da Questão Minas X Werneck - aqui
[14] O Paiz, 20, abr, 1920 [bn.digital.gov.br]
[15] NASCIMENTO E SILVA, Luiz Gonzaga do. Prefácio de Questão Minas x Wernerck Obras Completas de Rui Barbosa - Vol. XLV 1918 - Tomo IV - Rio de Janeiro : MEC/Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980.
[16] Jornal Última Hora, de 6, ago, 1917. [bn.digital.gov.br]
[17] Jornal do Brasil, 15, jan, 1910 e 17, ago, 1917. [bn.digital.gov.br]
[18] A indenização recebida por Werneck - aqui
[19] Carlos Henrique Rangel (Historiador) - Lambari: o município e a estância hidromineral - Histórico elaborado para o Processo de Tombamento do Conjunto Arquitetônico do Cassino de Lambari – IEPHA/MG.
Ilustração: Réplica de relógio da antiga Estação Ferroviária de Águas Virtuosas, existente na livraria Estação do Livro, em Lambari, MG
Como já contamos na Série O TREM DE AGUINHAS (aqui), a Estrada de Ferro Muzambinho chegou a Jesuânia em 1894. Em 1o. de março, essa estação (chamada então Bias Fortes) foi inaugurada. No dia 24 do mesmo mês a estrada de ferro chegava às Águas Virtuosas.
A primeira estação foi a Parada Melo, a Estação Ferroviária de Águas Virtuosas foi inaugurada alguns anos depois. Houve um plano de Werneck de se construir uma estação ao lado do Cassino, o que acabou não ocorrendo.
Neste post, vamos conhecer a história das estações férreas de nossa cidade.
Confira.
Quando a linha férrea chegou a Águas Virtuosas de Lambary, em 1894, o trem fazia uma parada nos fundos do Hotel Mello; Em 1908, essa parada foi ampliada, sendo conhecida como Apeadeiro Mello, que depois passou à história de nossa cidade com o nome de Parada Mello. Nos anos 1940, com a construção do Hotel Imperial, a Parada Mello ligava-se diretamente a um dos salões do hotel. (Veja aqui)
Em 1908, o Hotel Mello fazia propaganda do Apeadeiro Mello.
Confiram:
Reprodução: O Paiz, 27, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
1914: chegada de turistas na Parada Mello. O Hotel Mello pode ser visto ao fundo.
Reprodução: Revista Fon Fon n. 17, de 1914 (bn.digital.gov.br)
Parada Mello nos anos 1940, já ligada ao hall do Hotel Imperial
Memórias de Varginha: Rede Mineira de Viação
Trecho de crônica do professor Antônio Pereira Brandão, publicada em 3 de julho de 2014, no blogdomadeira.com.br
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No entanto, o menino de calças curtas ainda não havia se entrosado com a turma para tentar esquecer um pouco os encantos da cidade natal; os brinquedos e passeios, quando a composição se aproxima de Lambari, para embargue ou desembarque na querida Parada Melo, colada ao Hotel Imperial. Era o ponto mais festejado nesta passagem pelas águas minerais! Com isso, novas recordações dos Pais, irmãos, parentes, companheiros dos piques, das engraçadas cenas de mocinho com fala enrolada dos inesquecíveis faroestes. Lambari significava charretes, cavalos, garrafas e garrafões de água mineral, porque a visita ao parque das águas era o passeio, o badalado, o imperdível passeio.
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A Estação Férrea ao lado do Cassino
Nos planos das obras de remodelação da estância de Águas Virtuosas, idealizados por Américo Werneck nos anos 1910, estava a construção de uma nova gare [estação férrea], como noticiou o jornal O Paiz:
Reprodução: Jornal O Paiz, de 6, set, 1909 (bn.digital.gov.br)
Essa estação férrea seria edificada ao lado esquerdo do Cassino, na plataforma ainda hoje existente.
Reprodução: Jornal O Paiz, de 25, abr, 1911 (bn.digital.gov.br)
Werneck planejou construir a estação ferroviária ao lado do Cassino, o que acabou não acontecendo.
