Ilustração: Pintura no braço de Maria Elisa, retratando a própria. Festa de aniversário. 2017
Nesta série RECANTO DOS NETOS contamos histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos — os nossos netos.
Como vimos contando nesta série RECANTO DOS NETOS, eu e Celeste temos 8 netos: Quatro homens (Léo, Rafa, Paulinho e Guga) e quatro mulheres (Maria Elisa, Isabela, Rafaela e Cecília).
A bisavó Neli e seus bisnetos: Paulo Emílio, Leonardo, Rafael, Isabela, Rafaela, Maria Elisa e a caçulinha Cecília. Passagem do ano de 2020
Já contamos algumas histórias dessa turminha. Vejam estes posts:
E hoje vamos falar sobre as profissões de Maria Elisa.
Vamos lá!
Maria Elisa é uma menina responsável, compenetrada, estudiosa e sempre preocupada com o futuro.
Antes mesmo de saber ler ou escrever, queria ser cartista — nome que inventou para designar aquele que escreve cartas. Nessa época, "trocava cartas" com a vó Celeste, ela em Brasília e a vovó escondida aqui atrás das Serras das Águas. Essas cartas continham "desenhos", geralmente figurando a vó ou seus pais e primos... E muitos, muitos coraçõeszinhos!
Depois pensou em várias outras profissões: artista, dançarina — e a mais curiosa: borracheira...
Ao ver o conserto do pneu do carro que seu pai dirigia, perguntou o que o homem fazia. O pai explicou: — Tá consertando o pneu que furou, filha. Ele é borracheiro! E na mesma hora, decidiu sua nova profissão: — Papai, quero ser borracheira!
Tão entusiasmada ficou com a nova profissão, que tive de levá-la numa borracharia para um treinozinho na futura atividade!
Maria ensaiando uma futura profissão
Mas acabou desistindo da profissão, que achou muito penosa.
Maria, depois, pensou ainda em outras: tenista, veterinária, escritora. E parece que acertou nessa última, pois sua vocação está ligada ao livro.
De fato, desde pequena examinava livros e revistas e os "lia", inventando textos supostamente escritos. Tinha loucura por aprender a ler e escrever, ao tempo que ia desenhando figuras com diálogos imaginados e transcritos em forma de rabiscos!
E vivia me perguntando: — Vovô, como se faz um livro?
Maria esperando autógrafo numa feira de livros em Brasília
E assim que aprendeu a ler e escrever, tratou de escrever e ilustrar seu primeiro livro:
LÚCIA: AVENTURAS NO LUGAR MÁGICO |
Veja alguns trechos do livro:
[1] Capa: Lúcia: Aventuras no lugar mágico
[2] Início: Era uma vez duas corujas que viram uma luz de longe. Ilustração: duas corujas no galho... vendo a luz ao longe
[3] Meio: Chegando lá elas viram uma moeda. Ilustração: uma porta, com uma moeda no topo
[4] Continuação: Elas descobriram o que era aquilo. Ilustração: duas corujas vendo a luz (uma moeda dourada)
Depois, deu maravilhoso presente ao seu avô: um livro escrito, ilustrado, editado e montado por ela mesma, intitulado:
A S U R P R E S A |
Confira alguns trechos:
[1] Capa: A surpresa - Escritora: Maria Elisa. Ilustração: embrulho de presente
[2] Era uma vez... Uma garotinha que queria dar uma supresa pro seu avô. Ilustração: Menina (autora) pensando: Não sei o que dou pro vô...
[3] Um tempo depois... — Já estou quasi acabando! Ilustração: menina (autora)
[4] — Acabei: agora é só dá pro vovô!
E qual vovô não ficaria radiante e orgulhoso com uma "surpresa" dessas?
Obrigado, minha neta.
Maria Elisa na Livraria Estação 98, em Lambari, num sábado de contação de histórias
Confira os posts já publicados:
Confira os áudios vinculados aos posts:
Ilustração: Carinha verde, língua de fora - Ilustração verbete Linguarar, do Vocabulário de Aguinhas. Fonte: www.publicdomainpictures.net/pt
Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e
trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na
língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do
Sul de Minas Gerais.
