Ilustração: O emigrante italiano FRANCISCO MARIA BASILE, que veio de Latronico (Itália) para Águas Virtuosas de Lambari (MG), em fins do século XIX
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre os FRANCISCO MARIA BASILE, um dos imigrantes italianos que vieram de Latronico para Águas Virtuosas de Lambari e formou grande família no Brasil.
Vamos lá.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 3.1. Família GESUALDI está aqui A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE (este post) A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Francisco Maria Basile nasceu em Latrônico (Itália) em 21 de novembro de 1856. Era filho de Michele Basile e Egidia Antonia Basile.
Em 1877, o jovem Basile de 18 anos emigrou sozinho para o Brasil, trazendo uma maleta de roupas e pequena quantia em dinheiro, para as despesas iniciais.
Francisco, que não mais retornaria à Itália, veio a bordo do vapor francês Poitou, que saiu de Nápoli em 16 de abril, com escalas em Gênova e Marseille, chegando ao Porto do Rio de Janeiro em 26 de maio de 1877.
Basile veio depois para Águas Virtuosas de Lambari, onde se casou com Edwiges Furquim e teve seus primeiros filhos: Miguel e Judith.
Registro de nascimento de Francisco Maria Basile (21/nov/1856). Reprodução fotográfica do livro de Atto di nascita. Fonte: Prefeitura de Latronico. 2019
Trajeto e relatório de viagem do navio Poitou, que trouxe Francisco Basile em 1877
Francisco Basile aparece no Livro de registro de emigrantes. 1877. Fonte: Arquivo Nacional
Em Águas Virtuosas, pouco mais tarde, Francisco Basile se casou com Edwiges Duquesa Furquim.
A família Furquim já estava em Águas Virtuosas antes da chegada de Francisco Basile. Os Furquins são originários da Alemanha, da cidade de Forccheim, na Baviera, cidade histórica.
O casal teve 5 filhos: Miguel e Judith, nascidos em Águas Virtuosas, MG; e Antônio, Reynaldo e Carmem, nascidos em Dois Córregos, SP.
Os registros de casamento e de nascimento dos dois primeiros filhos de Francisco e Edwiges foram feitos na Paróquia de N. S. do Carmo (atualmente cidade de Carmo de Minas, MG).
A Paróquia de N. S. do Carmo, pertencente à Diocese de Campanha, foi criada em 1832
Certidão de casamento de Francisco Basile e Edwirges Furquim (6, nov, 1880)
Certidão de nascimento de Miguel Basile (4, set, 1882)
Árvore genealógica da família Basile
Mudança para o Estado de São Paulo
Após alguns anos no Sul de Minas, os BASILE foram para o interior de São Paulo, passando por Dois Córregos, Campinas e Jundiaí, cidade essa na qual a família se fixou.
Edwiges, esposa de Francisco, faleceu muito jovem, no ano de 1903, em Dois Córregos, e os filhos menores foram criados com a ajuda de Judith, a filha mais velha do casal.
Francisco Basile passou seus últimos anos em Campinas, com a filha Judith, cidade na qual veio a falecer em 1932.
Francisco Basile (sentado, à esquerda), ao lado do filho Miguel. Em pé, atrás de Francisco, à esquerda, o filho Reynaldo; e à direita João Savaglia (futuro esposo de Judith)
Nascido em Águas Virtuosas de Lambari no dia 4 de setembro de 1882, Miguel Basile casou-se em 7 de outubro de 1905, em Guariba, SP, com Guiomar de Castro.
Miguel Basile e Guiomar de Castro Basile
O casal Miguel e Guiomar vão constituir extensa família que se fixará, a partir dos anos 1910, na região de Jundiaí e Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Em 1930, na comemoração dos 25 anos de casamento, a família Castro Basile já é numerosa:
Família Castro Basile
Da esquerda para a direita:
A carreira esportiva de Miguel Basile
O lambariense Miguel Basile foi para Jundiaí, SP, a fim de trabalhar na Companhia Paulista de Estradas de Ferro, logo após a fundação do Paulista Futebol Clube, ocorrida em 1909, clube esse formado por funcionários daquela empresa — daí o nome do clube: Paulista.
Primeiro distintivo do Paulista Futebol Clube. Fonte: fanaticopaulista.blogspot.com
O Paulista sucedeu ao Jundiahy Foot Ball Club, que funcionou de 1903 a 1908.
Conheça a história do clube (aqui)
No Paulista, Miguel Basile atuou como jogador e técnico, e ocupou ainda o cargo de presidente, durante certo período.
Benedito Bonito
Foi ele quem levou para o Paulista o jogador Benedito Bonito, que atuara no Primavera de Indaiatuba.
Bonito viria a se consorciar com Mercedes de Castro Basile, dando origem à família Basile Bonito, muito conhecida naquela região do estado de São Paulo.
Benedito Bonito, grande artilheiro do Paulista Futebol Clube
O Campeonato do Interior de 1930, pela 6ª Região da Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), equivaleu ao Campeonato Jundiaiense daquele ano. A respeito, informa o site https://fanaticopaulista.blogspot.com: Após figurar, entre 1926 e 1929, na Liga dos Amadores de Futebol (LAF), onde disputou o Campeonato Paulista destes anos, o Paulista viu-se obrigado, com o fim da Liga, a refiliar-se à APEA para manter-se em atividade contra as principais equipes do estado. Numa rápida transição, o Tricolor voltou a enfrentar outras equipes da capital e das demais cidades do interior. Em agosto, a APEA dava início ao seu Campeonato do Interior da chamada 6ª Região, que na verdade era composta pelos clubes da cidade de Jundiaí filiados a ela. Cinco clubes foram inscritos na competição. O atual bicampeão Ipiranga (da Vila Arens), o Corinthians Jundiaiense (também da Vila Arens), o São João (da Ponte São João), o Palestra Itália (da Colônia) e o Paulista (do Centro). Neste campeonato, o Paulista sagrou-se campeão, com apenas 1 ponto perdido, e Bonito foi um dos artilheiros do time (gol na partida contra o Ipiranga).
Benedito e Mercedes: ele artilheiro, e ela madrinha do Paulista Futebol Clube |
Miguel Basile, árbitro de futebol
Miguel atuou também como árbitro e representante de arbitragem pela APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos - 6a. Reg), em diversos jogos, nas décadas de 1920/1930.
Numa partida entre o Paulista x América, em 16 de fevereiro de 1930, ocorreu algo curioso: Miguel Basile teve de substituir o árbitro da partida, em razão de reclamações do time do América, quanto à validação do terceiro gol do Paulista.
Confira:
Reprodução. Fonte: Blog do Marcão (brfut.blogspot.com/2016/11/)
Outros jogos dos quais Miguel Basile participou na arbitragem:
Reprodução: Diário Nacional, 1927. Braz-Jornal, 1928. Correio Paulistano, 1927.
A família na Presidência do Paulista Futebol Clube
Além de Miguel Basile, o seu genro José Godoy Ferraz (casado com Maria Basile Ferraz) também foi Presidente do Paulista Futebol Clube, nos anos 1956 a 1958.
Sobre José Godoy Ferraz, veja aqui |
Nos anos 1960, organizou-se em Jundiaí o Torneio Miguel Basile, em homenagem ao grande desportista daquela cidade.
Em 4 de abril de 1960, o vereador José Pedro Raimundo parabeniza o campeão e o vice-campeão do Torneio Miguel Basile daquele ano
Os Basile no Paulista de Jundiaí
Além de Miguel e Bonito (que se casou com uma Basile), outros membros da família Basile marcaram presença no Paulista de Jundiaí.
Vejamos:
Miguel Basile Júnior
Filho de Miguel, Basile Júnior (Lelo) atuou no Corinthians e no Paulista de Jundiaí.
Reprodução. Correio de SP, 9, mar, 1933
Paulista de Jundiaí. Ao centro, Miguel Jr. e Roberto Basile
Roberto Basile
Um outro filho de Miguel —Roberto Basile (Beto Basile) — também atuou pelo Paulista de Jundiaí. Na foto abaixo (time do Paulista, campeão jundiaiense de 1939) ele é o último, em pé, à direita.
Reprodução. Fonte: site: fanaticopaulista.blogspot.com
Em pé: Sidney Normaton [presidente], Lazinho, Sanche, Polini, Ivo de Almeida e Roberto Basile. Agachados: Ferreira, Leoneto e Trevisan. Ajoelhados: Dedão, Zé Dica e Gaúcho
A família de Miguel e Guiomar, no Natal de 1943
No Natal de 1943, engrandecida pelo consórcio das famílias Bonito, Rivelli, Ferraz e Lacerda, a grande família Castro Basile se reuniu para esta foto histórica:
Da esquerda para a direita: Em pé: Benedito Bonito, Eugenio Lacerda, Miguel Basile Junior, Siomara Basile, Roberto Basile, Jose Godoy Ferraz, Roque Rivelli.
Sentados: Mercedes Basile Bonito, Guiomarina Basile Lacerda, Guiomar de Castro Basile, com Maria Candida Basile Rivelli. Depois Miguel Basile, com Ze Ricardo Basile Ferraz. Depois, Maria de Castro Basile, Fani Basile Rivelli.
No Chão: Jose Roberto Basile Bonito, Tereza Basile Ferraz, Estella Basile Ferraz, Paulo Basile Rivelli, Luis Geraldo Basile Lacerda.
Homenagem póstuma a Miguel Basile
Nascido em Águas Virtuosas de Lambari, MG (4 de setembro de 1882), Miguel Basile faleceu em Jundiaí, SP em 6 de outubro de 1957, aos 75 anos de idade.
No dia seguinte, representantes da Câmara Municipal de Jundiaí — cidade que Miguel Basile escolhera para trabalhar, viver, atuar como desportista e criar sua grande família — aprovou voto de pesar pelo seu passamento, conforme projeto apresentado pelos vereadores Hermenegildo Martinelli, Antônio Avalone Jr. e Nélson Chacra.
Em nome da família BASILE, Roberto de Castro Basile agradeceu
Nascido em Dois Córregos, SP, no dia 5 de dezembro de 1898, Reynaldo de Montalvão Basile casou-se com Izaltina Ferraz de Barros Basile, em junho de 1930, em Jaboticabal.
Dessa união nasceram dois filhos: Gilberto de Barros Basile, engenheiro agrônomo, e Reynaldo Ferraz de Barros Basile, advogado, professor universitário e radialista esportivo.
Ferroviário, Reynaldo trabalhou na Companhia Paulista de Estradas de Ferro por quase quarenta anos, tendo lá exercido diversas funções auxiliares e de chefia, e gerenciado a divisão de acidentes de trabalho.
Reynaldo de Montalvão Basile
Instrumentista exímio (clarinetista e saxofonista), participou de conjuntos amadores e profissionais, tendo também integrado a orquestra da Sociedade Jundiaiense de Cultura Artística, instituição da qual veio a ser, mais tarde, presidente. Foi também membro do Conselho Deliberativo do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, importante centro de cultura de Jundiaí.
A esposa Izaltina, educadora, exerceu sua função em diversos estabelecimentos de ensino de Jundiaí, entre eles o tradicional Instituto de Educação Jundiaí.
Reynaldo Basile faleceu no dia 28 de maio de 1983, em Jundiaí, SP.
Seu nome foi dado a uma Escola Pública Municipal de Jundiaí:
Reprodução. Fonte: https://www.escol.as/205527-reynaldo-de-montalvao-basile-emeb
Filha mais velha de Francisco Basile e Edwiges Furquim, nasceu Judith em Águas Virtuosas no ano de 1884. Seus avós paternos eram Michele Basile e Egídia Antônia Nubile, e os maternos: Sancho Furquim Ferreira e Felicidade Perpétua Pereira.
Certidão de batismo Judith Basile
Desde menina, com a morte prematura de sua mãe, em 1903, criou sozinha os irmãos mais novos com a ajuda de seu pai, Francesco. Por essa época, a família vivia em Dois Córregos, São Paulo.
Foi, praticamente, a mãe de Reynaldo, o irmão mais moço, e cuidou também do pai, que com ela viveu em Campinas, SP, até 1932, quando veio a falecer.
Judith Basile
Judith casou-se com João Savaglia (1894-1977), em 1907, sendo ele filho dos imigrantes italianos Antônio e Teresa Savaglia (o pai, de San Marco Argentano; a mãe, de Pietrafita), que chegaram ao Brasil em 1893, quando João tinha 7 anos.
Judith e João Savaglia
Marceneiro, ofício de seu pai, João abriu a marcenaria São José na cidade de Dois Córregos e também uma espécie de lojas de departamentos. Foi vereador, fundou o time de futebol Mocaembu e a Associação da Sociedade Italiana da região.
João Savaglia, esposo de Judith
Judith dirigia a família com mãos de ferro. Os filhos depositavam em suas mãos todo o “ordenado” (como se chamava o salário à época). Pela manhã, quando saiam para trabalhar, ela repartia os cigarros e colocava alguns no bolso de cada um. Tudo era racionado carinhosamente pela matriarca.
Religiosa, comungava todos os dias, na primeira missa da manhã. Muito ativa, era admirada por sua fibra, firmeza e personalidade marcante, segundo sua nora, Ena Klemm.
Os nomes de seus filhos foram tirados dos romances e poesias que ela tinha o costume de ler. Mais uma de suas características.
Todos os seus filhos foram muito bem-educados. Apreciavam as artes, música e poesia.
Judith com o pai, o esposo e filhas
Judith, Francesco Basile, João Savaglia, e as filhas, Lily, Aidée, Edith, Vanda e Oneida, em Campinas, 1932
O trágico acidente que levou Judith Era o aniversário de casamento de Nilcéa (Lily), filha de Judith, então grávida de 5 meses. Lily viera com o marido, Egídio Forte, de Campinas, onde moravam, comemorar a data com a família, e saiu com a mãe (Judith) e seu sobrinho, José Antônio. Foram à feira, na Vila Mariana, fazer compras para a festa. Às 9 horas da manhã, desceram do bonde e, ao atravessarem a avenida, passaram por trás do coletivo exatamente no momento em que outro vinha descendo no sentido contrário. Judith carregava seu neto José Antônio (filho de Aidée), de 2 anos de idade, mas, antes de ser atingida, teve tempo de reagir e arremessar a criança para a calçada, salvando sua vida. Testemunhas dizem que Lily se assustou e ficou paralisada e Judith tentou ajudá-la e foi atropelada, também. José Antônio foi encontrado horas depois na Santa Casa, com o maxilar fraturado. Judith morreu aos 55 anos, em fevereiro de 1940. José Antônio teve uma vida longa e feliz (graças a Judith) e morreu aos 74 anos, em 2012, deixando esposa, dois filhos, três netos e 2 bisnetos. Judith, José Antônio e João Savaglia |
A descendência de João e Judith
Somam 55 pessoas os descendentes de João e Judith.
8 filhos: Edith (1907), Nilcéa (Lily - 1909), Afonso (1911), Aidée (1913), Walter Antônio (1915), Ailema (1917), Vanda (1920) e Maria Eneida (1926), todos já falecidos.
O casal perdeu uma filha, ainda bebê — Ailema Savaglia, nascida em 12 de novembro de 1917 e falecida em 2 de julho de 1918.
8 netos: José Antônio, Luiz Carlos, Paulo Afonso, Nilcéa Maria (em homenagem a Lily), Walter Filho, Maria Lucia, José Henrique e Yara Cristina
20 Bisnetos: Ana Beatriz, Cynthia, Fernando, Mario Sergio, Melissa, Joanna, Afonso Neto, Priscila, Walter Neto, Luiz Henrique, Vanessa, Milena, Maria Christina, Gilson, Julia, João Deodoro, Victoria, Sabrina, Valentina, Álvaro Afonso.
17 Tataranetos: Fernanda e Guilherme (gêmeos), Yvens, Rodrigo, Giovanna, Ana Carolina, Marina, Maria Clara, Victor, Marina, Leonardo e Lucas (gêmeos), Manuella, Beatriz, Lisa, Mariana e Sophia.
2 Tetranetos: Henrique e Eduardo (bisnetos de José Antônio, o neto que Judith salvou a vida, sendo o mais novo, nascido durante a pandemia).
Judith Basile Savaglia, em 1940, aos 55 anos (com 55 descendentes), retratada por sua bisneta, Cynthia (Basile) Savaglia de Camargo (Preturlon), em 2020, aos 55 anos, 80 anos depois. |
Carmem Basile nasceu em Dois Córregos, SP, em 19 de outubro de 1886, e faleceu no dia 2 de abril de 1982, em São Paulo.
Carmem Basile de Jesus
Casou-se em 1908 com Jorge Gabriel de Jesus, filho de imigrantes portugueses, de Funchal, Ilha da Madeira, com quem teve treze filhos: Alcino, Ariobaldo, Rubens, Lucília, Gelásio, Haydméa, Maria, Ely, Ari, Eda, Ligia , Vinicius e Juarez.
Jorge Gabriel de Jesus
Fixou residência em Dois Córregos, até aproximadamente 1918, cidade em que foram concebidos e registrados 6 dos seus primeiros filhos: Alcino, Ariobaldo, Rubens, Lucília, Gelásio e Haydméa,
Transferiu residência para Coroados (Região metropolina de Araçatuba), onde nasceram os seus 7 últimos filhos, os treze de sua prole: Maria, Ely, Ari, Eda e Ligia, que foram registrados na comarca de Penápolis, pois não havia ainda cartório em Coroados.
Os dois últimos, Vinicius e Juarez já foram registrados em Coroados.
Vovó Carminha e seus filhos. Ilustração
Em 1931, com a morte prematura do marido, Carminha — como era conhecida — sem qualquer experiência de administrar e prover uma família tão numerosa, deixou Dois Córregos a procura de novos horizontes, mudando-se para Jundiaí, e depois para Campinas, onde permaneceu por seis anos, e, finalmente, em 1941, foi para São Paulo.
Antônio Basile, tratado por Tonico, alfaiate de profissão, e também músico (trombone), nasceu em Dois Córregos, SP, no dia 16 de março de 1892 e faleceu, ainda muito jovem, em Itápolis, SP, em 1936, com 43 anos de idade.
Casou-se com Diva Pahim Neubern Basile (1899-1973), descendente de alemães, filha de Pacheco Neubern e Alice Pahim Neubern.
Tiveram 3 filhos: Antônio Basílio Júnior, Ayrton Neubern Basile e Almyr Neubern Basile, que veio a se casar com Dorvalina Silva Basile.
Antônio e Diva Neubern Basile
Nascida em Dois Córregos, SP, era tratada por Carminha, e faleceu ainda jovem.
OS BASILE COMO NOMES DE RUAS E ESCOLAS DE JUNDIAÍ
Descendentes do jovenzinho italiano de 18 anos Francisco Basile (que emigrou sozinho de Latronico - Itália para Águas Virtuosas de Lambari - Minas Gerais) chegaram a Jundiaí nos anos 1910 e participaram ativamente da vida social, esportiva e cultural da cidade — uma cidade que gerações de Basile viram crescer e prosperar.
O reconhecimento por essa participação foi expresso em nomes de prédios e vias públicas conferidos a membros da família Basile, ao longo dos anos.
Veja:
Escolas
Ruas
DOCUMENTÁRIO SOBRE A FAMÍLIA BASILE
Veja este documentário sobre Francesco Maria Basile, imigrante italiano e seus descendentes no Brasil, produzido por Rita Basile.
Disponível no YouTube: https://youtu.be/eWS3qk_ampw
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Ilustração: Os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo que vieram de Latrônico (Itália) para Águas Virtuosas de Lambari em 1893
Dentro da série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vimos comentando sobre os cidadãos italianos que emigraram para nossa cidade no final dos anos 1800, início dos 1900.
Neste post, falaremos sobre os GESUALDI, uma das famílias que vieram para Águas Virtuosas de Lambari, originárias de Latronico.
Vamos lá.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui. A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi (20/out/1857 - 11/fev/1897) e Felicia Di Nunziato Mileo (09/mai/1867 - 15/fev/1932) vieram para o Brasil em 1893, originários de Latronico (Itália), e se instalaram em Águas Virtuosas de Lambari.
Tiveram 5 filhos: Vicente (11/jun/1883 - 05/nov/1955) e Maria Elizabetta (04/jul/1887 - 04/mar/1967), ambos nascidos na Itália; Annunciato (5/out/1893- 7/mar/1975), concebido ainda na Itália e nascido em Águas Virtuosas de Lambari, e mais Egídia (28/abr/1897 - 27/ago/1980) e Isabel (31/out/1895 - 23/ago/1966) , as duas nascidas também em Lambari.
Conta-se que Annunciato Mileo — pai de Felícia — pagou as passagens em um camarote, para que a família viajasse com um mínimo de conforto. Ao despedir-se, Annunciato, sabendo que jamais veria a filha e os netos, beijou os pés de Felícia e permitiu que sua outra filha — Paschoalina — viesse também em companhia de Egydio e Felícia.
Na viagem, um surto de varíola acometeu diversas pessoas, e aqueles que morriam eram jogados ao mar. Felícia trancou-se no camarote, durante todo o percurso, para cuidar de Vicente, que contraíra a doença. Vicente só deixou o camarote quando da chegada ao Brasil.
A família desembarcou no Rio de Janeiro e seguiu para o Sul de Minas, e depois para Águas Virtuosas, onde se estabeleceu. Mais tarde, Paschoalina se casaria em Águas Virtuosas de Lambari com outro italiano imigrante: Francisco de Biaso.
Em Águas Virtuosas, Egydio Gesualdi, que na Itália havia sido agricultor, foi trabalhar com desmatamento, ao lado de Francisco de Biaso, seu concunhado.
Tempos depois, praticou o ofício de barbeiro, atividade, aliás, que futuramente alguns de seus filhos e netos viriam a também exercer.
Faleceu ainda jovem, em Águas Virtuosas, com 40 anos de idade (11/fev/1897).
Seus filhos Annunciato, Isabel e Egídia viveram e faleceram em Lambari.
Vicente mudou-se para Itajubá, MG e faleceu no Rio de Janeiro.
E Maria Elizabetta, que se casou com Vicente De Lorenzo, também de família imigrante, viveria e viria a falecer em São Lourenço.
Em documento emitido na Itália, consta a profissão de Egydio Gesualdi: Contadino (agricultor)
Vicente Gesualdi veio para o Brasil em 1893, com 10 anos de idade, viajando em companhia dos pais, Egydio e Felícia, da irmã Maria Elizabetta e da tia Paschoalina, irmã de sua mãe.
Certidão de nascimento de Vicenzo Gesualdi. Obtida em Latronico. 2012
A família Gesualdi, já em 1893, passou a morar em Águas Virtuosas, e Vicente aqui viveu durante anos, onde se casou com Noêmia, natural de Carmo de Minas.
Em 1914, Vicente contava 31 anos e se mudou com a esposa e três filhos para Itajubá, MG. Duas dessas crianças faleceram muito cedo, mas outros filhos nasceriam naquela cidade.
Fonte: PANE, VINO E MOLTO LAVORO! ...ANCHE AMORE - A saga da imigração Italiana em Itajubá, p. 176.
Em Itajubá, Vicente, depois de alguns outros trabalhos, se estabeleceu com um salão de cabeleireiro, enquanto Noêmia se tornou zeladora do Colégio Coração de Jesus.
No salão de Vicente Gesualdi, o maior de Itajubá, havia seis cadeiras, em que trabalhavam excelentes profissionais, entre eles, seus filhos Egydio e Felício. Esses dois — Egydio e Felício — mais tarde fundariam no Rio de Janeiro, em Copacabana, o Salão Gesualdi. Tempos depois, mudaram-se para Nova York, e continuaram no exercício da profissão. |
Vicente se tornou também, em Itajubá, representante de vendas das "Águas Lambari" e do "Guaraná Lambari", e, além do salão, a família montou outro empreendimento: a Casa São Jorge.
Em 1954, com 71 anos, já aposentado, Vicente se mudou para o Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 5 de novembro de 1955.
A grande família de Vicente e Noêmia:
Família de Vicente Gesualdi
Annunciato Gesualdi foi concebido ainda na Itália e nasceu em Águas Virtuosas de Lambari em 5 de outubro de 1893, no mesmo ano em que seus pais chegaram ao Brasil.
Casou-se com Thereza de Biaso e tiveram 9 filhos: Alayde, Ismael, Hélio, Marcello, Alda, Jorge, Max, Icléa e Edson.
(*) Alayde e Hélio, mencionados acima, também já faleceram.
Annunciato exerceu diversas profissões: em criança, foi engraxate; mais à frente, trabalhou na profissão do pai: cabeleireiro; e depois atuou como gerente do Parque das Águas de Lambari por muitos e muitos anos. Em 1934, chegou a ser nomeado adjunto de promotor.
O menino Annunciato Gesualdi, engraxando sapatos de um turista. Águas Virtuosas (fim do Século XIX)
Dos anos 1910 aos anos 1980, a exploração das águas minerais de Lambari passou por diversos concessionários: Empreza Águas Lambary S/A, que foi sucedida pelo Serviço de Águas de Lambari e, em 1961, pela Hidrominas - Águas Minerais de Minas Gerais S/A, tendo esta última encerrado suas atividades em meados dos anos 1980.
Em 1924, Annunciato já era encarregado da Sucursal de Lambari da Empreza Águas Lambary S/A e como gerente permaneceu por mais de cinco décadas, até seu falecimento em 1975.
Correspondência em papel timbrado, datada de 3 de maio de 1924, destinada a Annunciato Gesualdi, então Encarregado da Sucursal de Lambari, da Empresa das Águas de Lambary, que tinha sede em Belo Horizonte.
Nos anos 1930, a "Empreza", como era conhecida a concessionária das águas minerais, fabricava também guaraná, água tônica e soda limonada, fazendo uso das águas minerais da cidade.
Reprodução. Revista Nação Brasileira n. 134, de 1934 (bn.digital.gov.br) Reprodução. Revista Nação Brasileira n. 144, de 1935 (bn.digital.gov.br) |
Annunciato Gesualdi residiu por muitos anos em casa situada ao lado do trabalho, o que facilitava seu acesso às dependências administrativas do Parque das Águas de Lambari, o qual, em 1975, levaria o seu nome.
Annunciato residia na casa de 4 janelas
O Parque das Águas Annunciato Gesualdi
Em 1975, Annunciato ainda estava à frente da administração do Parque das Águas quando, no dia 7 de março, veio a falecer, com 81 anos de idade.
Em 1°. de agosto de 1975, na Administração de Aureliano Chaves (1975-1978), o deputado Cyro Maciel, vice-líder do governo, sensibilizado por diversos pedidos emanados de autoridades municipais e da sociedade lambariense, encaminhou ofício ao governador de Minas solicitando fosse dado pela Hidrominas — então concessionária das águas de Lambari — ao Pavilhão das Fontes o nome de Annunciato Gesualdi:
"...em homenagem póstuma ao extinto servidor daquela sociedade (na qual exercera)... por mais de 50 anos o cargo de superintendente..."
Em resposta, no dia 20 de agosto de 1975, por meio do ofício BHZ/DE/1313/75, Nélson Lombardi, diretor-executivo da Hidrominas, assim respondeu ao pleito supracitado:
Desse modo foi que o Parque das Águas de Lambari, em homenagem ao seu longevo administrador, passou a se chamar Parque das Águas Annunciato Gesualdi.
Revitalizado em 2013 pelo Governo de Minas, na gestão de Antonio Anastazia (2011-2014), o Parque das Águas de Lambari recebeu a placa com o nome de Annunciato Gesualdi.
Confira:
Sobre o Parque das Águas de Lambari, veja a série abaixo:
A família de Annunciato e Thereza:
Alayde, Ismael, Thereza, Annunciato e Hélio. Sentados: Marcello, Alda, Jorge, Max, Icléa e Edson
Vovó Felícia Gesualdi tendo ao colo o neto Ismael
Sobre o médico Ismael Gesualdi, veja este post:
MARIA ELIZABETTA GESUALDI (LORENZO)
Maria Elizabetta Gesualdi, depois Lorenzo, nascida na Itália em 1887, casou-se em Águas Virtuosas de Lambari, em 5 de novembro de 1904, com o também imigrante Vicenzo Mileo De Lorenzo, nascido em 1873.
Vicenzo De Lorenzo e Maria Elizabetta Gesualdi
Os Lorenzo chegaram em Águas Virtuosas no final do século XIX, e há ainda hoje na cidade diversos descendentes dessa família de imigrantes italianos.
Em quase 60 anos de união, o casal Vicenzo-Maria Elizabetta formou grande família.
Fonte: IV Encontro das Famílias Lorenzo e Gesualdi resgata história, em São Lourenço. Site Correio do Papagaio
Exímio mestre de obras, Vicenzo De Lorenzo executou diversos trabalhos para a Secretaria de Estado de Obras Públicas (MG), nas cidades de Três Corações, Lambari e Baependi.
Vicente De Lorenzo gostava também de música clássica e óperas, e tocava bombardino na banda musical de Lambari, fundada pelo maestro Francisco Nisticó, conforme informação da historiadora sãolourenciana Teresinha Maria Silveira Villela, no livro Nossa Gente, Nosso Orgulho, no qual há pequeno registro biográfico de Vicente.
Reprodução. Fonte: http://www.ipatrimonio.org/itajuba-flauta-do-maestro-francisco-nistico
Vicenzo e Maria Elizabetta se mudaram para São Lourenço, MG, em 1932, cidade na qual Vicenzo fora trabalhar, juntamente com os filhos, na construção da Estação Ferroviária.
No citado livro Nossa Gente, Nosso Orgulho, a autora conta que Vicente foi o construtor de inúmeras obras importantes da cidade, como a Casa Diamante, o Grupo Escolar Melo Viana, a Escola Estadual Mário Junqueira e os hotéis Metrópole, Sul América, Aliança, Jina e Guanabara, entre outras.
Encontro das famílias Gesualdi-Lorenzo
Em 1°. de novembro de 2015, foi realizado em São Lourenço, MG, o IV Encontro das famílias Lorenzo e Gesualdi.
O evento foi documentado pelo Correio do Papagaio, e pode ser visto neste link:
Netos de Vicenzo e Elizabetta, reunidos em São Lourenço (2015). Reprodução. Fonte: Correio do Papagaio
Capa do livro PANE, VINO E MOLTO LAVORO! ...ANCHE AMORE - A saga da imigração Italiana em Itajubá
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Ilustração: Imagem de abertura da exposição "Imagens de Lambari", na entrada do Parque das Águas
Produzida pela AMEL (Associação Municipal de Empreendedores Pró-Lambari), pode ser vista no Pavilhão das Fontes do Parque das Águas de Lambari a exposição de fotos
IMAGENS DE LAMBARI - Um passeio por nossa história |
com painéis fotográficos e relatos da história de Águas Virtuosas de Lambari.
Feita com base em cartões, postais e gravuras pertencentes a coleções públicas e privadas, a exposição possibilita um passeio pelas épocas mais marcantes da história de nossa cidade e de nossa gente.
A exposição foi dedicada ao sr. Nascime Bacha, fundador do Museu Américo Werneck e grande personagem na luta pela preservação da memória de Lambari.
A curadoria da exposição está sob a responsabilidade do historiador Francislei Lima da Silva, presidente do mencionado museu.
O espaço foi cedido pela Prefeitura Municipal de Lambari, por intermédio da Secretaria Municipal de Turismo, órgão encarregado da manutenção e vigilância da exposição.
Colaboraram no projeto funcionários da AMEL, o historiador Francislei Lima da Silva e o site GUIMAGUINHAS.
A montagem dos painéis e do espaço da exposição ficaram sob a responsabilidade da arquiteta e cenógrafa Juliana Carneiro Rodrigues e da designer gráfico Ruth Paiva.
A coordenação geral do projeto ficou a cargo de Lúcia Bandeira de Melo, da AMEL.
Algumas fotos da exposição, com a colaboração de Joseane Astério:
O painel abaixo fala da importância dos afrodescendentes para a cultura, religiosidade e história de nossa cidade, e destaca a figura marcante de tia Ia, a mais que centenária mulher-símbolo da humildade, caridade e festas religiosas de Lambari.
Confira:
Nos anos 1960, quando a Hidrominas reformou o Pavilhão das Fontes, havia este mural, intitulado Lambari e seus passeios, pintado na parede lateral:
Pois bem, o mural abaixo objetivou trazer do fundo da história aquele painel.
Confira:
Ilustração: Montagem. Escudo de Latronico (Itália) e centro histórico da cidade. Fonte: www.latronico.eu/
Nesta série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, comentamos aspectos da vinda de cidadãos italianos para nossa cidade, ocorrida no final dos anos 1800, início dos 1900.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral está aqui. A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 3.1. Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Vejamos, agora a parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari.
Neste post, além da pesquisa que realizamos, nos baseamos também na colaboração de André Gesualdi e Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile] — descendentes das famílias GESUALDI e BASILE, que visitaram a terra de seus ascendentes.
André Gesualdi e sua esposa Deborah. Viagem a Latronico. 2012.
Os irmãos Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile], ao lado do vice-prefeito de Latronico (Vincenzo Castellano, de gravata). Viagem a Latronico. 2019
GESUALDI e BASILE estão entre as cerca de 40 famílias de italianos oriundos de Latronico, que vieram para Águas Virtuosas de Lambari no final do século XIX/início século XX.
Vamos lá.
Os Gesualdi e os Basile de Latronico
Egídio e Felícia Gesualdi
Annunciato Gesualdi
Vindos de Latronico (Itália) para Águas Virtuosas de Lambari, os emigrantes italianos Egydio Di Vicenzo Gesualdi e Felicia Di Nunziato Mileo tiveram 5 filhos: Vicente e Maria Elizabetta (nascidos na Itália), Annunciato (concebido ainda na Itália, nascido em Águas Virtuosas de Lambari em 1893, ano da chegada da família ao Brasil) e Egídia e Isabel (nascidas também no Brasil). André Gesualdi, colaborador deste site, é bisneto de Egydio e Felícia, e neto de Annunciato e Thereza. |
Francisco Basile
Miguel Basile e Guiomar de Castro Basile
Francisco Maria Basile, aos 18 anos, emigrou sozinho da Itália (Latronico) para o Brasil a bordo do vapor francês Poitou, aqui chegando em 26 de maio de 1877. Depois, veio para Águas Virtuosas de Lambari. Mais tarde se casou com Edwiges Duquesa Furquim Basile. O casal teve 5 filhos: Miguel (Carmo de Minas-04/09/1882, casado com Guiomar de Castro Basile), Judite, Antônio, Reynaldo e Carmen. Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile], colaboradores deste site, são bisnetos de Miguel e Guiomar e e trinetos de Francisco e Edwiges. |
ITALIANOS DE LATRONICO CHEGAM A ÁGUAS VIRTUOSAS
Vindo da cidade de Campanha, MG, a partir de 1880, um grupo de famílias originárias de Basilicata — uma região da Itália meridional, que fica entre as regiões da Campânia e da Calábria, se instalou em Águas Virtuosas de Lambari.
Esses migrantes italianos todos eram provenientes do mesmo paese* (Latronico) e muitos eram parentes próximos. Ordeiros, operosos, respeitosos à lei, muito contribuíram para o progresso de nossa cidade.
Exerciam ofícios diversos na construção civil (pedreiros, mestre de obras, marceneiros), nas pequenas fábricas (calderarias, olarias, laticínios) e nos serviços em geral (barbeiros, alfaiates, sapateiros), como também atividades no comércio.
Lista de famílias italianas que vieram para Águas Virtuosas de Lambari
Basile, Beloni, Bianguli, Biasi, Bongiorni, Bordigoni Carelli, Carlini, Coli, Conti De Capua, De Paula, Dieco, Dotti Eoli Franceschi Gentili, Gesualdi, Giacoia, Giovanini, Gonelli, Grandinetti, Greco, Gregatti Ieno, Ielpo Lamberti, Léo, Lofiego, Lorenzo Magaldi, Maglioni, Mandarano, Manes, Marzano, Metidieri, Mileo Negri Papaléo, Papandréia, Patia, Pestile, Plantuli, Ponzo Raimundi, Rambaldi, Rosatti Santoro, Serruti, Sgarbi, Sinforoso, Silvestrini Tucci Viola (*) Os Biasi vieram de Campobasso; os Gentili, de Massa; os Pestile, de Nápoles. Os Giovanini de Badia de Tedalda, província de Arezzo Fonte: JOSÉ NICOLAU MILEO, 1970, págs. 107 a 114. |
Francesca Bordigoni e Giuseppe Gentili, bisavós italianos do autor deste site, que vieram de Massa
Conforme a Constituição de 1948, a Itália se subdivide em 20 regiões, quais sejam:
As vinte regiões da Itália. Reprodução. Wikipedia
A Itália, pois, contém:
ABRUZZO |
BASILICATA |
CALABRIA |
CAMPANIA |
EMILIA-ROMAGNA |
FRIULI- |
LAZIO |
LIGURIA |
LOMBARDIA |
MARCHE |
MOLISE |
PIEMONTE |
PUGLIA |
SARDEGNA |
SICILIA |
TOSCANA |
TRENTINO- |
UMBRIA |
VALE D'AOSTA |
VENETO |
As Regiões, que correspondem aos Estados brasileiros, por sua vez, se subdividem em:
E as Províncias contém centenas de
Fonte: http://www.imigrantesitalianos.com.br/Provincias_Italianas.html
Região Itália meridional (cor marron): da qual fazem parte as regiões de Abruzos, Campânia, Molise, Apúlia, Basilicata e Calábria. Reprodução. Wikipedia
A região de Basilicata, cuja capital é Potenza, possui cerca de 600 mil habitantes e 10073 km², e faz fronteira a sudeste com o mar Jônico (golfo de Tarento), a este com a Apúlia, a oeste com a Campânia, a sudoeste com o mar Tirreno e a sul com a Calábria.
Região da Basilicata, Itália (Reprodução: GoogleMaps)
Dados da Região de Basilicata. Itália. Reprodução. Wikipedia
LATRONICO é comuna da Província de POTENZA na região de BASILICATA. Reprodução. Fonte: www.maps-of-italy.blogspot.com Reprodução. Fonte: https://www.pinterest.ru/ |
Um resumo da divisão geopolítica da Itália (regiões, províncias, comunas) pode ser vista neste link:
Latronico é uma comuna italiana da região da Basilicata, província de Potenza, com cerca de 5.150 habitantes.
A origem do nome Latronico é controversa; de acordo com alguns, derivaria de dois termos do idioma grego que significam lugar escondido, enquanto outros afirmam que é uma derivação do termo também grego Latomia (pedreira, que a cidade ainda possui) com a adição do sufixo -ico.
Estende-se por uma área de 75 km², tendo uma densidade populacional de 65 hab/km².
Faz fronteira com Carbone, Castelluccio Inferiore, Castelluccio Superiore, Castelsaraceno, Episcopia, Fardella, Lauria.
Fonte: WIKIPEDIA/Latronico e www.latronico.eu/storia
Reprodução. Fonte: http://www.latronico.eu/
No endereço eletrônico http://www.latronico.eu/ está o site oficial da Comune di Latronico.
As abas
subdividem-se em diversos outros títulos com excelentes informações e imagens sobre a cidade.
Na página de abertura do site, alternam-se belissimas paisagens da cidade e região. Entre elas, selecionamos três imagens de Latronico que guardam semelhanças com as serras, a vila montanhosa e as águas minerais que as famílias de imigrantes encontraram em Águas Virtuosas de Lambari.
Confira:
Um lugarejo cercado de serras
Latronico. Agromonte. Reprodução. Fonte: http://www.latronico.eu/
Uma vila sobre montes
Latronico. Centro histórico. Reprodução. Fonte: http://www.latronico.eu/
Fontes de águas minerais
Latronico. Fontes de águas sulforosas. Reprodução. Fonte: http://www.latronico.eu/
Nota: imagens e informações reproduzidas conforme Termos e condições de uso do site. aqui: http://www.latronico.eu/note-legali
Abaixo vão duas antigas fotos das vilas de Latronico e Águas Virtuosas.
E, a seguir, algumas fotos de Latronico, a maioria dos acervos pessoais de André Gesualdi e Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]:
Confira:
Latronico antigo. Anos 1800. Fonte: André Gesualdi
Águas Virtuosas antiga. Fins anos 1800. Fonte: Museu Américo Werneck
Latronico moderno. 2012. Fonte: André Gesualdi
Latronico. Vista. 2012. Fonte: André Gesualdi
Latronico. Vista. 2012. Fonte: André Gesualdi
Latronico. Vista noturna. 2012. Fonte: André Gesualdi
Vista de Latronico. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]
Montnhas de Latronico.Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]
Latronico num monte ao pé da grande serra. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]
Casa antiga de pedra, em Latronico. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]
Latronico. Bairro Capadavutu. Reprodução. Wikipedia
Outras imagens de Latronico podem ser vistas aqui:
PAULO, RICARDO e MARCELO CASTRO ALVES [Basile], trinetos de FRANCESCO BASILE, imigrante italiano que veio para Águas Virtuosas em 1887, estiveram em Latronico em novembro de 2019.
Em contato com o site GUIMAGUINHAS, MARCELO CASTRO ALVES [Basile] forneceu informações, fotos e documentos sobre a origem italiana de sua família, bem como os vídeos abaixo, com imagens de sua visita à terra de seus antepassados.
Confira:
SANTO EGÍDIO - PROTETOR DE LATRONICO
O padroeiro de Latronico é Santo Egídio, Abade, e a procissão dedicada a esse santo constitui a maior festa de Latronico.
Santo Egídio Abade. Protetor de Latronico. Fonte: André Gesualdi
Interior da igreja de Santo Egídio. Latronico. 2012. Fonte: André Gesualdi
Capela de Santo Egídio. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile]
Reprodução. Fonte: VIOLA, 2002, p. 73
Em sua estada em Latronico, os irmãos Paulo, Ricardo e Marcelo de Castro Alves [Basile] receberam de presente da prefeitura estes dois belos exemplares:
Fotos antigas de Latronico. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo de Castro Alves [Basile]
Dicionário de antigo dialetro latronico para italiano. Fonte: Paulo, Ricardo e Marcelo de Castro Alves [Basile]
As rendas e bordados de Latronico são uma marca da cultura e artesanato da cidade, e os trabalhos executados mediante a técnica do Il pontino ad ago (o ponto à agulha) são exclusivos da tradição do território latrônico.
Bandeira italiana feita de crochê típico de Latronico
De fato,
Na história da cultura material em Latronico, a de rendas e bordados ocupa um lugar importante. As origens dessa tradição remontam a algumas gerações atrás: sabe-se que algumas mulheres latrônicas do início do século XX conheciam sua execução. Produzidos no início do século passado, existem alguns artefatos valiosos que ainda são preservados em casas particulares, mais numerosos do que você pensa.
Entre os vários tipos de rendas e bordados, o do ponto à agulha Latronico é exclusivo da tradição do território Latronico.
Sua origem é desconhecida, acredita-se que essa renda seja um derivado do bordado clássico difundido no município de Latronico e exportado para países vizinhos.
A tradição do ponto à agulha Latronico ainda hoje é praticada, tanto para os kits quanto para enriquecer as roupas. Muitas e variadas são as obras que podem ser feitas com essa técnica, na qual as mulheres latrônicas são hábeis (...)
Fonte: http://www.ilpuntinoadagodilatronico.it/studi-e-ricerche.html, com tradução do Google (com alterações).
Concurso “La finestra piú bella de Latronico” (2013)
Em agosto de 2013, Josemary Omena Passos Ferrare, arquiteta e professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), cuja família é de origem italiana (FERRARE), participou, como membro do Júri de Qualidade do Concurso “La finestra piú bella de Latronico”, e produziu interessante relatório sobre o evento e as famosas rendas e bordados de Latronico.
Confira:
Reprodução. Fonte: RELATÓRIO da viagem à Latronico em Potenza, Basilicata-Itália (2013)
Reprodução. Fonte: RELATÓRIO da viagem à Latronico em Potenza, Basilicata-Itália (2013)
RELATÓRIO da viagem à Latronico em Potenza, Basilicata-Itália (2013) – Concurso “La finestra piú bella de Latronico”, PARA PESQUISA COMPLEMENTAR AO INVENTÁRIO: SINGELEZA: uma história de rendas e de mulheres.
Por Josemary Omena Passos Ferrare (arquiteta e professora)
OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE LATRONICO
Veja também:
Nota: a pesquisa acima foi feita na internet, via Google, e não temos informações sobre a qualidade dos serviços anunciados.
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Ilustração: Montagem. Figuras estilizadas de bandeiras da Itália, Brasil e de (Águas Virtuosas de) Lambari
Nesta série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vamos comentar a vinda de cidadãos italianos para nossa cidade, ocorrida no final dos anos 1800, início dos 1900, e o relevante papel que desempenharam no desenvolvimento de Águas Virtuosas de Lambari, quer em razão de suas atividades profissionais e culturais, quer dos laços sociais e familiares que estabeleceram.
Esta Série está dividida em 5 partes:
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A parte 1 - Visão geral (este post) A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 3.1. Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui. A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui. A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui |
Vejamos, pois, inicialmente, uma visão geral da imigração italiana para o Brasil, para o Sul de Minas e especialmente para Águas Virtuosas de Lambari.
Vamos lá.
IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA O BRASIL
Como sabemos, migração é a
movimentação de um povo, ou de um grande número de pessoas, para um país diferente, ou a uma região diferente dentro desse mesmo país, geralmente motivada por razões políticas ou econômicas; inclui a imigração (movimento de entrada) e a emigração (movimento de saída). [Dic. Michaelis]
Dentre as causas das migrações, estão as guerras, a fome, o desemprego, as perseguições, decorrentes de transformações políticas, econômicas e demográficas.
Quanto aos movimentos emigratórios da Europa para as Américas, a partir de meados do século XIX, esses tiveram as seguintes causas principais:
A esses fatores, aliaram-se:
Nas décadas finais do século XIX, a Itália se encontrava em grandes dificuldades sócio-econômicas, em razão das lutas internas pela unificação, que duraram 20 anos e só foram encerradas em 1871. Essas dificuldades atingiam principalmente a população mais pobre, que vivia no meio rural, e não conseguia sobreviver nas pequenas propriedades, nem nas cidades, onde os postos de trabalho eram escassos. [3]
A chegada dos italianos (...) Naquela época, na Itália, o mercado de trabalho era difícil e os italianos vinham para a América do Sul onde as oportunidades eram boas. Eles costumavam dizer "vamos fazer a América", uma expressão que ficou muito conhecida. A pátria que os italianos deixavam naquele tempo era resultado da unificação de reinos, ducados e principados independentes, que, lá pelos idos de 1870, fez surgir o Reino da Itália. Nesse Reino, recém-criado, grassava o analfabetismo, o futuro se apresentava obscuro e marcado de incertezas e o desemprego ameaçava por todos os lados. Começa, então, um movimento migratório responsável por um expurgo do território italiano de cerca de vinte milhões de pessoas, no período compreendido entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX. O resultado é que hoje o Brasil tem cerca de 20 milhões de descendentes de italianos. PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 63 |
Esse fato e o estímulo dado pelo governo italiano — que precisava combater a fome, o desemprego e tirar o país da terrível recessão em que se encontrava — encaminharam para o Brasil, no período de 1860 a 1930, milhares de trabalhadores italianos, saídos de Vêneto, da Lombardia, da Toscana, do Trentino, em sua maioria, seguidos de pessoas vindas da Campania (Napoli, Caserta), da Calábria (Cosenza, Catanzaro), e por último da Lombardia (Milão, Mantova, Cremona, Bergamo). [2] [4]
Por aquela época, enquanto muitas nações se desenvolviam, novas ideias políticas, movimentos sociais e invenções ocorriam por toda a parte, o Brasil, estagnado, vivia da agricultura de subsistência e da mineração, calcadas sobretudo na mão de obra escrava.
Necessitando crescer e desenvolver, premido pela iminente libertação dos escravos, o Brasil, que expandira sua malha ferroviária a partir de 1870, tinha interesse nessa corrente migratória para fazer crescer a agricultura, ocupar vastas áreas desabitadas e diversificar a economia, então centrada no café e na cana-de-açúcar.
Por essas razões, concedeu auxílio em dinheiro às famílias italianas para despesas da viagem e de instalação no país, tendo em vista política imigratória que visava a atender:
Recorde-se, também, que: Nos anos 80 e 90 do século XIX, estabelece-se no país um sistema organizado pelos fazendeiros para financiar a imigração. Famílias inteiras eram trazidas. Vinham com contrato assinado, povoando as lavouras. As colônias tinham uma média de 1.200 a 1.500 pessoas. Tânia Registro, historiadora [REVIDE, 2018] |
Das massas de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil pelos portos do Rio de Janeiro, Santos e Vitória, comerciantes e profissionais especializados foram localizados nos centros urbanos, e agricultores, que eram maioria, vindos da Região Norte da Itália, nas áreas rurais.
A viagem A viagem da Itália para o Brasil durava cerca de trinta dias de navio. O conforto a bordo era quase nenhum. Os porões, que acomodavam passageiros da terceira classe, vinham lotados. A viagem transcorria com grande variação de temperatura, sendo muito calor durante o dia e muito frio à noite, o que gerava grande desconforto aos passageiros. As despedidas dos migrantes eram, via de regra, marcadas por um ambiente soturno, com os portos varados de derradeiros apitos e adeuses, usando a expressão oportuna de um poeta. Após a viagem estafante, os italianos aportavam em território brasileiro exaustos, fazendo baldeação, com descanso em locais próprios, como era o caso da Hospedaria de Imigrantes na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, de onde geralmente partiam de trem, via Cruzeiro, Estado de São Paulo, para o interior, ou ainda para Minas, onde já estavam fixados parentes ou amigos conterrâneos. PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 65 |
Imigrantes italianos aguardam embarque para a América. Reprodução. Frame. Fonte: Youtube
Desconforto, fome, calor e frio: a realidade da viagem. Reprodução. Frame. Fonte: Youtube
Desembarque de imigrantes. Porto de Santos (1907). Reprodução. Fonte: Wikipedia
Na região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e no Espírito Santo, estabeleceram-se famílias de colonos na agricultura familiar. No interior de São Paulo, no Vale do Paraíba fluminense e na Zona da Mata mineira trabalhadores braçais (braccanti) [5] foram destinados às fazendas de café. [2]
Note-se, ainda, que houve um pequeno número de imigrantes que chegou ao país disposto a empreender, aplicando economias ou pequeno capital obtido na venda de bens na Itália no comércio, indústria, agricultura ou prestação de serviços.
Hoje em dia, a maior população de oriundi [5] se encontra no Brasil: os ítalo-brasileiros somam cerca de 25 milhões de pessoas, vivendo no Sul e no Sudeste, metade deles situados no Estado de São Paulo [6].
E há também entre nós o Dia do Imigrante Italiano, comemorado em 21 de fevereiro. (Lei nº 11.687, de junho de 2008)
Dificuldades dos imigrantes italianos no Brasil “Os italianos fugiram de uma situação penosa e, aqui, além de terem que lidar com os problemas naturais de adaptação, encontraram uma vida bastante dura. Os fazendeiros ainda estavam acostumados com a mão de obra escrava. Isso desencadeou uma série de desentendimentos, confrontos e até greves. O governo italiano interveio, repatriando alguns imigrantes” Tânia Registro, historiadora [REVIDE, 2018] Se nos finais do século XIX/início do século XX a vida não estava fácil para os italianos em sua terra natal, também foi cheia de dificuldades sua viagem, sua chegada, sua adaptação e as primeiras décadas de sua estada no Brasil. Podemos citar:
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A dura realidade das fazendas de café, onde ex-escravos e imigrantes viviam em péssimas condições de trabalho. Reprodução. Fonte: REVIDE, 2018
America, America, America (Como será essa América?)
"Dedico este filme aos meus antepassados italianos que vieram ao Brasil cheio de sonhos e esperanças, e que, com muito esforço, trabalho e dignidade aqui reconstruíram suas vidas".
RODOLFO FIOCCO
[1] BOTELHO; BRAGA; ANDRADE, 2007.
[2] NICOLI, 2016.
[3] AGÊNCIA SENADO, 2010.
[4] PORTAL ITÁLIA, s/d
[5] Oriundi: Oriundo. Do latim oriundus. Proveniente de; originário de. No caso, significa descendentes de italianos. Braccanti: Trabalhador agrícola geralmente pago por dia (jornaleiro, diarista)
[6] Revista digital "Oriundi". 7 de junho de 2013. Apud: Wikipedia
IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA MINAS GERAIS
Em Minas Gerais, os imigrantes que chegavam nos portos do Rio de Janeiro e Vitória eram conduzidos a hospedarias existentes em Belo Horizonte (próxima do Ribeirão Arrudas) e Juiz de Fora (Hospedaria Horta Barbosa).
Hospedaria Horta Barbosa. Juiz de Fora. Início do século XIX. Reprodução
Essa última, destinava-se a receber, dar agasalho e alimentação por até cinco dias, àqueles que haviam se transferido para o Estado e que, do ponto de desembarque, não haviam sido dirigidos para outras hospedarias. [6]
No Estado, foram assentados artesãos e oficiais, e também trabalhadores agrícolas, em diversas cidades, como Belo Horizonte, Itueta, Juiz de Fora, Machado, Campanha, Poços de Caldas, Ponte Nova, Santa Rita do Itueto e São João Del Rey. Muitos desses haviam passado por outros estados brasileiros antes de serem localizados em Minas Gerais. [7]
A maioria dos imigrantes entrados em Minas Gerais foram para fazendas de café ou núcleos coloniais. A Comissão Construtora da Nova Capital os alojou nas colônias que formariam o "cinturão verde" (Barreiro, Carlos Prates, Córrego da Mata [depois chamada Américo Werneck], Afonso Pena, Bias Fortes e Adalberto Ferraz). Esses núcleos coloniais situavam-se no entorno da futura cidade, e visavam ao abastecimento e diversificação da economia. [8]
Planta da nova capital, que antes de Belo Horizonte se chamara Cidade de Minas. Fonte: Comissão Construtora da Nova Capital. Reprodução.Wikipedia
Boa parte daqueles foi assentada na Zona da Mata mineira. De fato, a chegada da malha ferroviária na região, não só facilitou a remessa do café para o Porto do Rio de Janeiro, como levou massas de oriundi para as lavouras de café da então principal zona cafeeira do Estado.
Muitos outros vieram para as lavouras de café do Sul de Minas, e também para os assentamentos agrícolas criados a partir dos anos 1900 (Pouso Alegre [Francisco Sales e Senador José Bento], Ouro Fino [Inconfidentes] e Águas Virtuosas de Lambari [Nova Baden]).
A Comissão Construtora da Nova Capital também contratou imigrantes italianos como operários, para edificação da infraestrutura e dos edifícios públicos. [8]
Os cerca de 50 mil italianos que migraram para Minas Gerais deixaram 1,5 milhão de descendentes, dispersos pelas regiões Sul e Leste, o que corresponde a 7,5% da população do Estado. A maior concentração se dá em Belo Horizonte, Sul do Estado e Zona da Mata. [8] [9].
[6] COMO PESQUISAR SOBRE IMIGRANTES? Site APM - aqui
[7] NICOLI, 2016.
[8] Imigração italiana em Minas Gerais. WIKIPEDIA
[9] RUFFATO, 2016
No início da década de 1860, chegaram a Campanha — município ao qual então pertencia a povoação de Águas Virtuosas (futura Lambari) — os primeiros contingentes de imigrantes italianos da região Sul do Estado, e ali se fixaram.
Campanha, MG, antiga. Reprodução. Wikipedia. Biblioteca Nacional
Vicente Mileo e Alexandre Maiolino foram os primeiros italianos que vieram e se fixaram em Campanha. Vicente Mileo, natural de Sapri (região da Campania, sul da Itália), casou-se com Ana Clara Valim e estabeleceu-se como caldeireiro em 1863. Faleceu no dia 14 de novembro de 1868 e não deixou descendentes. (MILEO, 1970, pág. 113)
Nas décadas seguintes, os que chegaram estimulavam outros patrícios a rumarem para o Sul de Minas Gerais. E muitos vieram, atraídos, inclusive, pela possibilidade de trabalho na construção da estrada de ferro, que viria ligar diversas cidades da região. (MILEO, 1970, p. 110; ; VIOLA, 2002, p. 75)
Imigração para Águas Virtuosas de Lambari
Na década de 1870, João Marçano e em seguida Lucas Zaccaro vieram para Águas Virtuosas de Lambari, sem as respectivas famílias, e aqui se instalaram como comerciantes; alguns anos depois, retornaram a Itália.
Vindo de Campanha, a partir de 1880, um grupo de famílias originárias da mesma região da Campânia — província de Basilicata, cuja capital é Potenza, situada entre as províncias de Nápoles e Calábria — se instalou em Águas Virtuosas e aqui se fixou.
Região da Basilicata, Itália (Reprodução: GoogleMaps)
Quase todos vinham do mesmo paese* e muitos eram parentes próximos. Ordeiros, operosos, respeitosos à lei, esse grupamento de italianos muito contribuiu para o progresso de nossa cidade.
Exerciam ofícios diversos na construção civil (pedreiros, mestre de obras, marceneiros), nas pequenas fábricas (calderarias, olarias, laticínios) e nos serviços em geral (barbeiros, alfaiates, sapateiros), como também atividades no comércio.
Paese [ital.]. sm. 1 aldeia, vilarejo.2 país.3 região, território. (Dic. Michaelis)
Imigração para a Colônia Nova Baden (Lambari)
No início dos anos 1900, quando Américo Werneck era Secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais (setembro de 1898 a fevereiro de 1901), foi criada, em Águas Virtuosas de Lambari, a Colônia de Nova Baden, na qual 160 lotes, com áreas de 4 a 6 alqueires de terra, foram concedidos a colonos austríacos, alemães e italianos
A gleba de terra retalhada em lotes, entregues àquelas famílias, contudo, não conseguiu fixar os beneficiários. Pouco depois lá permanecia reduzido número dos primeiros colonos — a maioria foi tentar a sorte em outros locais ou na zona urbana de Águas Virtuosas.
Inaugurada em 1901, a estação ferroviária de Nova Baden visava a contribuir para o desenvolvimento da colônia agrícola
FAMÍLIAS ITALIANAS QUE VIERAM PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Cerca de 40 famílias italianas imigraram para Águas Virtuosas, quase todas oriundas de Latronico, na província de Basilicata.
Dentre elas, conforme está no livro Subsídios para a história de Lambari (MILEO, 1970), as seguintes:
Basile, Beloni, Bianguli, Biasi, Bongiorni, Bordigoni Carelli, Carlini, Coli, Conti De Capua, De Paula, Dieco, Dotti Eoli Franceschi Gentili, Gesualdi, Giacoia, Giovanini, Gonelli, Grandinetti, Greco, Gregatti Ieno, Ielpo Lamberti, Léo, Lofiego, Lorenzo Magaldi, Maglioni, Mandarano, Manes, Marzano, Metidieri, Mileo Negri Papaléo, Papandréia, Patia, Pestile, Plantuli, Ponzo Raimundi, Rambaldi, Rosatti Santoro, Serruti, Sgarbi, Sinforoso, Silvestrini Tucci Viola (*) Os Biasi vieram de Campobasso; os Gentili, de Massa; os Pestile, de Nápoles; os Giovanini, de Badia de Tedalda, província de Arezzo; os Rosatti de Cantiano, em Marche. Fonte: JOSÉ NICOLAU MILEO, 1970, págs. 107 a 114; |
Antigo postal de Latronico (Italia). Fonte: Facebook/Madalena Viola (cujos avós são naturais dessa cidade)
Mais sobre Latronico antigo:
O escritor mineiro Luiz Ruffato, descendente de italianos e natural de Cataguases, no artigo Os italianos invisíveis de Minas Gerais diz que
Os imigrantes italianos, além do idioma, substituiram hábitos alimentares e comportamentos, e nem mesmo os sobrenomes conseguiram manter: na hora de proceder ao registro dos descendentes, os escrivães, sem entender direito o português estropiado, anotavam o que lhes parecia ter um som assemelhado ao ouvido, que o imigrante, analfabeto, não conferia. (RUFFATO, 2012).
Assim é que nos sobrenomes dos oriundi de Águas Virtuosas vamos encontrar, por exemplo: Biasi por Biaso; Beloni por Belone; Gentili por Gentil, Mitidieri por Metidiéro, Marzano por Marçano, Rosati por Rosatti, etc.
Veja abaixo alguns imigrantes italianos que vieram para Águas Virtuosas de Lambari nos finais século XIX-início do século XX:
Francesca Bordigoni e Giuseppe Gentili, meus bisavós italianos, que vieram de Massa
Vicente Gesualdi e famíliares. Vicente nasceu em Latronico (Basilicata, Itália), e veio para Águas Virtuosas em 1893, com apenas 10 anos. Depois, em 1914, mudou-se para Itajubá (MG). Era irmão de Annunciatto Gesualdi
Família Viola: Vicente, Salvador, Carlos, Manoel e Luis. Todos oriundos de Latronico (Basilicata, Itália).
Francesco Basile (sentado). Natural de Latronico (Basilicata, Itália). Chegou em Águas Virtuosas de Lambari em 1877
Ao lado do Francesco, sentado, seu filho mais velho: Miguel. De pé atras do Francesco e Miguel, seu filho mais novo Reynaldo Basile.
Conta Paulo Roberto Viola, filho de Paulo Grandinetti Viola e neto de Salvador Viola, a seguinte história:
Foi através do Tio Manoel que os irmãos Viola vieram para o Brasil. Um dia, o tio Vicente contou a papai que o tio Manoel tivera um entrevero com um fiscal que fora fiscalizar a casa comercial que seu pai tinha em Latronico. Esse fiscal destratara seu Paolo e tio Manoel furiosamente defendeu a honra do pai. Após esse incidente, Tio Manoel deixou a Itália e foi para Águas Virtuosas, a convite do tio Rosário Mileo. PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 75 |
Conheça a história da Rua dos Italianos, em Lambari, MG:
Nos anos 1890, várias famílias de italianos estavam fixadas na Rua Camilo Fraga. Na eleição realizada em 15 de novembro de 1894, se decidiu pelo voto dos eleitores italianos — cerca de 30 imigrantes que aqui residiam.
Esses votos ajudaram na eleição do grupo político liderado por Garção Stockler e João Bráulio Júnior, que homenagearam a colônia de imigrantes dando o nome de Rua dos Italianos à antiga Camilo Fraga. Essa circunstância atraiu para aquela rua diversas outras famílias de origem italiana, que residiam em pontos diferentes da povoação.
Em Águas Virtuosas, as famílias italianas que vieram no final dos anos 1800, início dos 1900, exerceram, em sua maioria, ofícios da área urbana. Eram pedreiros, marceneiros, pintores, ferreiros, caldeireiros, padeiros, queijeiros, alfaiates (havia também mulheres costureiras), sapateiros (consertos e fabricação de calçados).
Outros dedicaram-se ao comércio, com casas de tecidos, gêneros alimentícios, padaria, açougue, sapataria e alfaiataria. Muitos se empregaram como artífices, comerciários e operários nas oficinas da estrada de ferro. (MILEO, 1970, págs. 111, 112 e 124)
Poucas famílias, como os GENTILI (Gentil), foram para a agricultura, formando grandes hortas na periferia da povoação. Outras, como os SILVESTRINI, antes de fundarem indústrias de laticínios, exploraram olarias, em Nova Baden.
Das família italianas que vieram para a colônia agrícola de Nova Baden, poucas se fixaram na atividade de agricultura.
Veja estes posts:
Construtores
No período entre 1890-1900, imigrantes italianos participaram ativamente da construção da nova capital de Minas Gerais, como vimos acima.
Em Águas Virtuosas de Lambari, também vamos encontrar imigrantes italianos na construção civil, atuando como mestres de obras, pedreiros e carpinteiros.
Francisco Grandinetti fazia parte da grande família italiana que veio para Águas Virtuosas de Lambari, no final do Século XIX. Como se vê acima, os profissionais com os quais trabalhava também eram italianos.
Marceneiros
Altar de madeira da antiga matriz de N. S. da Saúde. Obra dos Raimundi
O descendente de italianos, José Raimundi, marceneiro de profissão, foi, na verdade, um artista e engenheiro nato, tendo deixado também esculturas e pinturas a óleo. Entre suas obras estão a construção da piscina do Hotel Imperial e da Igreja Presbiteriana de Lambari.
Laticínios Silvestrini e o Catupiry®
Conheça a história da família Silvestrini, que imigrou para Águas Virtuosas em 1896, e aqui criou os Laticínios Silvestrini e o famoso Catupiry®
Indústrias ABI
A história da Família BIASO e das Indústrias ABI começa com a chegada, em 1890, do patriarca Francesco de Biase, nascido em 1863, em Vinchiaturo, região do Molise, província de Campobasso.
Em 1895, Francesco casou-se com Maria Paschoalina Miléo, também italiana, oriunda da Brasilicata. Dessa união nasceram 8 filhos: Annunciato, Maria, Miguel, Luiz, Tereza, Egídio, Ângelo e Antônio, tendo a família adotado o sobrenome BIASO.
Francesco trabalhou como caldeireiro e funileiro e iniciou os filhos na profissão. Em 1913, contava Annunciato com 18 anos quando, em conjunto com seus irmãos Miguel e Luiz, fundou a ABI - Annunciato Biaso Irmãos S/A, uma fábrica de latões para leite.
Como dissemos, somos o país com o maior número de descendentes de imigrantes italianos e, claro, isso faz do Brasil uma terra que muito se enriqueceu daquela cultura.
De fato, vamos encontrar elementos itálicos nos costumes, nas danças, nas festas, nas comidas típicas, na bebida, na fala e escrita, nas técnicas agrícolas, na fabricação de artefatos, nos empreendimentos.
Eis uma pequena lista:
Fontes: NICOLI, 2016
Sites: https://www.superprof.com.br/blog/influencia-italiana-br/ e https://www.revide.com.br/editorias/especial/heranca-italiana/
Veja este post do blog Anita Plural:
Doces e laticínios típicos de Águas Virtuosas
Em Águas Virtuosas de Lambari vamos encontrar traços dessa herança gastronômica também.
Quem não se lembra do pão italiano do Padaria do Juca? Ou dos pães da Padaria do Walter Raimundi?
Recorde estes outros exemplos da tradição italiana em Lambari:
[Infelizmente, essa fábrica não existe mais.]
[Infelizmente, esse laticínio não existe mais.]
Literatura de influência italiana
Na literatura brasileira há também fortes traços da imigração italiana, que que deu origem a alguns clássicos, como estes:
Publicado em 1927, pelo cronista e contista António de Alcântara Machado, o livro, composto por onze contos, trata do tema da imigração italiana e a primeira geração de ítalo-brasileiros em ascensão na capital paulista.
Publicada em 1979, por Zélia Gattai, escritora ítalo-brasileira casada com Jorge Amado, esta obra rememora episódios da infância e adolescência da autora: fatos verídicos de sua família italiana, a partir de 1910, na mudança para São Paulo e sua adaptação à capital.
De 1985, essa obra do escritor ítalo-brasileiro José Clemente Pozenato trata-se de um romance, cuja história se passa em Caxias do Sul (1908-1930), retratando a paixão de dois jovens casais de imigrantes italianos, num ambiente rural rústico, de acentuada influência religiosa.
Abaixo, o registro do encontro de descendentes de famílias italianas, momentos de recordações, emoções, cultura, estreitamento de laços familiares — e muita comida típica.
Confira.
Encontro da Família Marra - Lambari 2014
Este é o Encontro da Família Marra, em Lambari, 2014. O sobrenome Marra é italiano e este encontro anual, com muitas poesias, músicas, histórias e emoções, bem ao estilo de "una famiglia ítalo-brasiliana", renova e fortifica os laços familiares.
Encontro das Famílias Lorenzo e Gesualdi
Encontro promovido por descendentes das famílias Lorenzo e Gesualdi, ocorrido em 2015, procura resgatar e valorizar a ancestralidade. Veja reportagem no site:
PESQUISA SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA
Abaixo, o resultado de uma breve pesquisa sobre o tema "imigração italiana".
Confira:
Alguns site relacionados à imigração italiana para o Brasil:
Fotos sobre a emigração italiana
MEI - Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana
https://www.romapravoce.com/museu-imigracao-italiana-roma/
E-book sobre a imigração italiana
https://www.asei.eu/it/wp-content/uploads/2010/05/guidaemigrazione_OCW.pdf
Neste tópico vão informações sobre a obtenção cidadania italiana, por parte de brasileiros descendentes de italianos.
Note-se que o grande interesse na obtenção da dupla nacionalidade e do passaporte europeu tem ocasionado algumas situações problemáticas, quando não são tomados certos cuidados quanto aos procedimentos legais e/ou aos prestadores de serviços dessa natureza.
Veja-se:
Desse modo, advirta-se que a pesquisa que vai abaixo foi feita na internet, via Google, e não conhecemos a qualidade ou a seriedade dos serviços anunciados.
E, por fim, registre-se que este site
apenas compartilha gratuitamente informações e notícias históricas sobre a imigração de italianos para a cidade de Lambari, MG (antiga Águas Virtuosas de Lambari).
Em linhas gerais, informa o site http://www.cidadaniaitaliana.com.br/, todo aquele que for descendente de italianos pode ter direito à cidadania italiana, mas existem algumas limitações quanto a transmissão pela linha materna.
Veja:
Referências:
http://www.cidadaniaitaliana.com.br/info.htm
http://duplacidadania.com.br/italiana/passo-a-passo/
Sites de pesquisa da descendência italiana
http://www.buscanaitalia.com.br/
http://www.caminhosdaitalia.com.br/genealogia.html?id=72
Este site lista diversos sites públicos no Brasil que possibilitam pesquisas sobre a vinda de emigrantes ao Brasil
http://www.imigrantesitalianos.com.br/
CONTE AS HISTÓRIAS DOS SEUS BISAVÓS ITALIANOS
No site do Museu da Imigração do Estado de São Paulo é possivel postar histórias de família e fotografia dos nonni, por meio do Facebook ou Instagran.
Confira:
QUEM VAI CONTAR AS PEQUENAS HISTÓRIAS?
A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.
GABRIEL GARCIA MARQUEZ
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Não existe rua com pedras mudas nem casa sem ecos.
GÓNGORA
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A gente descobre que o tamanho das coisas há de ser medido pela intimidade que temos com as coisas (...) Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.
MANOEL DE BARROS
A mensagem inicial deste site GUIMAGUINHAS (aqui), — espaço eletrônico no qual venho contando minhas histórias e histórias de Aguinhas — intitula-se: E quem vai narrar as pequenas histórias? (transcrita logo abaixo).
Isso porque acreditamos que todos nós podemos (e devemos) contar as pequenas histórias dos nossos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.
É uma maneira prazerosa de guardar e reverenciar a memória dos ascendentes e deixar aos descendentes as narrativas que vão fortalecer os laços familiares e ser-lhes útil ao crescimento emocional, pessoal e espiritual.
Pois bem, caro visitante, você que é de Águas Virtuosas de Lambari, ou tem parentesco com imigrantes ou outras pessoas que ajudaram a construir esta cidade, conte também uma história que possamos publicar aqui neste espaço.
Ou envie fotos que ilustrem as narrativas que disponibilizamos aqui; ou complemente informações; ou corrija algum equívoco que tenhamos cometido.
O que nos move é compartilhar fatos, fotos e histórias da nossa gente.
Ficaremos agradecidos e enriqueceremos o acervo das memórias e histórias de nossa cidade.
Saudações,
Antônio Carlos Guimarães - Guima de Aguinhas (Guimaguinhas)
Meu avô Zé Batista, que chamávamos de Pai Véio (pai mais velho), contador de histórias e inspirador deste site
E quem vai narrar as pequenas histórias?
Cara(o) visitante, Quem vai escrever as pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da nossa gente, os acontecidos de Aguinhas? Quem vai recolher os caquinhos da memória, a lembrança das pequenas coisas que todo mundo esqueceu? Quem vai dar voz aos nossos antepassados? Quem vai se lembrar daqueles que não têm história pra contar? Quem vai contar nossa luta, nossa vivência, nossa terra, nossos amores, nossa sorte, nossos azares?
Guima, de Aguinhas, março de 2013. |
Obras sobre imigração italiana para o Sul de Minas
Bibliografia deste post