Vista aérea da linha do trem contornando o lago, passando pelo pontilhão e seguindo em direção à Parada Mello (anos 1960)
Nessa foto do Farol, pode-se ver ao fundo o pontilhão da estrada de ferro, que contornava o Lago Guanabara, como está na foto abaixo:
A Estação Ferroviária de Águas Virtuosas
Nos anos 1920, a Estação Ferroviária de Águas Virtuosas foi construída, seguindo modelo tradicional de suas congêneres, por todo o Brasil:
Reprodução: Estação de Lambari, no primeiro plano o girador das máquinas (Revista Brasileira de Geografia, outubro-dezembro de 1947, p. 536)
Reprodução: Turistas na estação de Lambari preparando-se para uma passeio a Cambuquira (Revista Fon Fon n. 16, de 1923 - bn.digital.gov.br)
Emília Bispo Salles, esposa do agente ferroviário sr. Joaquim Salles, pajeando netos, na casa existente nas dependências da antiga estação
Joaquim Salles e netas (Celeste Emília e Maria Dorotéia), nos anos 1960. Ele foi o último agente da estação ferroviária de Lambari
A menina Tugucha (Delmira Maria de Vilhena), na estação ferroviária, que pode ser vista ao fundo
A Estação de Nova Baden foi criada em 1901 (aqui), para servir à colônia agrícola de Nova Baden, na qual se instalaram colonos austríacos, alemães, espanhóis e italianos, no final do Século XIX/início Século XX.
Inauguração da Estação de Nova Baden (1901)
Turistas a cavalo e troles visitam a estação de nova baden, início dos anos 1900
A construção da Rodoviária de Lambari
Como se sabe, em julho de 1966 os trens pararam de circular em Águas Virtuosas de Lambary, e suas linhas férreas, estações, caixas d'água, viradouros, etc. foram completamente abandonados.
Em 1967, visto o lastimável estado do prédio da estação ferroviária, já havia planos de transformar o local, adaptando-o para uma estação ferroviária, o que acabou ocorrendo em 1988/89.
Em algumas outras localidades de Minas Gerais, preferiu-se recuperar o prédio das estações e transformá-los em espaços de memória e cultura. Confira:
Reprodução: Correio da Manhã, 9, mar, 1967 (bn.digital.gov.br)
Reprodução: Minas em Revista - n. 99, maio de 1988
A Estação Rodoviária de Lambari (Reprodução: lambari-mg.blogspot.com.br)
A revitalização da Parada Mello
Neste ano de 2018, por iniciativa da AMEL Lambari, em concordância com a administração do Condomínio do Hotel Imperial, deverão ser feitas obras de revitalização do espaço da antiga Parada Mello.
Vista da Parada Mello, aos fundos do antigo Hotel Imperial
Ilustração: Reprodução: capa do folheto Collegios "Brazil" e "Minas" (Graphica Klabin, 1905) - Acervo da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa - BH
Em 1905, o casal Francisca Amélia Vianna e Joaquim Lopes Vianna, educadores e diretores de colégios particulares, vieram para Águas Virtuosas do Lambary e aqui fundaram duas escolas: uma para meninos e outra para meninas.
No final daquele ano, a título de propaganda, mandaram imprimir o folheto abaixo, com informações sobre a fundação dos colégios e o ano letivo de 1905.
Neste post, contamos esta história.
Reprodução: Capa. Collegios "Brazil" e "Minas" - [Folheto] Empreza Graphica Klabin, São Paulo, 1905 - Acervo da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa - BH
(*) Este exemplar traz a assinatura do prof. Paulino d'Araújo Filho e a data: Christina, 22 de janeiro de 1906
Reprodução: Jornal O Paiz, 27, jan, 1905 (bn.digital.gov.br)
Na fundação dos colégios, a diretoria enviou aos pais e famílias de Águas Virtuosas do Lambary uma circular, na qual resumia a proposta educional, que dizia, entre outras coisas:
Com instrução primária e secundária para meninos, na forma de internato e externato, o Colégio Brazil tinha como diretores/professores Charles Noguerés e Joaquim Lopes Vianna, e como professores conhecidas personalidades públicas de Águas Virtuosas do Lambary:
O antigo Colégio Brazil estabeleceu-se ao lado do Parque das Águas, até 1908, no local onde posteriormente funcionaria o Cassino das Fontes e o Clube das Fontes [MILEO, 1970]
Com instrução primária e secundária para meninos, na forma de internato e externato, o Colégio Minas tinha como diretores/professores Francisca Amélia Vianna, seu marido Joaquim Lopes Vianna e Charles Noguerés, e como professores conhecidas personalidades públicas de Águas Virtuosas do Lambary:
Reprodução: O Malho n. 194, de 1906 (bn.digital.gov.br)
O antigo Colégio Minas situava-se no prédio acima, onde depois funcionou o Colégio Santa Terezinha e a Prefeitura Municipal de Lambari
Jornais de comunidades italianas
Curioso notar que jornais de comunidades italianas também faziam propaganda dos colégios Brazil e Minas e da Vila de Águas Virtuosas.