(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)
Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,
é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.
(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)
A Série Vocabulário de Aguinhas trata-se de uma coleção de palavras e expressões, típicas de Lambari (MG) e região Sul do Estado de Minas Gerais, utilizadas no livro Menino-Serelepe.
Entre essas palavras e expressões, há algumas que são caracteristicamente lambarienses, como já mostramos aqui.
E quem por aqui do Sul de Minas já não ouviu também estas expressões:
|
Abaixo vai o número 13 da Série VOCABULÁRIO DE AGUINHAS.
Confira.
Lambuja: Lambujem = O que se ganha ou se dá além do combinado; quebra, sobra.
Laia: Espécie, tipo.
Lambisgóia: Pessoa intrometida, metediça, atrevida.
Latoeiro: Folheiro = aquele que trabalha com folha-de-flandres. No interior de Minas Gerais, artesão que usa como matéria-prima latas de óleo, de banha, de conservas, com as quais fabrica canecas, latas, litros de medida, pratos, brinquedos, lamparina, funil, pequeno artesanato.
Veja este post: E fogões de lenha não há mais!
(...) o esmaltado das canecas, o prateado dos trens areados, o dourado das canecas de latas (Pedro Bento era o famoso latoeiro da Vila Nova), o azul colonial patinado do guarda comida, o brilho do tampo da mesa lavada de velho (...)
Lazarone: Gente pobre; ocioso; mendicante.
Lerdiar: Corruptela de lerdear = demorar-se; descuidar-se.
Leguleio: Cumpridor rigoroso das formalidades legais. Rábula [pejorativo].
Leréias: Lorotas, mentiras sem importância.
Levado da breca: Muito levado, muito travesso.
Levar uma tábua: Ser rejeitado ao tirar uma moça pra dançar.
Levar um tomé: Ser enganado por alguém que não cumpre o combinado.
Leviano: Maneiro, leve.
E que a gente devia procurar outros modos de corrigir o mal, onde o mal de fato houvesse, já que vingar, matar, pagar na mesma moeda contrariava o ensino de Jesus. (Saí feliz, leviano, levianinho, meditando naquelas palavras, me dizendo: — “Ah, vó quando ‘stá intuída sabe falar bonito...”)
Lido e corrido: Sujeito conhecedor e experiente em alguma coisa.
Lojeca: Lojinha ordinária.
Linguarar: Contar, fazendo fofoca.
Bolinha de gude o pai pôs tudo no forro, causa que foram linguarar pra ele que eu fugi da mãe pra jogar às deva com os moleques grandes da Rua de Cima e isso até ele já falou que não pode... Deixa pensar direito...”
Reprodução. FotoStock. publicdomainpictures.net/pt
(**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
VEJA OS DEMAIS NÚMEROS DESTA SÉRIE
Ilustração: Léo e Rafa ao lado do Monstro da antena (vó Celeste fantasiada)
Nesta série RECANTO DOS NETOS contamos histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos — os nossos netos.
Como vimos contando nesta série RECANTO DOS NETOS, eu e Celeste tivemos quatro filhos — todos homens — e uma filha de criação. Eles nos deram muitos netos.
Quatro homens (Léo, Rafa, Paulinho e Guga) e quatro mulheres (Maria Elisa, Isabela, Rafaela e Cecília).
Já contamos algumas histórias dessa turminha. Vejam estes posts:
E hoje vamos contar mais uma: Léo e Rafa contra o Monstro da antena
Vamos lá!
Heróis japoneses sempre fizeram sucesso na TV Brasileira, desde National KIid e Ultraman nos anos 1980, passando, nos anos 1990, por Jaspion, Jiraiya e Jiban, até os Power Rangers dos anos 2000, esses renovados pela Disney a partir de 2010.
Super-heróis japoneses: National Kid, Jaspion e Power Rangers
Com armaduras, espadas, pistolas de laser e golpes de lutas marciais, enfrentando monstros ameaçadores que queriam destruir o planeta, os heróis japoneses encantaram as crianças das últimas décadas.
