Ilustração: Cromo. Vista da área central de Águas Virtuosas de Lambari. Reprodução.
Como já vimos aqui no site GUIMAGUINHAS,
Como sabemos, deve-se a Américo Werneck, o primeiro prefeito de Águas Virtuosas de Lambary (1909/1911), a realização das obras de remodelação, melhoramentos e aformoseamento de nossa cidade.
Mas como era a vila de Águas Virtuosas e seu Parque das Águas antes dessas obras?
É o que veremos a seguir.
Vamos lá.
A vila de Águas Virtuosas em 1908
Na edição de 13 de abril de 1908, o jornal O Rebate, de São Paulo, fez uma descrição da Vila de Águas Virtuosas, cujos pontos principais vamos comentar logo a seguir.
Confira o texto do periódico paulista:
Reprodução. Fonte Anuário de Minas Gerais de 1913, págs. 247/48
A reportagem acima foi feita como propaganda de Águas Virtuosas de Lambari, em face das melhorias realizadas no Parque das Águas pela Empresa de Água Minerais Lambari – Cambuquira, que explorava as águas de Lambari, mediante contrato assinado em 28 de janeiro de 1895.
Essas melhorias se deram no recinto do Parque das Fontes, incluindo: Balneário, Cassino, Pavilhão das Fontes, Galpão de engarrafamento e maquinário.
Em 1904, deu-se a liquidação da Empresa de Água Minerais Lambari – Cambuquira e o seu patrimônio foi encampado pelo Governo do Estado em 18 de maio de 1906.
Vejamos os pontos principais da reportagem do jornal O Rebate.
Em frente!
Vista do centro da vila de Águas Virtuosas, ainda com o traçado antigo, que viria a ser reformulado na gestão do prefeito Américo Werneck.
Centro de Águas Virtuosas de Lambary, com a ermida de N. S. da Saúde ao alto
Vista do Parque das Águas, início dos anos 1900. No coreto, à esquerda da foto, seria construída a fonte luminosa (anos 1940)
Vista do Parque das Águas, jardins e coreto, conforme descrito acima:
Vista das fontes, jardins e coreto do Parque das Águas. Ao alto, a ermida
Coreto octogonal no Parque das Águas
"O balneário no Parque das Águas"
O balneário existente no Parque das Águas de Águas Virtuosas, no início dos anos 1900
"O cassino no Parque das Águas"
No início dos anos 1900, funcionava um cassino no recinto do Parque das Águas.
Vista interna do Pavilhão das Fontes. Ao fundo, à esquerda da foto, vê-se o antigo cassino existente no Parque das Águas.
Por essa época, a exploração das águas minerais era feita pela Empresa de Água Minerais Lambari – Cambuquira.
Ao fundo, à esquerda:o galpão de engarrafamento das águas
As máquinas de gaseificação e engarrafamento das águas
DESTAQUES, COMENTÁRIOS E CRÔNICAS - LDSL/1951-53
Ilustração: Recorte crônica Mortos e vivos, assinada por Veteranos, que homenageia antigos atletas de futebol de São Lourenço. (Fonte: Jornal O Crack - 1951)
Em posts anteriores desta série
falamos sobre os campeonatos regionais organizados pela Liga Desportiva de São Lourenço (LDSL), no início dos anos 1950, cujas partidas foram cobertas pelo jornal O Crack e a Rádio São Lourenço.
Hoje veremos a terceira parte da série: DESTAQUES, COMENTÁRIOS E CRÔNICAS - LDSL/1951-53.
Vamos lá.
Seleção do Campeonato - LDSL 1951
A seleção do campeonato da LDSL/1951, escolhida pelo jornal O Crack, foi a seguinte:
Henrique di Lorenzo, do Esporte SL, ultrapassou Pinelli, de Silvestre Ferraz, nas últimas partidas do campeonato, assegurando o posto de artilheiro da LDSL/1951.
Na disputa entre os quadros de aspirantes, o Esporte SL levou o tricampeonato, e o seu atleta Fidélis foi o artilheiro, com 19 gols.
Na crônica intitulada Mortos e vivos, assinada por Veterano, fala-se de antigos atletas de futebol de São Lourenço, como Aírton, Arthur, Baiano, Nêgo, Romeu. E em Um craque do passado, José di Lorenzo recorda a grande figura de José Machado, o Machadinho, antigo goleiro do Esporte.
Confira:
Reprodução - O Crack - 1951
Esporte Clube São Lourenço - 1942
Esporte Clube São Lourenço - 1942 - Alguns tletas citados na crônica acima estão nesta foto. Reprodução. Fonte: cancellain.com.br
Ilustração: Cromo. A grande enseada do Lago Guanabara. Anos 1910. Reprodução.
