Ilustração: Capa do livro A CASA GORDA - Recanto dos netos, de autoria de Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães, em preparo. A figura da capa do livro foi elaborada por Canva/Gerador de imagem por IA/Copilot/Microsoft
Esta Série A CASA GORDA - RECANTO DOS NETOS é uma memória da família para RAFA, LEO, MARIA, ISABELA, PAULO, RAFAELA, CECÍLIA e GUGA. Que, como nós, eles um dia tenham histórias pra contar para os seus netos. Celeste & Guima |
Aqui no SITE GUIMAGÜINHAS, numa série de posts intitulada A CASA GORDA - Recanto dos netos, vamos contar histórias e acontecidos da FAMÍLIA GUIMARÃES, como a construção da nossa casa nos anos 1980, a origem do nome Casa Gorda — apelido dado pelos netos à nossa residência em Lambari —, lances da vida em família, brincadeiras e travessuras dos netos, etc.
Como moramos fora de Lambari por mais de 30 anos, a Casa Gorda se transformou na casa de férias da família — na qual frequentemente reunimos filhos, noras e netos.
Nesse compasso, a Casa Gorda ficou sendo, na prática, a casa dos netos — na qual tem muita comida, guloseimas, brincadeiras, histórias, carinho — e muita, muita diversão!
Com o passar do tempo, os netos foram chegando, crescendo e passando férias na Casa Gorda — e nela deixando suas histórias/memórias: vida em família, atividades, brincadeiras, passeios, aventuras...
Pois bem, hoje estamos aqui — Celeste e Guima — recordando, tomando notas, selecionando fotos e escrevendo sobre os anos maravilhosos que passamos ao lado de filhos, noras e netos.
E assim nasceram estas HISTÓRIAS DA CASA GORDA - O RECANTO DOS NETOS, que vão escritas numa linguagem simples, leve, brincalhona — como somos nós os Guimarães: brincalhões, leves e simples...
Abaixo vai o número 1 da Série: A Casa Gorda - Recanto dos netos.
Vamos lá!
No livro MENINO-SERELEPE (aqui), escrevi sobre o sobradão do Pai Véio e Mãe Véia — meus avós paternos Zé Batista e Margarida, assim chamados pelos netos — e as diversas brincadeiras, aventuras e contação de histórias que seus netos ali viveram.
Me recordo também que lá pelos 12 anos, brincando de pique na rua em frente ao sobradão, tive uma espécie de visão do futuro: — olhando para o alto da Paradinha Mello (ante)vi, por alguns segundos, um sobrado branco com janelas azuis.
Hoje tenho certeza de que vi o que seria, duas décadas depois, a Casa Gorda...
E assim como tive em minha infância as delícias do Casarão do Pai Véio — histórias, memórias, aventuras, primos, família — meus netos tiveram o mesmo na Casa Gorda...
Trecho do livro Menino-Serelepe.
Veja também este texto, que descreve brincadeiras e aventuras que vivi no Sobradão do Pai Véio
Sobradão do Pai Véio, em frente ao Hotel Imperial. Na foto, pode-se ver o alpendre do casarão e a descida da Parada Melo (passeio do centro), onde brincávamos de trolinhos de cabos de vassoura
No livro MENINO-SERELEPE, meu livro de memórias, no Cap. XXII – Mudança para o centro de Aguinhas, eu anotei:
Pai recebeu proposta de se mudar pra cidade, a fim de que pudesse atender o plantão noturno da Farmácia Santo Antônio, onde trabalhava. Por conta disso, teria um pequeno aumento no salário e passaria a morar em local próximo de seu trabalho, na parte de baixo da casa da dona Catarina Bacha, a sua patroa. E sem pagar aluguel, que essa encrenca sempre foi a camisa de onze varas do meu pai, que morreu sem ter conseguido uma casa própria. (O destaque não é do original.)