E, claro, meus netos gêmeos — Léo e Rafa — pegaram a última geração desses heróis: Os Power Rangers (veja aqui).
Power Rangers Megaforce. Fonte Wikipedia
Tiveram até mesmo um aniversário com motivos de Power Rangers, que fez muito sucesso à época.
Os Power Rangers Rafa e Léo (ou será Léo e Rafa?) prontos para a batalha
Os super-heróis sopram as velinhas de 3 anos
E, claro, a partir daí, uma de suas brincadeiras prediletas passou a ser as fantasias dos super-heróis.
Tudo bem, mas e o monstro?
Quem arranjou a solução foi vó Celeste, que tratou de improvisar um monstro — o Monstro da antena — com o qual os gêmeos Power Rangers pudessem lutar. Quanto às armas dos heróis: os escudos eram almofadas, as armas, pentes de cabo e as granadas, fraldas descartáveis.
Rafa e Léo contra o Monstro da antena
Tempos depois, a luta foi contra Godzila, porque vida de super-herói é assim: não se escolhe adversário! Qualquer monstro que ameace a segurança da humanidade tem de ser combatido!
Pôster japonês do filme "Gojira", de 1954, que inspirou o Godzilla. Recorte. Fonte: Wikipedia
Rafa e Léo, a mão desarmada, enfrentam o tiranossauro rex (Godzila)
Mas houve um dezembro de férias na qual vó Celeste preparou uma surpresa para a dupla de heróis: fez não só a fantasia do monstro como também a dos super-heróis.
Pudera! A luta se daria no espaço sideral e lá é preciso roupas especiais. E assim foi feito.
Confiram as fotos: Monstro sideral x Léo e Rafa — esses com trajes espaciais e armas atômicas à mão!
Léo se preparando para a grande luta
Rafa bate os escudos para assustar o Monstro sideral
Léo e Rafa prontos para enfrentar o Monstro sideral
Cena da luta no espaço: Rafa e Léo contra o Monstro sideral
E o sucesso aumentou a freguesia!
Pois bem, todo final de ano era assim: sempre tinha um monstro e muitas lutas. E a coisa foi indo, até que vó Celeste foi passar férias em Brasília...
No segundo dia, a avó brincava de bola com os gêmeos na quadra de esportes em frente ao prédio em que moravam. Logo, chegaram amiguinhos de Rafa e Léo, todos na faixa dos seis, sete anos.
E um deles se achegou tímida e mansamente à "famosa vó Celeste que virava monstro" e disse:
— Quando ocê virar monstro, cê deixa eu lutar também!
Com novos super-heróis, as lutas continuaram nas férias de Brasília...
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Ilustração: Xepinha, Guima e Dílson, Veteranos do Águas - partida contra o Master do Flamengo (RJ) - Setembro de 1994
Faleceu ontem, aos 66 anos de idade, Dílson Junqueira de Souza, da Farmácia Saúde, em Lambari, MG.
Nossos pais — Dé Guimarães (da Farmácia Santo Antônio) e Nenzinho Junqueira (da Kombi) — , foram amigos e companheiros de caçada, principalmente na caça ao macuco, na Serra do Mar (época em que tal tipo de caça era permitida...)
Caraguatatuba, anos 1960: Na frente: Toninho. Ao centro: Expedito, seu Bié, Zé Vicente, João André, Nenzinho e Josué. Ao fundo: Vicente, Miquéias e Dé.
E nós dois fomos colegas de infância e de futebol.
Abaixo, lembro um pouco daquela época, como homenagem ao amigo que se foi.
Vá em paz, Dílson!
No meu livro de memórias da infância (MENINO-SERELEPE) conto sobre uma das grandes aventuras do meu tempo de menino: as emoções e os sustos da tentadora e vetusta arte da furtação de frutas, à qual até mesmo Santo Agostinho se refere.
Pois bem, a turma que nos idos de 1960 brincava de pique-esconde, à noite, no Jardim da Igreja, entre eles eu, Xepinha, Baiano e Dílson, a tantas horas saíamos em busca dos quintais vizinhos... e neles as jabuticabeiras carregadinhas.
