Ilustração: Recorte do mapa Evolulão Administrativa de Águas Virtuosas de Lambary
Diz o Atlas Chorograhico Municipal [1] que no
início do século XIV, já acreditando nos valores medicinais das águas da antiga fazenda Trás da Serra, a Câmara de Campanha compra parte dessa terra que passou a ser conhecida como Ágoa Virtuosa. Em decorrência dos valores medicinais dessas águas santas, criou-se o povoado que foi distrito de Campanha até 1901, quando é fundado o município, com o nome de Águas Virtuosas, mais tarde, Lambari.
Essa é a síntese da história administrativa de nossa cidade, que vamos mostrar mais detalhadamente no post a seguir.
A história administrativa de LAMBARI
Em posts anteriores, já registramos, em resumo, aspectos da história administrativa de Lambari, que convém recordar. Veja estes textos:
Origem portuguesa das divisões administrativas
Como sabemos, muitas de nossas instituições político-administrativas são heranças portuguesas, e em razão de nos regimes jurídicos das Ordenações do Reino e da Constituição do Império não ter havido separação entre Igreja e Estado, as divisões administrativas dessas duas instituições se confundiam.
Assim, pela Constituição de 1824, o Brasil se constituiu numa Monarquia Parlamentar, tendo o Catolicismo como religião oficial do Estado. Em razão disso, as relações do Brasil com a Santa Sé seguiam o regime do Padroado, pelo qual os membros do clero eram funcionários e recebiam do Estado os benefícios eclesiásticos.
Diocese: Circunscrição territorial sujeita à administração eclesiástica de bispo ou arcebispo. Paróquia: Divisão territorial de uma diocese sobre a qual tem jurisdição ordinária um sacerdote, o pároco. Freguesia: subdivisão de uma Diocese da Igreja Católica. Termo em desuso. Usado, também, em Portugal, como subdivisão de um Conselho (=município). Pároco: Sacerdote encarregado de uma paróquia; vigário. Pároco Colado: Pároco é o padre que responde por uma paróquia. Dizia-se encomendado quando era provisório, e colado quando, definitivo. Povoação: Os habitantes de um determinado lugar ou região Povoado: Lugarejo ou pequeno lugar habitado; arraial. Vila: Povoação de maior importância e graduação que a aldeia e menor que a cidade. Distrito: Subdivisão administrativa de um município, província ou cidade, que geralmente abrange mais de um bairro. Côngrua: Pensão recebida pelos párocos para seu sustento. Padroado: Direito de conceder benefícios eclesiásticos. Conjunto de bulas por meio das quais a Santa Sé delegava aos monarcas católicos a administração e organização da Igreja Católica em seus domínios conquistados e por conquistar. Em contrapartida, o rei padroeiro, que arrecadava os dízimos eclesiásticos, deveria construir e prover as igrejas, com todo o necessário para o culto, nomear os párocos por concursos e propor nomes de bispos, sendo estes depois formalmente confirmados pelo Papa. [Wikipedia] Termo (judiciário): 1. Nalguns estados brasileiros, subdivisão da comarca, sob jurisdição de um juiz ou dum pretor. (Aurélio) 2. É a circunscrição judiciária em que se limita, ou estabelece uma jurisdição, em geral, de categoria inferior à comarca. (Plácido e Silva) |
Em Portugal, Freguesia era uma subdivisão de uma Diocese da Igreja Católica e uma subdivisão de um Concelho (atualmente Município).
No Brasil, as Freguesias estavam subordinadas às Vilas, porque, aqui raramente se usava a palavra Concelho com o significado de divisão administrativa. Entre nós, se adotou o termo Município.
A Freguesia tinha um Juiz de Paz e um Juiz de Órfãos e Ausentes, que exerciam, também, função judiciária.
Uma Freguesia tinha o seu vigário, e podia possuir várias capelas filiais, mesmo longe da Matriz da Freguesia.