Quando me casei, morei 2 anos com meu pai nessa casa da Dona Catarina Bacha, depois aluguei ao seu Zito Santoro um apartamento na Rua Tiradentes para a família.
No início dos anos 1980, meu pai ficou muito doente e eu prometi a ele que íamos, enfim, construir "nossa casa" — a casa que ele sempre quis ter e nunca tivera!
E seria uma casa grande — pois íamos morar juntos!
Peguei nossas poupanças, vendi dois fuscas que ele tinha e comprei terrenos no Alto Boa Vista e comecei a cavar o espaço que seria a garagem. Eu o levei algumas vezes para "ver o início das obras da casa que seria nossa".
Mas, infelizmente, ele faleceu em agosto de 1980 — e não chegou a ver nem o assentamento do primeiro tijolo da obra.
Depois de sua morte, minha mãe foi morar comigo.
Meu pai não chegou a conhecer a Casa Gorda, mas do outro lado da vida tem cuidado dos seus netos e bisnetos.
Com financiamento da Caixa Econômica Federal e venda de um terreno, eu e Celeste iniciamos a construção da nossa casa em Lambari em meados dos anos 1980 e nela fomos residir em dezembro de 1982.
Alguns fatores me levaram a construir uma casa grande, entre eles:
Assim foi que meus tios — irmãos de minha mãe e todos eles grandes amigos do Dé da Farmácia, meu pai — me orientaram quanto à construção, os materiais, os fornecedores, a mão-de-obra, etc.
E visitavam frequentemente o canteiro de obras e me instruíam a cada passo.
Tio Rubens Lobo deu instruções técnicas para realização de uma casa elevada em plano inclinado: sapatas, ferragens, concreto, etc.
Tio Messias Lobo selecionou os operários, fiscalizou cada etapa e nada me cobrou pela administração da obra.
E assim também Tio Mário Lobo, que me orientou quanto às dimensões e posição dos cômodos e desenhou a planta do imóvel.
Boa parte dos meus primos trabalhou na edificação: entijolamento, carpintaria, instalações, pintura — e eu lhes paguei um preço justo e nunca me exploraram.
Planta desenhada por Mário Lobo, com a responsabilidade técnica do engenheiro Evaldo Gorgulho
Aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=44767#lobo
Como disse, eu tinha em sociedade com meu pai 2 terrenos no Loteamento Bela Vista: os lotes 5 e 16.
O Lote 5 dava frente para a Rua Joaquim Manoel de Melo; o Lote 16, contíguo ao Lote 5, dava frente para a Rua Bela Vista (atual Ivan Lins).
Necessitando ter maior encaixe para iniciar a obra, vendi, em 2 de junho de 1980, parte do Lote 16, isto é: 240 m2, e fiz o projeto e construção da casa no Lote 5 e parte contígua do Lote 16, num total de 547,80m2.
Venda de 240m2 do Lote 16 Quadra 1, Loteamento Bela Vista - 2/jun/1980
Trecho Certidão do Registro de Imóveis de Lambari, MG - 03/07/1980
Em julho de 1991, no Plano Collor, jutamos as poupanças familiares que estavam bloqueadas e quitamos o financiamento junto à CEF
Por essa época, Celeste e eu trabalhávamos com contabilidade, na HASTA - Assuntos Contábeis (escritório de contabilidade que montamos antes de casar), e posteriormente como sócios no empreendimento HESCRIBA - Assuntos Contábeis, com matriz em Lambari e filial em Cambuquira, MG.