Vejam como narrei:
(...) E furtar jabuticabas era o máximo! As bichinhas iam pintando e a turma sondando, na boca de espera, aguardando a hora. Havia pés de jabuticabas nos fundos da Igreja Protestante, todos liberados, visto que eu já enturmara com os meninos de lá. Mas era mais emocionante fazer isso à noite, de grupo, às ocultas, e incluir, também, as jabuticabeiras do seu Jairo Ferreira e do seu Lili Ferraz, cujas hortas eram vizinhas do quintal da Igreja, aumentando assim a variedade das espécies.
...........................
Uma vez plaft! um gambá se debatendo no telhado de zinco do galinheiro. Uma assombração!... Um pavor tamanho!... Em tempo de cairmos do muro com a peça desse fedido! E tivemos de fugir apressadamente, visto que o seu Jairo acendeu as luzes da casa, procurando divisar no escuro do terreiro o que causara a barulheira e o alvoroço das galinhas. Uma outra foi quando tiros de chumbinho, saídos de não sei onde, passaram triscando e nos puseram a correr tremelicando das jabuticabeiras do seu Lili Ferraz. E uma outra, ainda, se deu quando trepados nas jabuticabeiras da Igreja lerdiamos e fomos surpreendidos pelo Tchatião, tomador de conta da Igreja, um velhinho canguiço e ranheta que encrespava a três por dois com a criançada. Nós, eu, Baiano, Dílson e Xepinha no topo das árvores, e o homem embaixo com um bambu pronto para nos chuchar. Mas fomos desconversando, dando trela, nos desculpando, tudo neguinho escolado, mas dizendo é a primeira vez, seu Tchatião, e jurando pelo que há de mais sagrado que nunca havíamos feito aquilo...
Lembranças do futebol, no time Juvenil e no Veteranos do Águas Virtuosas.
Juvenil do Águas, anos 1970: Ieié, Zé Paulo Brasilino, Adão, Guima, Vaca e Celinho. Agachados: Xepinha, Robertol, Pedro Guela, Rubens Nélson e Dílson
Juvenil do Águas, anos 1970: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Agachados: Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.
Veteranos do Águas. Campeão da cidade, 1989. Em pé: Luizinho, Turquinho, Ró, Manezinho, Paulo de Tarso, Edmar, Tucci e Cafu. Agachados: Negão, Cao, Guima, Chiquinho, Marquinho, Dílson (1) e Dílson Junqueira (2)
Amistoso Veteranos do Águas x Masters Flamengo. 1994. Em pé: Sérgio, Turquinho, Alexandre, Jorge André, Flavinho, Luizão, Quati, Marquinho, Manezinho e Xepinha. Agachados: Zé Luiz, Dílson, Negão, Misca, Guima, Gabriel, Tucci, Dadá e Joãozinho.
O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.
Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.
Ilustração: Escrever memórias. Antigas cartas e fotos e postais: Fonte: Pixabay
QUEM VAI CONTAR AS PEQUENAS HISTÓRIAS?
Quem vai escrever as pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da nossa gente, os acontecidos de Aguinhas? Quem vai recolher os caquinhos da memória, a lembrança das pequenas coisas que todo mundo esqueceu? Quem vai dar voz aos nossos antepassados? Quem vai se lembrar daqueles que não têm história pra contar? Quem vai contar nossa luta, nossa vivência, nossa terra, nossos amores, nossa sorte, nossos azares?
Não vão ser os grandes escritores, é claro. Mas eu gostaria que fosse alguém que narrasse soltinho, sem pensar em fazer literatura, que isso é coisa de poucos. Alguém que o fizesse numa prosinha esquadrejada e fácil, desempenada e leve, lixadinha, boa de ler. Enfim, bem acabada, no capricho, que nem se fosse uma peça aprontada por um desses carapinas que têm sentimento pelo que faz. Só isso, nem um soprinho a mais.
Palavras de JOSÉ BATISTA GUIMARÃES, a quem os netos chamavam de Pai Véio (pai mais velho), postas na página de abertura do site GUIMAGÜINHAS
Meu avô Zé Batista, contador de histórias e inspirador deste site
Aqui no site GUIMAGÜINHAS — espaço eletrônico no qual conto minhas histórias, histórias dos outros e de nossa Águas Virtuosas de Lambari —, tenho estimulado aos visitantes e àqueles que interagem conosco pelas redes sociais (e-mail, Facebook, Whatsapp) a que contem suas pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da sua gente, os acontecidos do lugar em que nasceram, como diria o meu avô contador de histórias.
Vejam-se estes exemplos: |
Pois bem, volto ao tema para falar da importância, dos meios de realização e das ferramentas eletrônicas para escrever e publicar
Vamos lá.
Meu planejamento para contar as Histórias de Aguinhas
Meu primeiro planejamento para contar as Histórias de Aguinhas. Fonte: Como Minas, Aguinhas são muitas, do livro Menino-Serelepe. Disponível aqui
Para contextualizar o tema deste post, examine este artigo:
O texto fala da possibilidade de se trabalhar com historiadores pessoais (profissionais ou empresas que elaboram biografias, perfis, livros históricos de empresas, etc.), mas há informação útil para quem quer escrever a própria história ou de seus familiares, empresas, organizações, etc.
Confira aqui:
20 razões para escrever suas memórias Qual a importância da preservação das histórias de famílias e organizações e das nossas próprias histórias de vida? Em artigo publicado no blog do New York Public Library, a bibliotecária Carmen Nigro enumera 20 razões pelas quais indivíduos, famílias e organizações devem considerar trabalhar com um historiador pessoal para preservar suas histórias.
Disponível aqui: https://edicoesbpm.com.br/2807/ |
O ato ou efeito de lembrar chama-se memória. Memória é também: lembrança, recordação, reminiscência, rememoração. Por definição, memória é a capacidade do ser humano em reter as ideias, as experiências, as impressões.
Assim, quando você se perguntar: — quais são as minhas memórias? — verá que elas são múltiplas e incontáveis: pessoas, personagens, nomes, modos de falar, datas, lugares, edificações, propriedades, atividades, profissões, livros, documentos, e bem assim as narrativas, histórias e experiências emocionais ligadas a tudo isso.
Exemplificativamente, para ativar o cérebro à cata de lembranças, podemos citar:
E QUEM VAI CONTAR NOSSAS HISTÓRIAS?
(...) acreditamos que todos nós podemos (e devemos) contar as pequenas histórias dos nossos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.
É uma maneira prazerosa de guardar e reverenciar a memória dos ascendentes e deixar aos descendentes as narrativas que vão fortalecer os laços familiares e ser-lhes útil ao crescimento emocional, pessoal e espiritual.
GUIMAGÜINHAS
Como se viu acima, à pergunta que abre este tópico, meu avô teria respondido: — Não vão ser os grandes escritores, é claro.
Sendo assim, quem poderia contar nossas histórias de vida?
E ele que tinha resposta pra tudo, frisando as palavras, diria: — ... alguém que narrasse soltinho, sem pensar em fazer literatura, que isso é coisa de poucos.
Desse modo, cada um de nós estamos sendo estimulados a contar as pequenas histórias dos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.
E podemos fazer isso partindo de nossas próprias memórias, mas é certo que devemos procurar outras fontes e meios, como
E para isso nunca houve tantos recursos como os que a tecnologia atualmente nos oferece.
De fato, temos hoje
— recursos esses que nos possibilitam encontrar registros civis, localizar velhos livros, jornais e documentos, montar árvores genealógicas.
Ao lado disso, temos também recursos informatizados para
É o que veremos a seguir.
INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS DE PESQUISAS
É infindável o mundo da internet, como sabemos.
Assim, vamos mencionar algumas fontes de pesquisas eletrônicas que atendem aos objetivos deste post, isto é, escrever sobre pessoas, organizações e lugares, a nós ligados.
Vamos lá.
Fontes de pesquisa eletrônica de laços familiares
Há disponíveis os seguintes acervos eletrônicos:
Publicações do site GUIMAGÜINHAS
Para pesquisar o passado da família (inclusive dos ascendentes estrangeiros), já fizemos algumas indicações aqui no site GUIMAGÜINHAS, como estas:
Fontes de pesquisa de jornais e revistas antigos
Algumas fontes disponíveis:
Alguns sites para essa finalidade:
FERRAMENTAS ELETRÔNICAS DE REDAÇÃO
Estão disponíveis aqui no site GUIMAGÜINHAS posts sobre redação e instrumentos eletrônicos de apoio redacional, como estes:
E-book Ferramentas eletrônicas de apoio à redação E-book Palavras e expressões a evitar E-book Facilitando a vida do leitor Post Caixa de ferramentas eletrônicas para redação Roteiros para Produção e revisão de textos Outros posts do GUIMAGÜINHAS sobre Gramática e Ortografia |
MEIOS DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICOS
Para publicação/divulgação de textos e mensagens pessoais, comumente se usa:
Mas há opções mais sofisticadas, como as que comentamos a seguir.
Vamos lá.
Há inúmeras possibilidades para se criar um blog pessoal, muitos deles gratuitos, como nestas plataformas eletrônicas:
Qualquer texto (posts, crônicas, poesias, contos, novelas, romances) elaborado por meio de um editor de textos (Word ou outro editor) pode ser transformado em e-book (PDF, ePub, etc.), e, nesse formato, ser divulgado nas redes sociais, blogs ou outras plataformas eletrônicas.
Há disponíveis na internet diversos programas gratuitos para isso.
Modelos de livros (templates) Veja esta publicação do blog do Clube de Autores: Formulários para livros No Word do pacote Office da Microsoft, há um prático formulário para edição de livros, que inclui formatação, exemplo de bibliografia e dicas úteis. Confira:
|
Transformando textos em formatos PDF No caso do formato PDF, pode-se fazer deste modo:
⇒ Com o arquivo Word (ou outro editor) aberto, digite: Crtl + P
⇒ Clique Alterar e vai aparecer o seguinte:
⇒ Clique Salvar como PDF No comando da impressora vai aparecer:
A seguir, clique Salvar, e direcione arquivo em formato PDF para uma pasta |
Há diversas plataformas eletrônicas para se produzir e lançar um livro de forma rápida, eficiente e gratuita, seja no formato físico ou digital, ou em ambos.
Estas são as mais conhecidas:
Eis duas das principais:
Para escrever, editar e publicar um livro, muitas vezes, é necessário ajuda profissional (revisão, copidesque, ilustração, formatação, publicação, divulgação) ou a contratação de um historiador profissional — neste caso, se o objetivo for produzir biografias, perfis histórico-profissionais ou livros de memórias de instituições e empresas.
Alguns sites especializados:
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20 razões para escrever suas memórias
https://edicoesbpm.com.br/2807/
Como escrever sua autobiografia
https://pt.wikihow.com/Escrever-Sua-Autobiografia
18 Dicas de Redação: Como contar histórias pessoais e familiares com confiança
https://www.familysearch.org/blog/pt/18-dicas-de-redacao/
Já pensou em escrever um livro sobre a história da sua família? Não perca tempo
http://www.origines.com.br/blog/escrever-livro-historia-da-familia/
Como escrever as memórias da Família
https://pt.wikihow.com/Escrever-as-Mem%C3%B3rias-da-Fam%C3%ADlia
Como escrever um livro sobre a história de uma família
https://vidaria.com.br/2017/11/13/como-escrever-um-livro-sobre-a-historia-de-uma-familia/
Como escrever as memórias da família
https://pt.wikihow.com/Escrever-as-Mem%C3%B3rias-da-Fam%C3%ADlia
6 Maneiras Divertidas de fazer a história da família
https://www.churchofjesuschrist.org/youth/article/6-fun-ways-to-do-family-history?lang=por
3 maneiras de guardar a história de sua família
https://www.semprefamilia.com.br/virtudes-e-valores/3-maneiras-de-guardar-a-historia-de-sua-familia/
Publicando seu livro de história da família
https://www.thoughtco.com/publishing-your-family-history-book-1422316
Árvore genealógica ajuda a contar a história da família à criança
Como criar uma árvore genealógica
https://pt.wikihow.com/Criar-uma-%C3%81rvore-Geneal%C3%B3gica
Como elaborar uma árvore genealógica
https://pt.wikihow.com/Elaborar-uma-%C3%81rvore-Geneal%C3%B3gica
O que é storytelling?
https://www.escoladeroteiro.com.br/estrutura-de-storytelling/o-que-e-storytelling/
Autopublicação no Brasil - É viável publicar um livro independente no Brasil?
https://letraseversos.com.br/autopublicacao-no-brasil/
Como escrever um livro - Guia completo (Clube de Autores)
https://blog.clubedeautores.com.br/como-escrever-um-livro
Guia de publicação de livros (Clube de Autores)
http://media.clubedeautores.com.br/assets/templates/GuiaPublicacaoLivros.pdf
Aplicativos para Escrever: 11 excelentes aplicativos para escritores
https://comunidade.rockcontent.com/aplicativos-para-escrever/
♦ Copidesque: Revisão de texto que tem como foco a correção gramatical e ortográfica, a clareza e a objetividade, os cortes necessários e a adequação às normas editoriais; copy, copy desk.
♦ Ghost-writer: Pessoa que escreve um livro, um artigo ou um discurso por outra, a quem é atribuída a autoria desse texto, ou reservado seu uso.
♦ Memorabilia: Conjunto de objetos e coisas guardados ou colecionados por estarem relacionados com pessoa, acontecimento ou época importantes e por trazerem à tona memórias e lembranças.
♦ Storyboard: Sequência cronológica de desenhos, seguidos de texto ou áudio, que apresentam as principais ações, efeitos visuais e sonoros etc. para um filme, programa ou anúncio de televisão.
♦ Storytelling: Tell, e[ing. = contar] + story [ing. = história]. Storytelling é, portanto, o ato de contar histórias. Termo geralmente utilizado [marketing, propaganda, consultoria] para o ato de contar a história de uma empresa ou instituição.
♦ Template: Modelo informatizado a ser seguido, com uma estrutura predefinida que facilita o desenvolvimento e criação do conteúdo a partir de algo construído a priori.
Fonte: Dicionário Michaelis Eletrônico
TRECHOS DO LIVRO MENINO-SERELEPE QUE TRATAM DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Era deste modo que Pai Véio abria a contação de histórias:
— Há muito tempo passado, num lugar chamado Aguinhas, numa Província do Reino Dorminhoco, lá nas Terras-de-trás-os-ocos-do-mundo, foi que estes acontecidos se deram.
E, em seguida, cantava alto o tão esperado bordão:
— E os poucos que os contam, contam assim como eu vou contar.
E a fantasia começava, sem hora pra terminar.
Pai Véio, um contador de histórias, Cap. XXXIV do livro Menino-Serelepe
Deixei no livro Menino-Serelepe diversas referências à contação de histórias, atividade muito presente na minha criação/formação.
São registros de causos, histórias e narrativas de variada natureza, que tratam, por exemplo, do seguinte:
Confira:
(...) — Ara, larga de preguiça e continua a me escrever o resto que planejamos e que ocê prometeu escrever.
— Eu não prometi nada, o senhor é que me fez prometer e inventou até um plano. É diferente. Ora, o contador de histórias, de causos, sempre foi o senhor e não eu.
— Contar sabia, com a vida difícil não tive oportunidade de aprender a escrever. Isso eu só sabia pro gasto.
— Uai! E eu nem sei contar as histórias nem escrevê-las. Sou de outra nação de contador, lembra? (A última do Pai Véio. Apêndice)
Os sites mencionados neste post são frutos de livre pesquisa na internet, via Google, e, desse modo, nada podemos dizer da qualidade dos serviços neles anunciados.
E registre-se também que este site GUIMAGÜINHAS:
apenas compartilha gratuitamente informações e notícias históricas sobre a imigração de estrangeiros para a cidade de Lambari, MG (antiga Águas Virtuosas de Lambari), e bem assim instrumentos e ferramentas de redação, para uso geral, úteis para registro escrito de memórias pessoais, de histórias de vidas, de autobiografias, etc.
O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.
Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.