Atualmente, não se usa mais o termo Freguesia. Na área eclesiástica, se diz Paróquia. E no âmbito administrativo e judiciário, após a Proclamação da República, passou-se a usar o termo Distrito de Paz. Ainda hoje, o Distrito possui um Juiz de Paz, mas com funções limitadas. [2]
1853: Requerimento do vigário encomendado Joaquim Teodoro Martins, solicitando lotação provisória na Freguesia de Águas Virtuosas do Lambary, para receber suas côngruas
Referência ao Juiz de Paz da Paróquia do Lambary - (Fonte: A Actualidade, Rio,16, mar, 1881)
A assembleia legislativa provincial aprova verbas para obras da igreja matriz na Freguezia do Lambary - (Fonte: A Actualidade, Rio, 24, ago, 1881)
Quadro resumo da evolução administrativa de Águas Virtuosas do Lambary
Série "Memórias Políticas de Aguinhas"
Confira a Série aqui: Série Memórias Políticas de Aguinhas
Como se sabe, na COLETÂNEA HISTÓRIA DE AGUINHAS (pronuncia-se Agüinhas, como se houvesse o trema), contam-se histórias e narram-se fatos reais e ficcionais baseados na vida deste autor e de seus familiares, na cidade de Lambari, MG (nessa coletânea, a cidade de Lambari é chamada de Aguinhas).
Veja esta síntese:
A COLETÂNEA, cujas histórias se passam em Lambari (MG)
A história de Abigail passa-se na Aguinhas dos anos 1930/40; a de Os Curadores do Senhor, nas décadas de 1950/60, e a do Menino-Serelepe também nos anos 1950/60.
Veja no link abaixo um resumo dos livros:
Para divulgação das HISTÓRIAS DE AGUINHAS e bem assim de outras histórias, fotos e memórias de Águas Virtuosas do Lambary, criamos em 2013 o site GUIMAGUINHAS, visando a
"compartilhar informações, fotos e histórias de Minas, de mineirices, de casos e "causos" de escrevinhação e livros — e de outros acontecimentos novos e antigos de de Aguinhas e do Sul das Gerais..."
Sites, portais e blogs com histórias, fotos e notícias de Lambari, MG
Abaixo vai a indicação de alguns outros sites, portais e blogs com histórias, fotos e notícias de Lambari, MG, que encontramos na rede:
https://www.facebook.com/Jornal-Serra-das-%C3%81guas-198178443690379/
https://www.facebook.com/lambariemfotosetextos/
https://www.facebook.com/guiadelambari/
https://www.facebook.com/Lambari-MG-431524683553426/
https://www.facebook.com/lambari.m.gerais/?hc_location=ufi
https://www.facebook.com/Eu-curto-Lambari-mg-301670409912919/
https://www.facebook.com/fotosantigasdelambari/
http://www.portaldelambari.com.br/
http://www.transmineral.com.br/2012/
https://bookstart.com.br/pt/aguasvirtuosas?ref=explore
SITES OFICIAIS E DE ASSOCIAÇÕES
Bibliografia sobre Lambari, MG
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37327
Videos antigos sobre Lambari, MG
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver informações sobre outros sites, portais ou blogs, e assim também livros, textos acadêmicos, fotos, vídeos, histórias ou informações sobre a historia e/ou memória de LAMBARI, MG, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
Abaixo um resumo da série sobre a A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C, que vimos publicando no GUIMAGUINHAS.
Confira.
A Série
Posts já publicados
Continuidade da Série
A série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C. prosseguirá com os seguintes títulos:
Em preparo: Taça Guaraína - 1941- 2a. parte
Em preparo: Sócios
Em preparo: Diretorias
Referências
Nota: Esta série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F.C. foi elaborada com base em livros, atas, correspondências e outros documentos existentes nos arquivos do clube.
Ilustração: Camera The Sanderson Tropical (1904) - Fonte: http://www.albertodesampaio.com.br/
Já publicamos dois posts sobre João Gomes D'Almeida (que foi sucedido por seu filho João Gomes de Almeida Filho), o primeiro fotógrafo de Aguinhas. (aqui) e (aqui)
Hoje, vamos recordar fotografias clássicas da captação das águas minerais de nossa cidade, pertencentes ao acervo desse grande fotógrafo.