Um grande apoio no início da carreira contábil
E — coisas do destino — alguns anos depois, seo Toninho veio a ser meu cliente no Hasta Assuntos Contábeis, e Miquéias, meu aluno, no curso de comércio do Colégio Comercial Duque de Caxias. Fonte: Post Memórias de Aguinhas (5) - Hotel Rezende |
Trecho da Certidão de Registro Imóveis de Lambari (21/08/1981) Me lembro que, em meados de 1981, eu precisava apresentar à Caixa Federal o Certificado de Quitação do IAPAS, para que fosse liberada a última parcela do financiamento da nossa casa, com que quitaria dívidas com fornecedores e operários da obra. Naquela altura, já tínhamos vendido bens móveis que possuíamos: carro, barco de pescaria e sua carretinha e outros. Já havia empinado um papagaio com o Hélio Silva, da Caixa Estadual, já tinha tomado dinheiro emprestado a familiares e descontado cheques com alguns emprestadores de dinheiro — pois não existia a facilidade de créditos bancários como há nos dias hoje... Então, conversei com Celeste e disse: — Meu bem, estou sem saída! Precisamos vender as joias que temos, posso fazer isso? Nossas "joias" eram, na verdade, algumas correntes e medalhas das crianças, uns anéis e pulseiras da Celeste, meu anel de formatura (presente do meu pai) e — como é duro me lembrar disso! — nossas alianças de casamento! Fui na loja Megale, em Três Corações, deixei as joias e trouxe algum dinheiro, que nos ajudou a sanar as dívidas mais prementes. E as alianças se foram!... E prometi tão logo as coisas melhorassem que compraria novas alianças... Os anos se passaram e não comprei as alianças... Até que... Dia 31 de janeiro de 2025 — 49 anos de casados! ... no dia 31 de janeiro de 2025 íamos completar 49 anos de casados, e Celeste se encontrava internada em UTI desde o dia 12 de janeiro. O horário de visitas era de 16 às 17h, e eu estava atrasado, pois levara meu filho e nora numa feira de Brasília, para consertar um óculos, e queria dar no meu bem-querer um longo abraço de aniversário de casamento. E aí, num repente, me lembrei das prometidas alianças de décadas atrás... Deus! pensei — coração aos pulos —, pode ser a última oportunidade!... Percorri a feira rapidamente à procura de alianças de ouro, mas não encontrei. Na pressa, comprei as únicas que estavam à venda: — alianças de prata, com um filete de ouro. No hospital eu disse: — Meu bem, trouxe um presente prometido há tanto tempo, para comemorar nosso aniversário de 49 anos de casados! Ela respondeu — Vamos arredondar para 50 anos, pois não sei se estarei aqui... Lágrimas nos olhos, pedi sua mão novamente em casamento, e pus no seu dedinho inchado por efeito dos medicamentos a aliança do adeus! Celeste faleceu na UTI Oncológica do Hospital Santa Luzia, em Brasília, DF, às 23:50h do dia 3 de fevereiro de 2025. |
A partir de 1983, em razão de nossa vida funcional (ingressei na Receita Federal em 1983, e Celeste na Receita Estadual em 1991), moramos fora de Lambari — em Cascavel, Varginha, Juiz de Fora, Brasília, Belo Horizonte — durante anos e anos.
Assim foi que nossa casa em Lambari se tornou o lugar em que a família — filhos, noras, netos — passava fins de semana, feriados e férias!
Mas de fato tornou-se a casa dos nossos netos — ou a Casa Gorda — como a apelidaram os gêmeos Rafa e Leo.
Como surgiu a expressão Casa Gorda
Morando em Brasília, Leo e Rafa sempre passavam as férias de julho em Lambari, alternando a estadia entre as casas dos avós maternos — Alencar e Beatriz — e paternos — eu e Celeste.
Rafa e Leo na casa da vó Bia
Pois bem, eles deviam ter pouco mais de 3 anos, e estavam na casa dos avós maternos há alguns dias, quando disseram pra sua mãe, Flávia:
— Mããeee, a gente quer ir pra outra casa!
— Outra casa? Que casa, meninos?
— A outra...
— Que outra?...
— Aquela outra...
— A casa da vó Celeste? — Flávia perguntou.
— É... a casa... a casa... a casa gorda! Eles disseram.
No caso, a casa era "gorda", porque era maior do que a da vó Bia (Beatriz).
E assim foi que batizamos a nossa casa, que é mais dos netos do que nossa, de
Vó Celeste, café da tarde, na varanda da Casa Gorda
Situada no Alto Boa Vista, num terreno bastante inclinado, tem uma entrada pela rua da frente e outra pela rua dos fundos.
A parte dos fundos — a mais elevada — oferece uma visão panorâmica das belezas da cidade — Igreja Matriz, Lago Guanabara, Cassino, Parque Novo, Volta da Mata e as serras que rodeiam Lambari.
A Casa Gorda (de janelas azuis), vista do alto
Frente e fundos da Casa Gorda
Placa decorativa da Casa Gorda
Da varanda, tem-se uma vista ampla do centro da cidade e das serras que a circundam
Vista do gramado e, ao fundo, Cassino, Lago Guanabra, Volta da Mata...
Vista do Morro do Selado num amanhecer com o Sol de abrindo
Vista no entardecer, com a Matriz de N. S. Saúde iluminada
Vista da cidade, num entardecer, com o Sol se pondo ao fundo
Vista do Morro do Selado, numa manhã fria
O centro da cidade vista da sacada da casa
A Casa Gorda tem ainda muitas árvores e plantas em seus jardins internos e uma natureza rica em seu entorno, a qual recebe duas dezenas de diferentes espécies de pássaros — de jacus a curicacas, de tucanos a gralhas, de maritacas a pombas-trocais e diversos outros passarinhos.
Jacus por vezes passeiam pelos telhados da Casa Gorda
E curicacas também...
Outros animais, como gambás, pequenas cobras, ratos silvestres, pererecas ocorrem com frequência aqui nas redondezas.
Certa feita apareceu um raro e estranho animal... um furão!
Confira:
Veja esta história aqui: Um "estranho animal" visita a Casa Gorda
Frente da Casa Gorda: entrada da frente (Google/Maps)
Rua de cima da Casa Gorda: entrada dos fundos (Google/Maps)
Abaixo, uma visão da entrada e jardins da Casa Gorda:
Rampa de acesso à varanda externa
À esquerda, a varanda externa. À direita, rampa de acesso à garagem
Chegada de carros à parte principal da Casa Gorda
Varanda integrada ao salão, ao entardecer
Abacateiro no jardim de cima da Casa Gorda
Bougainville no jardim de baixo
Arvoredo do lado externo da varanda
Jardim de baixo
Ao longo do tempo, para comodidade e lazer, fomos adicionando elementos de conforto à Casa Gorda, visto que ali tem sido o principal ponto de encontro de nossa família.
Piscina sobre o salão de festas
Banheira
Sauna
Quadra
Varanda integrada ao salão, com cobertura e mesas
Salão de festas integrado à varanda externa e parte coberta
Varanda coberta e mesas
Salão de festas e mesas postas
Salão de jogos e sala de estar e TV
Salão de festas decorado
Área descoberta da varanda, com vista do centro da cidade
Da varanda, tem-se uma vista ampla do centro da cidade
Vista do gramado e, ao fundo, Cassino, Lago Guanabara e Volta da Mata
Vista do Lago Guanabara, Volta da Mata e montanhas
A parte da frente da Casa Gorda
A parte da frente da Casa Gorda tem garagem, portão de entrada, escadaria, gramado ajardinado e, na entrada em arco, um pequeno apartamento, independente do restante da casa, onde minha mãe (Neli Gentil Guimarães) morou por anos.
Em acima desse apartamento (veja abaixo, as janelas azuis) há um outro apartamento, também autônomo.
Confira:
Orquídea num toco de coqueiro, na parte da frente da Casa Gorda. Ao fundo, a entrada em arco dá acesso a um pequeno apartamento
As janelas azuis são de um apartamento independente
Jardins na frente da Casa Gorda
Portão de entrada
Escadaria na parte da frente da Casa Gorda
Apartamento na parte da frente da Casa Gorda
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