De fato, colhemos no Do Bersagliere, órgão da colônia italiana no Rio de Janeiro, esta nota;
AV [Águas Virtuosas], 28, Gennaio 1905
Essendo AV dotada ci clima saluberrimo, acque minerali riconoscinte le migliori esistenti nel Brasil
E também A Fanfula, de 7 de setembro de 1905, comentou as atividades cívicas da Independência, realizadas pelos colégios:
Festa Patria - Acque minerali notalizi
(Frattini) - La festa nazionale del 7 settembre è stata qui solennemente comemorata com uma accademia letteraria, doi colleghi Brazil e Minas.
Encerramento do ano letivo de 1905
O jornal O Lambary, de 1o. de dezembro de 1905, descreveu assim as atividades de encerramento do ano letivo dos colégios Brazil e Minas, de 1905:
No vasto salão do Cassino Popular [que funcionava nas dependências do Hotel Mello], durante 3 dias, com a participação de 76 alunos, foram realizados os exames dos colégios Brazil e Minas, com festejos e leilões de prendas. A festa de entrega dos diplomas foi feita em festa noturna neste mesmo hotel, antecedido de cantos de hinos pelos alunos e exibição da banda local.
As prendas eram doações feitas por comerciantes, cidadãos e pais de alunos, e em 1905 os melhores prêmios foram ofertados por: Silvestre Ferraz (negociante), Antônio Coli (cavalheiro), Gabriel da Luz (fazendeiro), Com. Jerônimo Boavista e Cláudio da Silva (médico do RJ).
Entre as prendas, contavam-se: 1 jogo japonês, bolsa de couro, bengala, papel de carta, vinhos, latas de doces, regador, sabonetes, segura-livros, lapiseira, abotoaduras, binóculo, vista de Aparecida, Vista de Lambary, tinteiro, castiçal, Evangelho, coleção de poesias, livro de contos, pão-de-ló (ofertado por V. Raumundy), revista Tico-tico e prato de doces.
Os exames, que podiam ser assistidos pelos pais, consistiam em provas escritas e orais, com arguição pelos professores. Os melhores alunos ganhavam prêmios e condecorações.
Neste ano de 1905, foram premiados os seguintes alunos:
Curso Primário
Curso Secundário
Neste ano de 1905, entre os alunos estavam os seguintes:
Alunos Primário: Ernesto Melo, Genaro Romano, Francisco Moreira, Egydio Raymundi, Gabriel Noronha, Francisco Grandinetti, João Felipe Machado, Américo Carlini, Manoel Maria de P. Vilhena, Anunciato Gesualdi, Alarico Vianna, Cezar Lorenzo, José Augusto Nascimento, Agenor Noronha.
Alunas Primário: Angelina Motta, Judith Vianna, Tereza Grandinetti, Dilandina Nascimento, Clotilde Nascimento, Enyra Ribeiro, Maria Antônia dos Santos, Margarida Noguerés, Amélia da Gama e Maria Rosa Lorenzo.
Alunos premiados no ano letivo de 1906
Em 1906, estes foram os alunos premiados:
Reprodução: O Malho n. 194, de 1906 (bn.digital.gov.br)
Por ordem ministerial, alguns alunos eram admitidos gratuitamente.
Confira:
Reprodução: Jornal O Paiz, edições: 12, mar, 1907 e 17, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
Em 1908, o professor Lopes Vianna, fundador e diretor dos colégios Brazil e Minas, participou de importante evento na cidade de Ouro Fino, no salão da Sociedade Italiana, com a presença do então Senador Bueno Brandão, e dos senhores Dr. Loreto de Abreu, Juiz de Direito da Comarca, Dr. José Ribeiro de Miranda e capitão João Ribeiro de Miranda.
Nesse evento, discutia-se a implantação de um ginásio naquela localidade, nos moldes do já existente em Águas Virtuosas.
Confira:
Reprodução: Jornal O Paiz, edição de 17, jul, 1908 (bn.digital.gov.br)