O Lago Guanabara já foi objeto de posts aqui no GUIMAGUINHAS:
Hoje vamos ver as primeiras atividades no nosso lago, as embarcações que por lá navegavam e a regulamentação baixada pela prefeitura de Águas Virtuosas.
Vamos lá.
Inauguração antecipada do Lago Guanabara
As obras de Américo Werneck em Águas Virtuosas de Lambary foram oficialmente inauguradas pelo presidente Hermes da Fonseca em 24 de abril de 1911, como sabemos.
Mas o nosso lago ficou pronto um pouco antes, em outubro de 1910.
Confira:
Reprodução. Jornal do Comércio, 23, out, 1910
Assinado por Américo Werneck, logo após a inauguração, o regulamento do "Lago de Águas Virtuosas" estabelecia condições de uso e preços para as embarcações da prefeitura, tais como:
[1] Aquele que comanda uma embarcação pequena, principalmente barcos de regata.
[2] Barqueiro [catraia = bote ou barco pequeno]
Reprodução. Fonte: Armindo Martins, 1971
O conjunto de ilhas primitivas do Lago Guanabara
O nome das embarcações: homenagem às filhas de autoridades. Reprodução. Jornal O Paiz. Edições 24 e 25 de abril de 1911 (bn.digital.gov.br)
A tranquila Ilha dos Amores, anos 1950
Abaixo, um conjunto de antigas fotos guarda memória do lago centenário e suas embarcações.
Confira:
Embarcações na inauguração do Lago Guanabara
Gôndola importada de Veneza, por Américo Werneck, por meio da firma J. Casal & Filho (1911). A embarcação tinha 8 m de comprimento e apetrechos de luxo
Elegantes turistas passeiam no lago. Reprodução. Acervo João Gomes D'Almeida
Reprodução. Acervo João Gomes D'Almeida
Reprodução. Revista Fon Fon n. 27, de 1934
Reprodução. Revista Fon Fon n. 18, de 1953
Turistas e barco nas ilhas do lago
Turistas e o remador na ilha do lago
Um barco na Ilha dos Amores (foto colorizada, anos 1940)
Nos anos 1940, fez sucesso no Lago Guanabara a chata [*] Tamoyo.
Um grande programa de domingo daquela época era embarcar com a família, navegar pela orla do lago e fazer um piquenique na Ilha das Amores, levando sanduíche, pão de queijo, bolos, doces, guaraná, garrafa de café e água mineral...
Passeio à Ilha dos Amores. Chata Tamoyo - Anos 1940
[*] Chata: embarcação fluvial larga de fundo chato e formato quadrangular
Ilustração: Basílio de Magalhães. Iconográfico. da Coletânea Sonetos Brasileiros. Garnier. Reprodução. Fonte: bn.digital.gov.br
"Por circunstâncias difíceis de explicar", como disse o acadêmico Ivan Lins [4], Basílio de Magalhães não pertenceu à Academia Brasileira de Letras (ABL), não obstante tivesse todos os méritos para isso, uma intensa vida política, cultural e literária e uma obra de reconhecido valor.
Abaixo um pequeno trecho dessa história.
Vamos lá.
Basílio de Magalhães e as academias de letras
Basílio de Magalhães foi membro da Academia Paulistana de Letras, ocupando a cadeira 2, cujo patrono era o Visconde de São Leopoldo, da Academia Fluminense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), além de diversos outros institutos históricos estaduais. É também sócio honorário da Academia Mineira de Letras, patrono da cadeira 20 do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei e patrono da cadeira 7 da Academia de Letras de São João del-Rei.
Reprodução. Jornal do Comércio, 16, março, 1935 (bn.digital.gov.br)
Concorreu ao menos quatro vezes a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), sem, contudo lograr êxito. De fato, em 1936, concorreu mas foi vencido por João Neves da Fontoura, que tomou a cadeira 2 que pertencera a Coelho Neto.
Em 1937, na sucessão de Paulo Setúbal, concorreu à cadeira 31, que acabou ocupada por Cassiano Ricardo.
Em 1940, à vaga de Luís Guimarães, foi eleito o poeta Manuel Bandeira, com 21 votos; Basílio teve apenas 1 voto.
E em 1941, inscrevera seu nome à vaga de José de Alcântara Machado, mas injunções políticas fizeram os candidatos desistirem das candidaturas, e, então, como candidato único, Getúlio Vargas foi eleito. [1] [2] [3]
Assim foi que
Basílio de Magalhães, um dos maiores valores culturais do Brasil, (...) por circunstâncias difíceis de explicar, deixou de pertencer a esta casa [a Academia Brasileira de Letras - ABL ],
discursou certa vez Ivan Lins, escritor, membro da Academia, e também ilustre frequentador de nossa terra. [4]
Bilhete ao acadêmico Rodolfo Garcia - 1935
Reprodução. Fonte: bn.digital.gov.ve
Meu caro Garcia,
Afetuoso abraço,
Por absoluta falta de tempo, ainda não pude comunicar pessoalmente a você que já me inscrevi (creio que em primeiro lugar) no pleito da sucessão Coelho Neto. Antes de seguir para Lambary (o que farei a 20 do corrente mês), espero conversar com você sobre a minha nova candidatura, e também caro, peço desde já a você que vá cabalando a favor do meu nome os votos de alguns colegas seus, especialmente os de Ataufo [de Paiva], Gustavo Barroso, Victor Vianna e Fernando de Magalhães. Não se esqueça de recomendar-me também ao Múcio Leão e ao Miguel Osório de Almeida.
Basílio de Magalhães 12-XII-935
Nesse pequeno trecho são mencionados três acadêmicos da ABL, contemporâneos de Basílio de Magalhães —
— curiosamente todos eles frequentadores de Lambari.
[1] Neto, Lira. Getúlio (1930-1945): Do governo provisório à Ditadura do Estado Novo. Cia. das Letras, SP, 2013
[2] Costa, Nélson. Jubileus Acadêmicos [artigos]. Correio da Manhã, edições de 6, ago, 1961 e 20, dez, 1962
[3] Jornal do Comércio, edição de 31, ago, 1940.
[4] Rodrigues, José Benedito. O retrato do velho médico. Belo Horizonte, O Lutador, 1993, págs. 114 e 115
- bn.digital.gov.br - Bilhete de Basílio de Magalhães a Rodolfo Garcia
- bn.digital.gov.br - Jornal do Comércio, 16, março, 1935
Ilustração: Capa do número 1 da revista CRUZEIRO. Reprodução. Fonte: Wikipedia
O Cruzeiro (originalmente Cruzeiro) trata-se de uma revista semanal ilustrada brasileira, lançada no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1928, editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand.
Ela foi a principal revista ilustrada brasileira da primeira metade do século XX e estabeleceu uma nova linguagem na imprensa brasileira: inovações gráficas, publicação de grandes reportagens, ênfase ao fotojornalismo.
(Fonte: Wikipedia)
Editada durante sete décadas (dos anos 1920 aos 1980), seu acervo está disponível no site da Biblioteca Nacional.
Neste post, vamos trazer à memória reportagens de O Cruzeiro sobre nossa cidade.
Vamos lá.
Inauguração do asfalto no Circuito das Águas
Em 1966, foi inaugurado o asfaltamento do Circuito das Águas, com a presença do Presidente da República (Castelo Branco) e do Governador de Minas Gerais (Israel Pinheiro), interligando as estâncias hidrominerais do Sul de Minas.
Com 100 km de extensão, a rodovia ligou Campanha, Cambuquira, Lambari, Caxambu, Conceição do Rio Verde e São Lourenço à Fernão Dias.
Reprodução. O Cruzeiro. Edição n. 1, de 1966. Texto de Ricardo Honório. Fotos de José Nicolau. Disponível aqui: http://memoria.bn.br/docreader/003581/154897
O número 2 de 1966 da revista O Cruzeiro traz reportagem sobre o Circuito das Águas, com textos e fotos de Lambari, Cambuquira, São Lourenço e Caxambu.
Reprodução. O Cruzeiro. Edição n. 2, de 1966. Texto de José Franco. Fotos de José Nicolau. Disponível aqui: http://memoria.bn.br/docreader/003581/154981
A Seleção Brasileiro de 1966 em Lambari
Neste site GUIMAGUINHAS, na Série A Seleção em Aguinhas (aqui), há diversos posts, crônicas e fotos sobre a passagem da Seleção Brasileira de futebol por Lambari, em 1966.
Na edição do n. 31, de 6 de maio de 1966, com o título de Guerra pelo tri (45 brigam por 22), O Cruzeiro fez ampla reportagem sobre a estadia da seleção em Lambari.
Reprodução. Treino da seleção no campo do Águas Virtuosas. F.C. Ao fundo, o Farol do Lago. O Cruzeiro. Edição n. 31, de 1966. Texto de Luiz Alfredo. Disponível aqui: http://memoria.bn.br/DocReader/003581/157448
Ressurgem as águas milagrosas de Lambari
Na edição n. 45, de 1967, traz a revista O Cruzeiro uma reportagem sobre Lambari e suas águas minerais, ressaltando nossos passeios e a qualidade das águas virtuosas.
Reprodução. O Cruzeiro. Edição n. 45, de 196. Texto de Hugo-Vítor. Disponível aqui: http://memoria.bn.br/DocReader/003581/163368