Vamos lá.
Separação e captação das Águas Virtuosas de Lambary
Já contamos como se deu a separação e captação de nossas águas minerais, em 1905, pela equipe do engenheiro Benjamin Jacob (aqui).
Pois bem, todo aquele trabalho foi feito pela equipe de Benjamin Jacob, mas as fotograficas foram tiradas por João Gomes de D'Almeida.
Confiram abaixo essas fotos clássicas e "chapas fotográficas", feitas de vidro, pertencente ao acervo do primeiro fotógrafo de Águas Virtuosas.
O uso chapa fotográfica de vidro é atribuída ao francês Antoine Antoine Hercule Florence, que, após vários experimentos — que incluíram até o uso de urina para fixar imagens —, desenvolveu uma chapa de vidro tratada quimicamente (chamada placa seca), que capturava a imagem e depois podia passá-la para o papel. (aqui).
Esse processo facilitou a expansão da fotografia, mas exigia uma máquina fotográfica especial e uma maleta para transporte dos negativos de vidro. (aqui)
Duas centenárias chapas fotográficas em negativo, feitas de vidro, da captação das águas de Lambari, pertencente ao acervo de João Gomes D'Almeida
Fotos clássicas da captação das águas de Lambari
Nota: Agradecemos a colaboração da sra. Luíza Silvestrini da Cruz, neta de João Gomes d'Almeida e sobrinha de João Gomes de Almeida Filho, pelas informações prestadas e cessão das fotos utilizadas neste post.
Já contamos no GUIMAGUINHAS que o HOTEL MELLO, de Lambari, MG, foi fundado em fins do Século XIX, e em 1938 foi transformado no HOTEL IMPERIAL (aqui).
Pois bem, hoje vamos recordar um sarau ocorrido nesse hotel, em 1903, com o luxo e a pompa daqueles anos antigos, do qual participaram personalidades de então, como Américo Werneck e família, Barão de Paranapiacaba, o acadêmico Raphael Cantinho Filho e o Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena.
Vamos lá.
Sarau, como se sabe, é uma reunião noturna, de caráter musical ou literário. Pois bem, houve um desses, numa noite fria de maio de 1903, no Hotel Mello, em Águas Virtuosas do Lambary, dedicado ao Barão de Paranapiacaba e sua mulher.
O Barão de Paranapiacaba (dr. João Cardoso de Menezes e Sousa) nasceu em Santos, SP, a 25 de abril de 1827. Foi advogado, poeta, professor, deputado e tradutor de obras clássicas do inglês, francês, italiano, grego, latim e hebraico, entre elas: A marmita, de Mário Accio Plauto; Oscar d'Alva, de Byron; Jocelyn, O christão moribundo, A lâmpada do templo, Leonor e Rodolpho, de Lamartine; O primeiro livro de fábulas, Os companheiros de Ulysses e O segundo livro de fábulas, de La Fontaine; Masepa e corsário, Giaour, de Byron; Prometheu, de Eschylus; Antigone, de Sófocles; Alceste, de Eurípedes; e Nuvens, de Aristófanes.
Sua última obra foi Poesias e prosas selectas, de 1910, com prefácio de Quintino Bocayuva. Faleceu este ilustre santista a 2 de fevereiro de 1915, no Rio de Janeiro, com a avançada idade de 88 anos. (aqui).
O evento, narrado com detalhes pelo jornal Correio Paulistano, do dia 1o. de maio de 1903, teve extenso programa: declamação de poesias, monólogos, cançonetas e concertos de piano.
Parte do encanto daquela distante noite de maio de 1903 é possível relembrarmos hoje, com outros personagens. Confiram:
Salão de jantar Hotel Mello, Lambari, MG
Rafhael Cantinho Filho nasceu em em Piracicaba, SP, e foi um dos jovens bacharéis recrutados por Washington Luís, em 1906, para formar a policia de carreira, em São Paulo. Galgou todos os postos da carreira e foi chefe do Gabinete de 1925 a1927. Pertenceu à Academia de Ciências, Artes e Letras dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo.