Aguinhas Velha
Galeria histórica de hotéis de Aguinhas
Aspectos de hotéis de Lambari em 1918 (*)
Fundos do Hotel Melo (início do Século XX)
Hotel Brasil, início Século XX
Hotel Central, início Século XX
Hotel Bibiano, anos 1940
Postal do Hotel Imperial, anos 1940
Hotel Rosario, anos 1950
Grande Hotel, anos 1950
Hotel América, anos 1960
(*) CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pocai & Comp., 1918.
(**) Fotos desta série com a colaboração de André Gesualdi.
Veja também os números 1, 2 e 4 desta série:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38618
Aguinhas velha
Em obra de Armindo Martins - Lambari, cidade das águas virtuosas, de 1949, há as seguintes propagandas de hotéis:
Como se sabe, Vivaldi Leite Ribeiro realizou dois grandes empreendimentos hoteleiros em Lambari - O Imperial e o Grande Hotel. O primeiro surgiu da reforma e ampliação do antigo Hotel Melo, em 1938. (1)
O segundo - o Grande Hotel - sucedeu ao Hotel Grandinetti, nos anos 1940. (2)
Acima, o Hotel Rezende no final dos anos 1940. Atualmente foi remodelado e ampliado, como se pode ver aqui.
O Hotel Central não existe mais. E um reformado e ampliado Parque Hotel ressurgiu, tempos depois, com a família Simes.
(1) MILÉO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, p. 53
(2) VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você. Rio de Janeiro : Navona, 2002, p. 86
Veja também os números 1, 3 e 4 desta série:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38618
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38622
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38633
Aguinhas de antigamente
Em post anterior (1), já anotamos que foi com a vinda do Dr. Garção Stockler para Lambari que se deu o incremento da divulgação das águas minerais e o início do desenvolvimento da cidade; em outro (2), que o Hotel Melo, inaugurado em 1884, foi um de nossos mais antigos hotéis.
Agora, vamos fazer uma retrospectiva histórica dos hotéis de nossa cidade. Vamos lá.
Em 1884, após o trabalho empreendido por Garção Stockler, a povoação [Águas Virtuosas] se apresentava com 4.000 habitantes, com mais de 50 casas novas e mostrava o reerguimento da frequência às águas, pela chegada de "cidadãos das mais importantes classes sociais e posições" que ou se hospedavam nos dois hotéis existentes [de Joaquim Manoel de Mello Júnior e Manoel Gomes Nogueira] ou se alojavam em casas alugadas (...)
MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, p. 109/10
Em 1888, Urbano Augusto d'Aguiar Vilella já fazia propaganda do seu Hotel Brazil:
A partir de 1895, segundo nos informa José Nicolau Miléo (3), após a inauguração do Hotel Melo (1894), surgem novos hotéis:
O mesmo José Mileo (4) acrescenta, com base na Relação de eleitores do Distrito das Águas Virtuosas e suas profissões, a existência dos seguintes hoteleiros, em 1898:
No jornal A Peleja, de 1898, registram-se propagandas do Hotel Mineiro e do Grande Hotel:
No livro Águas Virtuosas de Lambary, editado por Roberto Capri, em 1918 (5), figuram as seguintes propagandas de hotéis:
(1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37704
(2) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37860
(3) MILÉO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, p. 125.
(4) Id., ib., pág. 136
(5) CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pocai & Comp., 1918
Veja também os números 2, 3 e 4 desta série:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38620
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38622
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38633
Fotos desta série com a colaboração de André Gesualdi.
Ilustração: Basílio de Magalhães. Reprodução. Perfil no IBGH
Nesta Série BASÍLIO DE MAGALHÃES, vamos tratar do famoso historiador, filósofo, lexicógrafo, político, escritor, jornalista, professor, poliglota (que falava também o tupi-guarani) — que durante muitos anos fez estações de águas em Lambari, depois passou a residir entre nós, numa modesta casa na Rua São Paulo, no centro da cidade.
Basílio aqui viveu o resto de seus dias, tendo sido também enterrado nesta estância hidromineral. "Conversador sem igual, cheio de vivacidade e erudição, (...), dono de prodigiosa memória" [1], ele foi uma das influências culturais da poeta Henriqueta Lisboa. [2]
Vamos lá.
No livro O retrato do velho médico [3], José Benedito Rodrigues, que foi médico de Basílio de Magalhães, conta lances da vida do escritor em nossa cidade:
A primeira vez que conversei com Basílio de Magalhães eu era recém-formado [...] Foi num jantar oferecido ao doutor João Lisboa Júnior, em Lambari (...). Tive a honra de ficar sentado ao seu lado, e fiquei profundamente impressionado com a sua cultura, inteligência e variedade de temas por ele abordados.
...............
Quem passasse pelo Parque das Águas, via sempre um grupo de normalistas (...) em torno de um homem, lembrando o filósofo Sócrates da antiga Grécia, discorrendo sobre os mais variados assuntos. Era Basílio de Magalhães. Na varanda de sua casa, ficava aquele homem baixo, de óculos de lentes grossas, com um boné metido na cabeça, em leituras profundas, ou na farmácia do Mário Santoro, conversando com todos e sobre tudo.
..............
Em fins de 1957 [Basílio] adoeceu, e entrou em estado de coma, e no dia 14 de dezembro (...), pela madrugada, faleceu da maneira mais modesta possível, cercado de poucos amigos. Seu sepultamento foi comum [...] à beira de sua sepultura, quatro vozes entrecortadas de emoção se fizeram ouvir, exaltando a sua trajetória cultural e científica, lastimando o [seu] desaparecimento (...)
Magalhães foi autor de cerca de cem obras e pertenceu a 26 associações culturais, sendo 17 brasileiras e 9 estrangeiras. Sua biblioteca chegou a somar quase 27 mil volumes. [4] Seu nome foi dado ao Salão Nobre da Prefeitura Municipal de São João del-Rei. Basílio é patrono do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, e é também patrono de uma cadeira no mesmo instituto e de uma cadeira na Academia de Letras de São João del-Rei. Além disso, Câmara Cascudo dedicou-lhe um verbete no famoso Dicionário do Folclore Brasileiro.
Fonte: Wikipedia/Basilio de Magalhães
No entanto, não chegou a pertencer à Academia Brasileira de Letras:
Basílio de Magalhães, um dos maiores valores culturais do Brasil, (...) por circunstâncias difíceis de explicar, deixou de pertencer a esta casa [a Academia Brasileira de Letras - ABL ],
discursou certa vez Ivan Lins, escritor, membro da Academia, e também ilustre frequentador de nossa terra. [5]
Diz Oyama de Alencar Ramalho que Basílio faleceu
esquecido e pobre, a ponto de ter que vender sua biblioteca para sobreviver. [b]
E também são modestas as homenagens que recebeu em Lambari: o nome de Basílio de Magalhães foi dado à biblioteca pública municipal e a uma rua na Volta do Lago.
Em dezembro de 1960, o Sputnik anunciava esta singela homenagem ao insigne escritor:
Semanário Sputnik - Dez/1960 - Lambari, MG
Algumas obras de Basílio de Magalhães
(*)
(**)
Fonte: http://cifrantiga2.blogspot.com.br/2011/03/basilio-de-magalhaes.html
Falecimento em Lambari - Nota do Estadão
Em 14 de dezembro de 1957, num sábado, faleceu em Lambari o professor Basílio de Magalhães.
O jornal o Estado de São Paulo, jornal em que foi colaborador, publicou a seguinte nota:
Estado de São Paulo, 18/12/1957
Textos sobre Basílio de Magalhães
[a] Artigo de Guilherme Santos Neves, publicado em A Gazeta, Vitória, ES, por ocasião da morte de Basílio de Magalhães
http://www.jangadabrasil.org/almanaque/2011/08/10/basilio-de-magalhaes/
[b] O esquecimento de Basílio de Magalhães e as tentativas de rememorá-lo - Artigo de Oyama de Alencar Ramalho
http://saojoaodel-rei.blogspot.com.br/2010/06/o-esquecimento-de-basilio-de-magalhaes.html
[c] Monografia sobre a trajetória de vida de Basílio de Magalhães
http://www.ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/pghis/monografias/basilio.pdf
Índice da SÉRIE BASÍLIO DE MAGALHÃES
[1] Ivan Lins, artigo no Correio da Manhã, de 2, ago, 1960. In CARROZO, João. História Cronológica de Lambari. Piracicaba, SP : Shekinah Editora, 1988, pág. 211.
[2] A Poesia de Henriqueta Lisboa, Blanca Lobo Filho.
[3] V. O retrato do velho médico, José Benedito Rodrigues, pág. 115.
[4] VIOTTI, Dario Abranches. Basílio de Magalhães. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Vol VII, 1960,p.597-602. Apud: PINTO, Jacqueline das Mercês Silva. Basílio de Magalhães: trajetória e estratégias de mobilidade social 1874-1957, monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História de Minas nos séculos XVIII e XIX da UFSJ, in: https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/pghis/monografias/basilio.pdf
[5] O retrato do velho médico, José Benedito Rodrigues, pág. 115. Veja também este post: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36383.
[6] Publicado pela primeira vez em Londres em 1853, o relato da viagem de quatro anos (1848-1852) do cientista inglês pela Amazônia constitui um valioso estudo sobre o clima, a geologia, a biologia e os indígenas da região, incluindo aspectos sociais e costumes locais. Essa expedição ao Brasil foi a primeira de uma série de viagens e pesquisas de Wallace (1823-1913) que serviram de base para a formulação, em paralelo com Darwin, dos princípios da seleção natural e do evolucionismo.
O texto integral desse livro, a erudita apresentação de Basílio de Magalhães e suas admiráveis notas podem ser vistos aqui: http://www.brasiliana.com.br/brasiliana/colecao/obras/114/.
Observação: Nos últimos anos de sua vida, após pesquisar e combater os fenômenos espíritas, Russel Wallace convenceu-se de sua realidade, tendo publicado obras de teor espírita. Veja aqui.
Ilustração: Recorte coluna Espaço Soçaite, do jornal Sputinik, Lambari, anos 1960
Já mencionamos em post anterior os bailes dos anos 1960 em Lambari [1], e hoje voltaremos ao tema.
Como se sabe, até a proibição do jogo, no Governo Dutra, em 1945, Lambari possuía cassinos e atraía levas e levas de turistas, quer a busca do jogo — e dos negócios e diversões que esse proporcionava —, quer pelas águas e pelo clima — veranistas que aqui faziam demoradas "estações de águas", que essas, por aquela época, ainda eram programas regulares de muitas famílias brasileiras.
E mesmo anos após o fechamento dos cassinos, nos salões do Cassino Imperial, do Cassino das Fontes e do Cassino do Lago eram promovidos inúmeros eventos dançantes, além de desfiles de misses, de moda, formaturas, bailes de carnaval, reveillon, etc.
ANOS 1940 - DISTRAÇÕES NOTURNAS
Os hotéis frequentemente organizam horas de arte, contratando artistas, conferencistas e músicos que deliciam os hóspedes e ouvintes em diversos horários do dia e da noite.
No salão do Bar Pinguim dança-se quase sempre à noite, ambiente recatado, seleto e com boa música; por motivo de festejos populares, como o da entrada da Primavera, semana joanina, Carnaval, formatura das normalistas e ginasianos, Natal e a passagem do ano se efetuam bailes, ora nos hotéis, no Cassino das Fontes, ora no salão do velho Cassino.
Lambari, a cidade das águas virtuosas. Armindo Martins, 1949, p. 113.
VERSO DE CARTÃO POSTAL DO CASSINO, DATADO DE 1957 O postal ao lado dá uma ideia da noite lambariense nos anos 1950: (...) A estação continua ainda muito concorrida - aqui o hotel acha-se repleto, tendo algumas moças e rapazes que divertem-se bastante, como é natural n'estes lugares. À noite há sempre uma animação nos ... e danças que prolongam-se até ... horas mais ou menos. É, enfim, a vida aqui muito alegre e divertida... |
Um apanhado no Sputnik dos anos 1960/61 também nos revela um pouco sobre aquelas "agitadas noites lambarienses".
Vejamos:
Mas nem sempre os eventos faziam sucesso, e o Sputnik mostrava então o seu aguçado viés satírico:
Consultei minha colega Jandira Adami, citada na nota acima, e ela me respondeu que dançava muito bem e "nunca levou chá de cadeira", e também me informou sobre os bons dançarinos de sua época.
Diz ela que, entre os mais novos, Ronaldo Castro e Maria Clara, de fato, dançavam muito bem, e que ela — Jandira — e Deo Viola, numa noite animada por discos, chegavam a dançar — sem parada — um LP inteirinho...
Falei também com Fina Salles — uma grande dançarina, segunda Jandira — e, somando as informações dessas duas, podemos mencionar os seguintes bons dançarinos daqueles anos elegantes:
Na geração mais nova: Deo Viola, Marcelo Monti, João Caproni, Ivan Alcântara, Salatiel Santoro, Zé Aírton Biaso, Gilberto Mileo, Haroldo Pinto, Lourdinha Mendes, Juju Viola, Sônia Nascimento, Ruth Bibiano, Cidinha Araújo, Lúcia Gregatti.
Na geração mais antiga: João André dos Santos, Acácio Martins, Hélio Noronha, Crisóstomo Fernandes, Jurandir Mayer (Alemão) e Nenê Nascimento.
E um grande destaque para Alfeu Belloni, não só por ser um excepecional pé-de-valsa, como também pela elegância.
Jandira Adami e outras belas moças em elegante noite lambariense dos anos 1960
Nenê Nascimento, em evento na Boite Imperial. Atrás: Vadinho Biaso, Marluce Krauss, José Capistrano, Virgilinho Ribeiro e Sílvio Barros
O casal Inês/Nenê Nascimento na noite lambariense
Nenê Nascimento e Branca Valério, Edith e Sebastião Fernandes e outros casais, dançando
Inês e Nenê Nascimento, grandes dançarinos, em noite de gala
[1] Aguinhas elegante (1): http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37423
Veja também Aguinhas elegante (2): http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38294